Dani Monteiro: Polícia no Rio de janeiro é mesmo para quem precisa?

Deputada e colunista do DIÁRIO DO RIO questiona a eficácia das operações policiais no estado

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Imagem meramente ilustrativa de operação policial no Rio de Janeiro - Foto: Divulgação

“Dani, ainda precisamos saber do paradeiro de um rapaz de 21 anos, a família está em prantos e sem saber a quem mais pedir informação”. Recebi essa mensagem ontem, por volta das cinco e meia da tarde, era o João, que faz parte da equipe da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj e é quem se desloca até as comunidades para assistir as famílias a cada vez que a polícia faz operações espetaculares, como a de ontem. O saldo é de aterrorizar e, não, não é normal que 20 mil crianças sejam impedidas de ir à escola porque as ruas estão sendo atravessadas por balas. Não é normal ver trabalhadores acuados e com o dia perdido ou doentes sem acesso às suas consultas e tratamentos porque o sangue de alguém está escorrendo, como mostra um vídeo que circulou nas redes sociais.

Mais nove mortes, é só isso mesmo que o senhor tem a nos oferecer, governador Claudio Castro?
Enquanto o João tenta dar conta das muitas demandas nos territórios, os outros braços que trabalham na CDDHC se mobilizam para tentar entender os porquês, quais são os danos e como é possível minimizar tantos estragos causados por uma lógica em que a vida de pretos e pobres vale ou pouco ou mesmo nada.

Enviamos ofícios para as secretarias de Segurança Pública, de Saúde, de Educação, em busca de respostas básicas. E, por sorte, não estamos sozinhos, as operações policiais na Capital e Região Metropolitana do Estado do Rio de Janeiro são uma preocupação também de entidades e instituições que se dedicam à defesa de direitos humanos. Gente que não celebra, pelo contrário, combate, a frase que circula de “bandido bom é bandido morto”.

Entre as muitas perguntas que fizemos aos órgãos do Poder Executivo, cito aqui algumas delas: a movimentação das forças policiais se dá com qual justificativa? Quantas escolas e creches foram fechadas em virtude da operação? Há planejamento para que pessoas com necessidade de atendimento médico consigam chegar a hospitais nas referidas localidades? Quais órgãos estão envolvidos nessas operações? Foram feitas apreensões, se sim, de que natureza e qual a quantidade? Os policiais envolvidos têm câmeras em seus uniformes, se sim, essas câmeras estão sob controle externo? Quais as medidas implementadas para preservar o comércio, a circulação de pessoas e de meios de transporte? Quais medidas a Polícia Militar tem adotado para coibir violações de direitos humanos por parte de policiais contra moradores das regiões? Há previsão de ambulâncias de prontidão em função destas operações? Quais os protocolos de abordagens têm sido operacionalizados durante essas incursões policiais?

Fechei esse texto às dez horas da manhã de hoje, quarta-feira, 28 de fevereiro, o dia seguinte. Antes, fizemos uma reunião da CDDHC para colhermos os muitos depoimentos, os dados que já estão disponíveis, planejarmos o que é possível fazer. O João, que eu citei lá em cima, está a caminho do IML, pois o corpo do rapaz de 21 anos, até agora, não foi encontrado.

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8 COMENTÁRIOS

  1. A polícia tem problemas graves, sem dúvidas, mas é o que temos. A liminar do ministro Edson Fachin que ajudou o tráfico, quase impedindo as ações policiais nas favelas e que criou o turismo de bandido em direção ao Rio. A polícia é o que impede esses bestas-feras de serem mais ainda, pois já passaram de todos os limites, ousados e violentos. Junte-se a isso a explosão do número de favelas, a demagogia e glamorização dos “becos e vielas”, que criaram esse estado quase insolúvel. A violência é pior para os mais pobres, para os favelados.

  2. Que idiota!!
    Bandido bom,já q a justiça sempre solta,é bandido morto sim!!!Engraçado q nunca se pensa na vítima q pode ou não ser da comunidade!!
    Porque essa vereadora não cria uma frente para proteger pessoas dispostas a denunciar os vagabundos que lá habitam?Ahhhh isso ela não quer?Porque?Só Deus sabe!!!

  3. Sem operações policiais com suporte de helicópteros como antes da decisão monocrática de ministro do STF até aumentou as disputas por territórios, tráfico e milícias, tiroteiro, e com o desarmamento até a violência contra a mulher aumentou… veja o que pregado por grupos desse espectro ideológico autodeclarado progressista, de esquerda etc nem sempre é um progresso no controle social.

  4. Veja bem. Estamos vendo casos e mais casos de indivíduos com inúmeras passagens na delegacia, dezenas e mais dezenas de crimes, mas que não são presos nem por consequência de pena aplicada nem prisão preventivamente.

    Muitos são por crimes contra o patrimônio, com e sem ameaça, e muitos outros até com violência e contra a vida, muitos também carregando morte nas costas.
    Sob suposto “risco do caldeirão” parece que autoridades evitam prender sob aplausos daqueles defensores dos direitos humanos que tanto militam apenas o direito penal como sendo para recuperar, ressocializar – ignorando o caráter retributivo pelo mal praticado. Os autores investigados mesmo reunindo muitos elementos de autoria são deixados soltos pelas autoridades. Os procedimentos morosos dura anos até a primeira sentença (até os recursos muitos prescrevem). As vítimas diretas e indiretas esquecidas pelo Estado, deixadas sofrendo a revitimização além da perda que no caso da vida de um ente vitimado é em definitivo, logo adoecem e tem vida encurtada. Mas para o criminoso não tem pena perpétua – que dirá de morte – nem se pode defender aqui senão aparecem os militontos com seus ideais egoístas de fundo de doutrina judaico-cristão da redenção da culpa e julgamento final divino sob cortina de desumano e não ser civilizado tal pena capital).

    Por toda realidade que temos de injustiça penal, sim. Bandido bom é bandido morto. Principalmente assassinos. Já o ladrão tem que ter a mão arrancada, assim afastaria o risco de reincidir pois não arriscaria perder a outra mão.

  5. Uma corporação como a Polícia Militar que praticamente serve aos interesses da elite, não pode mais existir. Está na hora de acabar com essa instituição. Não dá forma como querem esses estrupicios da esquerda identitaria de acabar com a Polícia Militar só por acabar.
    É acabar com a Polícia Militar e criar uma nova política que realmente atenda aos interesses na área de segurança pública de TODA A POPULAÇÃO FLUMINENSE.

    • Interessante o seu comentário, imediatamente pensei em contrapor, mas eu sempre defendi a POLÍCIA DE CICLO COMPLETO, essa deveria ser a nossa polícia, é a solução para o Brasil, não somente para o RJ.

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