Em dez anos pode faltar mão de obra para a construção civil, diz FGV

Canteiros de obras podem ser os mais prejudicados, diz pesquisa. Um dos motivos do apagão é o envelhecimento dos trabalhadores que atuam no setor

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Condomínio Heitor dos Prazeres, na Zona portuária da cidade - Foto: Divulgação

Projeções realizadas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) estimam que, em dez anos, a construção civil deve sofrer escassez de mão de obra, especialmente nos canteiros de obras. O cenário já começa a ser vislumbrado por especialistas do mercado imobiliário e empresários do setor.

O Rio de Janeiro pode ser um dos prejudicados por essa tendência, que é nacional. Um das regiões potencialmente atingidas é justamente a que mais cresce no momento: o Centro, onde iniciativas do projeto “Reviver Centro” têm alavancado a revitalização e ampliação da sua área residencial e de infraestrutura. O sinal de alerta também é válido para mercado de luxo carioca, que tem investido em lançamentos altamente qualificados, com Valor Geral de Vendas (VGV) nas alturas.

Segundo a pesquisa, 30% das empresas consultadas estão preocupadas coma a falta de mão de obra. O desempenho do mercado entre 2024 e 2010 mostra uma retração de 12% na oferta de trabalhadores da construção civil, que, atualmente, somam 2,8 milhões. Com as estimativas de crescimento econômico nacional de 3%, a previsão é de escassez de trabalhadores nos canteiros de obra.

São muitas são as variáveis que interferem no mercado, mas a falta de renovação é, sem dúvida, uma das mais significativas. Uma sondagem realizada pela Autodoc Teconologia a pedido do Sindicato da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), verificou que a média de idade dos trabalhadores nos canteiros de obras passou de 38 anos, em 2016, para 41 anos, em 2024.

Segundo o estudo, o fenômeno atinge toda a cadeia de atuação do setor, com a idade média de mestres dos obras passando de 40 para 45 anos; dos oficiais, de 37 para 40 anos; e dos engenheiros, de 30 para 37 anos.

Diante dos dados, o coordenador do Grupo de Trabalho de Recursos Humanos do SindusCon-SP, David Fratel, alerta para os efeitos da falta de renovação:

“A construção civil demanda esforço físico. Aos 40 anos, a vitalidade já não é a mesma”, diz Fratel, segundo o Visor Notícias.

A baixa reposição de trabalhadores em razão do envelhecimento já sinaliza para um apagão de mão de obra na construção civil do Brasil. Com a agudização da tendência, as consequências serão: elevação dos preços dos serviços contratados, além de retrabalho diante da baixa qualidade dos produtos oferecidos.

Com informações do site Visor Notíciais.

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