Wilson Witzel, governador do Rio de Janeiro, não larga a faixa. Na real, ele não tira a faixa. Desde o dia que ele foi eleito, dizem as boas línguas, ele nunca retirou o símbolo pendurado no peito.
Até os filhos do governador se fantasiaram de Witzel no carnaval. As crianças vestiram a camisa, digo, a faixa na Sapucaí. Um amigo meu saiu assim no carnaval, também. Ele pôs uma faixa e uma placa: “Tenho uma faixa, sou o ‘governadoido'”.
Na cerimônia de posse, Wilson Witzel mesmo mandou confeccionar uma faixa que foi entregue pelo governador anterior, Francisco Dornelles. Uma prática nada comum, pois o adereço, não é uma praxe no Rio de Janeiro. Nem oficial é. Ou era.
Falando em coisas da cabeça, segundo o sociólogo e psicanalista, Jackson César Buonocore, a “autoafirmação destrutiva se configura como uma enorme carência afetiva, que alguns sujeitos têm, de estar em evidência para ter suas qualidades reforçadas a todo o momento, escondendo a falta de amor-próprio”.
Será que Witzel se encaixa nesse diagnóstico faixa, quer dizer, tarja, preta? Sei lá. Buonocore continua: “É um recurso que o inconsciente desses indivíduos utiliza para compensar o seu medo de perder espaço na vida pessoal e social. Aliás, espaço que nem eles mesmos sabem qual é”.
O grande problema de viver dentro da faixa é não enxergar o que existe além do símbolo do governo. Ou do governador.
Dizem que quando uma pessoa pensa além do universo que a cerca, ela está pensando fora da caixa. Será Wilson Witzel pensa fora da faixa?
[…] Dizem que ganso novo não mergulha fundo… mas o ex-juiz Wilson Witzel (PSC) dá de ombros para qualquer ditado que impeça sua ambição política. Se fosse o contrário, nunca seria candidato a governador do Rio, já que era um completo desconhecido. E agora, Witzel, mostra que sua paixão pela faixa aumentou, e quer pegar a do Bolsonaro. […]