O recesso parlamentar acabou e então aproveito também para encerrar o meu período sem escrever para o Diário do Rio, agora falando sobre política nacional, por sugestão do blog.
Mas vamos ao que interessa: O retorno dos trabalhos legislativos trouxeram também a eleição da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados e a disputa parecia acirrada : De um lado, o líder do PMDB, Eduardo Cunha (RJ), famoso por defender os interesses de seus apoiadores em detrimento dos caprichos do Governo. Do outro, Arlindo Chinaglia, o candidato do PT, do Governo e dos principais ministros de Dilma. Correndo por fora, Júlio Delgado (PSB-MG), apoiado pelo PSDB, por Aécio e segundo colocado na última disputa, em 2013.
Quando todos se preparavam para o segundo turno, as urnas foram contabilizadas e Cunha venceu no primeiro escrutínio com boa margem. O tamanho da derrota de Chinaglia, que ficou perto do terceiro colocado, não apenas afeta o Deputado paulista, mas, principalmente, mostra que o Governo, que jogou pesado por sua vitória, possui hoje uma articulação política pífia, amadora e incompetente.
Além disso, fica claro que os parlamentares não confiam mais no Governo que, nos últimos anos, descumpriu quase tudo que prometeu. Dessa vez as promessas falsas foram ignoradas.
O PT fica fora de toda a Mesa Diretora e a presidência de Cunha trará a votação de temas espinhosos ao Governo.
Em um cenário de crise financeira, energética e moral, a crise política se acirrou hoje.
Parece que o segundo governo de Dilma já terminou antes de começar e Lula e o PT são cúmplices de todo este cenário. Não nos deixemos enganar pelas críticas daqueles que muito pescaram mas agora querem abandonar o barco que ameaça afundar.
