Edifício A Noite é vendido pela Prefeitura por R$ 36 milhões e irá se transformar em residencial de luxo

Consórcio especializado em prédios residenciais de alto padrão foi o responsável pela aquisição do imóvel. A empresa é ligada aos controladores da concessionária Águas do Rio

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Foto Cleomir Tavares/ Diario do Rio

A novela acabou! A Prefeitura do Rio concretizou a venda do famoso e histórico Edifício A Noite, na Praça Mauá, na Centro do Rio, por R$ 36 milhões. O imóvel foi adquirido pela incorporadora paulista QOPP, que integra o Grupo Vetorazzo. Já carioca Konek Transformação Imobiliária, foi a desenvolvedora do projeto, com o apoio do escritório de arquitetura Duda Porto e André Alvarenga. O objetivo do projeto é transformar a clássica construção em estilo art déco em um prédio residencial. O Grupo Vetorazzo é uma empresa familiar e é ligado à Aegea e à Equipav, e por conseguinte à concessionária de água e esgoto do Rio, a Águas do Rio.

A tendência é que a edificação passe por um processo de restauração e a expectativa é de que o novo residencial do Centro do Rio seja um empreendimento completo, com  área de lazer e convivência no rooftop e vista para o Museu do Amanhã e para a Baía de Guanabara. A informação foi revelada pelo jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no jornal O Globo.

Ainda segundo o jornalista, os futuros proprietários do Edifício A Noite terão que repassar ao município metade dos lucros que forem gerados pelos incentivos do projeto municipal Reviver Centro — um extra calculado em pelo menos R$ 24 milhões. Ao todo, o negócio deve render R$ 60 milhões, dos quais R$ 31,1 milhões vão diretamente para os cofres do Rio.

Para os corretores, o primeiro arranha-céus da cidade deve atrair muitos interessados. “Vendemos algumas unidades no antigo Hotel Glória para estrangeiros e pessoas de fora da cidade que são apaixonadas pela história do Rio Antigo. Vendemos muito mais que uma vista, vendemos um Rio do passado pelo qual muitas pessoas estão voltando a apaixonar-se com a divulgação freqüente das iniciativas de revitalização da região Central. Os clientes já chegam procurando imóveis emblemáticos e cobram novos empreendimentos assim. Tem tudo pra ser um sucesso.“, diz Lucy Dobbin, Superintendente de Vendas da Sergio Castro Imóveis. Ela complementa dizendo que os jovens também tem frequentado mais e mais a região, e já lotam a região da praça XV até o Museu do Amanhã até mesmo nos fins de semana.

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Em março, a prefeitura comprou o imóvel por R$ 28,9 milhões, bem abaixo do lance mínimo de R$ 98 milhões apresentado em maio de 2021, data do primeiro leilão. O objetivo doPoder Público ao adquirir o prédio, era justamente de negociá-lo com o setor privado.

História do Edifício A Noite

Construído na década de 1920, no Centro do Rio de Janeiro, O edifício A Noite é tido por muitos como um dos grandes marcos da arquitetura brasileira. Considerado o maior prédio da América Latina na época da sua inauguração, em 1929, foi batizado em referência ao jornal homônimo sediado no local. O arranha-céu de 22 andares e 102 metros de altura, em estilo art déco, também foi a casa da vanguardista Rádio Nacional – emissora de maior audiência do país na época – além de consulados e do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

Inaugurado de frente para a Praça Mauá e com o cenário da Baía de Guanabara ao fundo, o imóvel foi projetado pelos arquitetos Joseph Gire – nome por trás do Copacabana Palace e do Hotel Glória – e Elisiário Bahiana. Em 1936, recebeu sua moradora mais conhecida: a Rádio Nacional.

Pelos corredores dos quatro andares ocupados pela emissora passaram nomes como as cantoras Emilinha Borba, uma das intérpretes mais populares da Rádio Nacional, e Marlene, além de outros grandes artistas da música popular brasileira como Dalva de Oliveira, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto e Elizeth Cardoso.

Foi no ano de 1940, por conta de dívidas com o Governo Federal, que o prédio passou a ser propriedade da União. Tombado em 2013 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pelas suas características arquitetônicas e históricas, tornou-se ícone da região portuária da cidade.

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5 COMENTÁRIOS

  1. Só tenho que lamentar, depois de revitalizar o porto e a praça e construir o museu do amanhã, não souberam preservar o passado, nesta praça poderiam ter mostrado em placas o passado e o futuro colocando cópia da primeira carta patente e mostrar que neste mesmo prédio estava instalado o INPI autarquia responsável por conceder os direitos aos seus inventores, poderiam fazer deste local, pela estrutura dele outro tipo de museu pois está próximo ao do futuro, em outros países estes órgãos, neste caso, autarquia, são supervalorizados pelo que representa ao país e aqui desprezado, sem saber que a autarquia que foi retirada deste prédio que não pagava aluguel agora está em outro, pagando aluguel.

  2. Parabéns para o prefeito corajoso o investimento foi muito bom para Rio de Janeiro este edifício era um elefante branco para Prefeitura passa prefeito e não faz nada agora sim vai acabar a mamata de muitos foi uma grande jogada Parabén
    Marcos Paes

  3. Tá com cara de maracutaia.

    Um triangulação financeira.

    Um imóvel avaliado em 98 milhões é vendido por 28 milhões para a Prefeitura e depois vendido por um acréscimo pequeno a investidores por 36 milhões…

    Pq esses investidores não deram um lance e levaram o edifício no leilão?

  4. Parabéns a prefeitura que consegui resolver esse problema e ainda gerou lucro para os cofres publicos.. que os incentivos e intervençoes se espalhem pela cidade, nao sou no centro/zona sul, as praças da cidade precisam urgente de investimentos, a cultura, tem muito trabalho a fazer

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