Dauro Machado: A Cedae não acreditou

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Foto: Reprodução Internet

A Estação de Tratamento de Água ETA de Guandu no grande Rio, ostenta selo no livro dos recordes de maior estação do gênero do mundo. Apesar da grandeza, herança de outros tempos, em que o Brasil vivia o milagre econômico, na atualidade tudo mudou.

Apesar dos avisos e alertas de especialistas, a CEDAE não acreditou que as mudanças viriam, que a falta de manutenção e tratamento de seu manancial, a ausência do tratamento do esgoto, lançado in natura no combalido Rio Paraíba do Sul, acabaria por comprometer a qualidade da água oferecida aos consumidores do grande Rio.

O que se vê atualmente no Rio é um drama de uma tragédia prevista e anunciada em prosa e verso. A presença das algas que comprometeram a aparência e odor da água é uma prova
indiscutível que a comunidade científica estava certa e que os desmandos de anos e a falta de investimentos por parte da CEDAE acabou por turvar a água, manchar a já combalida fama da CEDAE e plantar com fortes raízes na população a desconfiança da qualidade para consumir o indispensável líquido.


Ao longo dos anos a própria matriz do esgoto se modificou. Hoje os esgotos restos de protetor solar, antibióticos, defensivos agrícolas, hormônios, químicos, metais pesados e outros itens que anos atrás não estavam presentes nos rejeitos. A CEDAE apostou em se manter inerte fazendo o tratamento básico da água e esperando que o improviso não causasse a vergonha nacional para uma cidade conhecida no mundo todo como mais a importante do Brasil.

O Governador Wilson Witzel com suas eternas teorias da conspiração fala, fala, fala e nada fala de efetivo. A solução para a CEDAE não é outra além da privatização. O Estado do Rio de Janeiro e o Estado brasileiro como um todo é perdulário, politiqueiro e incompetente para gerir qualquer coisa que não seja o básico e mesmo o básico é pessimamente gerenciado.

A iniciativa privada ao assumir empresas que eram públicas extirpam de uma por todas a
nomeação de Diretores apadrinhados por políticos, os elevados salários de políticos que passam a integram seus conselhos de administração e colocam as sinecuras que há anos drenas os recursos do País.

Não é possível acreditar no Governador Witzel quando este diz que a atual água da CEDAE
que chega nas torneiras é potável e sempre foi. Quem teria a coragem de consumir uma água não transparente, com odor e paladar estranhos?

A opção pelo tratamento com carvão ativado é só mais um improviso no Estado do Rio de
Janeiro que segue as demais unidades da federação ou seja, usam de medidas paliativas e
emergenciais para minimizar um problema que deveria ter solução definitiva. Lamentavelmente não há outro caminho.

A CEDAE precisa passar as mãos da iniciativa privada o mais rápido possível. A tragédia que se vê no momento é a primeira de muitas que certamente haverão de vir caso até no tratamento de água o Estado tenha ingerência para implantar uma gestão incompetente e descomprometida com as pessoas.

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Jornalista, especialista em assessoramento e cerimonial público, Bacharel em Direito, publicitário e Radialista. Também tem formação em Assessoria de Imprensa e relações institucionais, além de editor de jornais, livros, revistas e outras publicações

12 COMENTÁRIOS

  1. Não sei qual cidade do estado de São Paulo polui o Rio Paraíba do Sul. A realidade que vejo é muito tratamento de esgoto das empresas municipais e estaduais. Pessoalmente possuo terrenos em loteamentos que não é permitida a construção devido a falta de tratamento de esgoto.

  2. É tão antigo esse discurso de apontar e inventar problemas de empresas públicas para defender a privatizacao. Será que alguém ainda cai nessa? Acho que não!
    Se as empresas públicas fossem um negócio péssimo as empresas estrangeiras não estariam tão desesperadas em comprar.
    A iniciativa privada ao assumir empresas que eram públicas não extirpam de uma por todas a
    nomeação de Diretores apadrinhados por político como diz o texto,, extirpam funcionários públicos, cidadãos concursados, brasileiros tão ou mais competentes que os estrangeiros, gerando desemprego e trazendo os seus executivos “apadrinhados” estrangeiros.
    Se privatizar fosse solução para problemas ambientais e tragédias previstas não teríamos as tragédias causadas pela Vale do Rio Doce , empresa que foi privatizada em 1997.
    O que causa vergonha nacional para uma cidade conhecida no mundo todo como mais a importante do Brasil não é a situação da CEDAE e sim a possibilidade do governo tomar o caminho errado da privatizacao da água – caminho este já testado e fracassado em outros países – indo na contramão do que a prática e o bom senso deixam claro que não é lógico e não resolverá nada.

  3. Privatização… os abutres da imprensa viriam cedo ou tarde. Sabotam as empresas públicas até que a população se volta contra elas e a cereja do bolo vem com a imprensa pregando a privatização. Lamentável o papel de veículos de comunicação que se prestam a este serviço. Ainda mais os que estão ligados aos interesses do capital imobiliário.

  4. Que milagre econômico? A estação do Guandu duplicou sua capacidade se transformando no que é por causa do Brizola! Década de 80. Mas como foi o Brizola, o pessoal se faz de desentendido.

  5. Se a privatização é tão boa assim, me explique como a Oi faliu, a Vale virou essa bosta irresponsável que destrói cidades, a CEG piorou a qualidade do atendimento ao terceirizar os serviços, a Light é pura desorganização e etc.

  6. Uma concessionária privada tem suas atividades monitoradas pelas agências reguladoras estatais e punidas se cabível.
    Uma “concessionária” estatal é punidas por quem? Pelo próprio estado?
    Falem sério!

    A CEDAE caminha para fazer genocídio no Rio com água cheia de solutos mortiferos.

  7. A privatização pode funcionar, caso já não nasça infectada pela corrupção estatal, fato muito mais frequentemente observado em Estados agigantados e autocráticos, como se vê em qualquer “Nomenklatura” socialista ou em outros tipos de tiranias absolutistas e extremistas, tanto de direita quanto de esquerda.
    Agora, não privatizar, certamente será a continuidade do cabide politiqueiro de cargos em confiança, tão adorado por aqueles que assumem o poder, visando a eternização de sua gangue mafiosa, aumentando para mais amigos os favores, enquanto enrijece a lei contra os que não concordam com seus desmandos.
    Quanto maior for a base aliada do capo mafioso maior terá que ser o seu poder e maiores terão que ser as benesses distribuídas aos seus capangas, já que se trata de uma fidelidade mercenária, cuja única política é servir-se do cargo, nunca servir à nação.
    Pelas experiências históricas de Estados centralizadores ao redor do mundo, todos já sabem que sua obesidade será tão mais mórbida quanto mais estatais este colecionar.
    Quanto à reestatização de certos setores estratégicos ocorrida na Europa, tudo tem a ver com acertos de cooperação determinados pela União Europeia e nada tem a ver com maior eficiência ou eficácia estatal.
    Aliás, a União Europeia, dada a concentração de poder, já dá sinais claros de propensão à corrupção, apesar dos sistemas de controle administrativos informatizados e do nível sociocultural envolvidos.
    Assim, é preferível que o Estado emagreça, em prol da inevitabilidade dos delírios de poder, despolua a administração pública e formule políticas mais deglutíveis por um povo que já passou em muito da hora de se desgarrar dos coronéis, caudilhos, ditadores e caciques oligárquicos patrimonialistas.
    Afinal de contas, o povo brasileiro quer um síndico do seu condomínio, para se livrar de vez de tantos senhorios temperamentais e suas canalhas…

  8. Estranho é um jornalista desinformado… ou um desinformado proposital…

    O movimento é especialmente forte na Europa, onde só Alemanha e França já desfizeram 500 concessões e privatizações do gênero. Os episódios, porém, se repetem por todo o mundo e estão espalhados por países tão diversos quanto Canadá, Índia, Estados Unidos, Argentina, Moçambique e Japão (veja alguns casos de reestatização).

  9. ” A iniciativa privada ao assumir empresas que eram públicas extirpam de uma por todas a
    nomeação de Diretores apadrinhados por políticos…”

    Se a privatização da água e esgoto é tão boa assim, nos explique por que várias cidades européias, na França, Inglaterra e Alemanha reestatizaram estes serviços recentemente?

    Se a privatização da água e esgoto é tão boa assim, nos deem números da “maravilha” que a concessionária Zona Oeste Mais, ex-Odebrechdt está fazendo na AP-5, de Deodoro até Santa Cruz: vejam as inúmeras reclamações dos moradores desta região, desde o péssimo atendimento em suas agências como uma prestação de serviços meia boca.

    Se a privatização da água e esgoto é tão boa assim, me diga se a tarifa vai continuar a mesma, de 8 reais (agua+esgoto)? Aposto, no minimo, uma elevação pra 12 reais, e o serviço ruim, sendo que a concessionária vai pegar de mao beijada a ampliacao da estação de tratamento de água, Guandu II, que está custando 2 bilhões de reais a nós, contribuintes.

    Você é míope ou tá recebendo uma graninha de empreiteira que vai assumir a concessao, como O Globo recebe.

    • Concordo com o João Torres. Então a privatização vai fazer com que a cidade se urbanizar melhor e pare de jogar esgoto na própria água? O que uma empresa privada vai fazer é comprar mais equipamento e insumos para limpar a água suja e nos cobrar muito mais por isso. Desde quando empresa privada melhora a infraestrutura de uma cidade? Essa propaganda pró privatização é criminosa.

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