Dia de São Jorge no Rio de Janeiro: a festa que começa de madrugada e toma as ruas do estado

Muito querido em todo o território fluminense, o santo padroeiro do Rio, que no sincretismo religioso é Ogum no Candomblé e na Umbanda, é celebrado em igrejas, terreiros, casas e ruas

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Reprodução: Internet

No próximo dia 23 de abril, o Rio de Janeiro viverá mais um dia de São Jorge. Muito querido em todo o estado, o santo padroeiro do Rio, que no sincretismo religioso é Ogum no Candomblé e na Umbanda, é celebrado em igrejas, terreiros, casas e ruas. A festa começa cedo. Bem cedo.

A Alvorada de São Jorge se inicia às 5h com intensa queima de fogos. A pirotecnia, digamos, oficial, acontece em torno da Igreja Matriz de Quintino, na Zona Norte. Contudo, por todo o estado, onde é feriado, é possível escutar o barulho em tom de celebração.

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Igreja Matriz de São Jorge – Quintino | Foto: Rafa Pereira – Diário do Rio

Na Igreja Matriz de São Jorge, em Quintino, inclusive, é celebrada a maior festa dedicada ao santo na América Latina. Para este ano são esperados cerca de 1,5 milhão de fiéis. A programação especial se inicia já nesta quinta-feira, 19/04.

De quinta até sexta-feira (21/04), acontece a abertura do Tríduo de São Jorge, trazendo reflexões. Será a partir das 19h. No sábado (22/04), véspera do feriado, as missas serão celebradas às 17h e às 19h.

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No domingo (23/04), a igreja dará início aos festejos às 3h30 com um momento de Adoração ao Santíssimo Sacramento. Logo em seguida, por volta das 4h, a fachada ganhará novas cores com um espetáculo de projeção mapeada e show de luzes. A apresentação antecede a tradicional queima de fogos e a missa solene da Alvorada de São Jorge, às 5h.

Cavalgadas

Padroeiro da Cavalaria do Exército Brasileiro, São Jorge é celebrado em cavalgadas por todo o país. No Rio de Janeiro, onde o santo é extremamente popular, não poderia ser diferente. Inúmeros cavaleiros e cavaleiras seguem com seus cavalos em direção às igrejas.

Festa nas ruas

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Rio de Janeiro – Durante os festejos de São Jorge em Quintino, na zona norte, a sede da paróquia dedicada ao santo, fiéis se reúnem para missas e procissões. Foto: Prefeitura do Rio

Não são só os cavaleiros e cavaleiras que tomam as ruas no dia do santo. Muitas pessoas, a pé ou de carros, passam por vias de todo o estado do Rio de Janeiro em direção à alguma celebração a Jorge ou Ogum. O dia de São Jorge é, de fato, uma festa. Rodas de samba e feijoadas já fazem parte do calendário oficial.

São muitos os bares oferecendo feijoadas especiais para este domingo e inúmeras rodas de samba programadas para acontecer. Destaque para o Beco do Rato, na Lapa, que fará um evento solidário para ajudar pessoas em situação de rua. A casa abre às 12h, e terá roda de samba com Marquinho Sathan, às 18h30. Kako Chocolata faz o som de abertura, às 16h. A feijoada é servida de forma gratuita aos clientes. O valor do kit para doar é de R$ 35,00, com uma quentinha de feijoada, uma bebida e uma sobremesa.

Tradicionalíssimo espaço no Rio de Janeiro, o Cadeg, pela primeira vez, terá diversos restaurantes servindo a Feijoada de São Jorge, no dia 23 de abril. Onze estabelecimentos vão oferecer o famoso prato, indispensável no dia do santo guerreiro.

Também é dia de Ogum

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Em alguns terreiros de Candomblé e Umbanda, 23 de abril também é dia de celebrar Ogum. Acredita-se que o orixá guerreiro é o que possui maior proximidade com os seres humanos depois de Exu. A programação é extensa. Em São Gonçalo, a Tenda Espírita São Lázaro do Pita vai realizar atividades para a celebração do santo no dia 22 a partir das 19h. A Tenda está programando uma grande gira em homenagem a São Jorge e ao Santo Guerreiro da Umbanda: Ogum. Essa festa também marca o aniversário da Tenda Espírita São Lázaro, que completa 29 anos no Bairro do Pita.

Em Maricá, o Barracão do Pai Alex (Ilê Asé Omi Idá) fará, no próximo dia 22/04 (sábado), uma grande gira festiva a partir das 18h em homenagem a São Jorge e Ogum. Outras celebrações serão realizadas em todo o estado do Rio de Janeiro.

Para Pai Fernando D´Oxum, bacharel em direito, zelador da Tenda Espírita São Lázaro do Pita e autor do projeto do Museu da Umbanda em São Gonçalo, a data da comemoração é “uma vitória sobre todas as dificuldades, pois São Jorge representa a vitória do bem contra o mal, da sorte contra o azar, da saúde contra a doença e finalmente a vitória da sabedoria sobre o obscurantismo. Cada devoto de São Jorge é imponderado com as armas fictas que esse santo poderoso guarda os que nele acreditam. Para ele a Festa de São Jorge é a Alegria do Povo e a festa da comunhão, das mesas de Feijoada e cerveja branca, que representam a fartura e a comunidade unida. “

Alessandro Valentim, jornalista, colunista do DIÁRIO DO RIO, e especialista em religiosidades, declara que “as homenagens a São Jorge refletem a realidade que deveríamos viver todos os dias, a harmonia da diversidade religiosa. Dá gosto de ver os terreiros enfeitados para festejar Ogum, enquanto uma imagem de São Jorge completa a gira”.

De ‘padroeiro informal’ a padroeiro oficial do Rio de Janeiro

São Jorge sempre foi muito querido e celebrado no Rio de Janeiro. Era uma espécie de padroeiro informal do estado. No entanto, em 2019, após um decreto governamental, o santo guerreiro passou a ser, ao lado de São Sebastião, oficialmente representante religioso das terras fluminenses.

Outras curiosidades estão presentes na história de São Jorge. Nascido na Capadócia, é o padroeiro da Inglaterra, além de ser festejado na Espanha, em Portugal, no Canadá, na Lituânia, na Rússia, na Bulgária, entre outros países. Na região da Catalunha, seu dia é comemorado como dia dos namorados.

O santo é um dos poucos venerados pela igreja católica e pela igreja ortodoxa. A igreja anglicana também tem São Jorge entre os seus canonizados. Essas e outras curiosidades podem se vistas em uma outra matéria do DIÁRIO DO RIO. Um artigo de Filipi Gradim, que também escreve para o DIÁRIO, traz um panorama extenso e reflexivo sobre o guerreiro.

Por muitos motivos: salve Jorge!

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