Pode não parecer sempre, mas tem muita gente além da Prefeitura do Rio do trabalhando para revitalizar o Centro Histórico da Cidade. Claro, claro, alguns cariocas mais pessimistas dizem que já era, acabou, não tem recuperação. Mas, entre nós, qual é a especialização da pessoa para dizer isso? São aqueles que apenas enxergam a árvore e não a floresta inteira. São diversas grandes empresas e associações de comerciantes e empresários lutando pela revitalização e recuperação dos espaços públicos da região que segue detendo, de longe, o maior percentual de empregos com carteira assinada do Estado.
Para ver que o Centro está bem longe de ter ”morrido”, um lançamento no Porto Maravilha vendeu 400 unidades em menos de 20 dias. Uma empresa americana vai lançar um residencial de padrão superior na mesma região. E a ocupação de escritórios vem apresentando desempenho positivo neste ano. Essas notícias positivas são das últimas semanas. Sem contar a abertura de restaurantes e lojas que sempre noticiamos no DIÁRIO DO RIO. Não, não esquecemos os problemas, mendicância, excesso de ambulantes, zeladoria, dos quais falamos no jornal, e notamos uma melhora em algumas partes. Infelizmente a segurança vem sendo insuficiente à noite e só o Centro Presente não basta, a Polícia Militar precisa fazer sua parte depois das 18 horas.
Já falamos outras vezes sobre o Aliança Centro, criada no fim de 2021 em um momento em que o Centro passava por seu pior momento; ali, os donos de grandes imóveis se juntaram para identificar os maiores problemas da região, que, por ter poucos moradores, não protocolizava praticamente reclamação alguma nos canais da prefeitura, apesar da desordem reinante. Ou seja, na prática, a prefeitura tinha poucos dados sobre os problemas, já que quase ninguém reclamava. Foi então que a Aliança Centro passou a fiscalizar a zeladoria e a ordem na região, com ”prefeitinhos” de prancheta em punho que caminham a todo momento pelas ruas onde os membros da associação possuem prédios, anotando todos os problemas e imperfeições. Ao retornar ao escritório, cuidadosamente geolocalizam cada ocorrência e reportam cada uma delas aos canais oficiais, gerando um database rico em detalhes sobre o Centro. O trabalho não pára por aí: a Aliança Monitora a resolução dos problemas, cobra institucionalmente das autoridades e apresenta o relatório semanal de tudo. Um serviço inestimável ao bairro, e à prefeitura, que não paga nada por isso.
Os ”prefeitinhos” da aliança passaram também a classificar todas as situações em nível de gravidade: vermelho (alto risco de acidentes, moradores de rua, ambulantes clandestinos e espaços abandonados); amarelo (problemas de médio risco, como necessidades de recapeamento ou recuperação de calçadas) e verde (baixo risco, como falhas de sinalização e problemas de trânsito). Tudo é organizado em relatórios muito detalhados, e de fácil entendimento.
A Aliança é dirigida por Marcelo Haddad, e foi formada pela iniciativa atuante das empresas Sergio Castro Imóveis, São Carlos Empreendimentos, Opportunity, Multicentros e Construtora Internacional, e hoje mais de 50 prédios estão representados, desde o Shopping Paço do Ouvidor ao Linneo de Paula Machado, Terminal Menezes Côrtes e outros. O Bradesco também apóia a iniciativa.
Os “business improvement districts” (BID)
O projeto acabou ganhando destaque nacional nesta semana, quando o importante jornal especializado em economia Brazil Journal, deu destaque ao inovador projeto da Aliança Centro com a matéria “Funcionou em Chicago. Por que não no Rio?“. A matéria trata basicamente dos “business improvement districts” (BID), organizações sem fim lucrativo que administram áreas comerciais e fazem tudo que a Prefeitura não consegue ou que não é prioritário para um bairro. Algo como um “condomínio” para um trecho, rua ou região.
Os BIDs funcionam em cidades na Europa, África do Sul e EUA. O prestigioso Brazil Journal explica que lá “a prefeitura abre mão de parte da arrecadação municipal da área, que continua sendo arrecadada – compulsoriamente – e entregue para a administração do BID“. No momento, no Brasil isso seria inconstitucional, sem uma mudança na lei maior, coisa que um projeto do deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) quer mudar. Mas, até lá, tem de ter uma saída à brasileira, ou à carioca: no caso, a equipe da Aliança Centro quer convencer grande parte dos empresários destes distritos, que serão chamados “Área de Revitalização Econômica” (ARE). Eles querem chegar a chegar a 100 prédios participantes (e pagantes) até junho – o dobro do número de participantes neste momento.
O objetivo para os próximos 6 meses é aumentar o tráfego de pessoas na região em pelo menos 30% nos primeiros seis meses, beneficiando 181 negócios instalados na área. A primeira ARE do país começaria no entorno da Rua da Assembleia, nas proximidades do Edifício Garagem Menezes Cortes. E faria aquilo em que a iniciativa privada é tão melhor que a pública, como: paisagismo, promoção comercial, um calendário de eventos e o embelezamento suplementar da área.
O começo deve ser acabar com as famosas placas de “vende-se” e “aluga-se“, afinal, da mesma maneira que jornais sérios não usam “anuncie aqui“, este tipo de procedimento só aumenta a sensação psicológica de decadência e abandono. A região deve passar a imitar os shoppings e envelopar lojas vazias com cartazes na linha “Vêm novidades por aí”.
O Brazil Journal cita o exemplo do Magnificent Mile, em Chicago, EUA, um dos modelos mais bem sucedidos de BID. “O que foi por muitos anos o principal endereço de grifes da cidade começou a decair no final dos anos 60 com a migração da população branca e mais rica para os subúrbios, a criação de grandes shoppings fora da cidade e o esvaziamento da população na área central.“
“Há 50 anos em operação, o BID da Magnificent Mile mantém um site ativo com eventos de janeiro a dezembro, coordenados com lojas, hotéis, restaurantes e teatros. A organização rotineiramente promove festivais gastronômicos e musicais, decoração especial, promoções com descontos, convida artistas para fazerem instalações e iluminação especial, além, é claro, de ser responsável pela segurança da área”, explica a publicação especializada.
Claro, sabemos que parte dos empresários vão falar que já pagam IPTU, como se seu compromisso com a cidade, estado e país acabasse com o pagamento de impostos. É uma mentalidade que não existe, por exemplo, nos EUA e na Europa, onde doações, voluntariado e serviços suplementares são mais comuns. O próprio DIÁRIO DO RIO vem fazendo sua parte no Centro Histórico e tentando revitalizar a região da Praça XV, com sinais de sucesso. Recentemente, 6 prédios vizinhos à nossa sede foram vendidos a investidores que estão, como nós, fazendo obras de restauro.
Vcs estão criando uma historinha encantadinha para um lugar cuja realidade e outra.O centro do RJ acabou ou acabaram com ele,o golpe final foi o trenzinho do Paes,não vejo recuperação nos próximos 5 anos,falta estrutura, segurança etd comércio q fechou nunca mais será recuperado.Acorda para a realidade,aqui não e Chicago!!!
Pode dar certo e pode não dar. O que está matando o centro do Rio é o VLT bem como também e principalmente a falta de seguranca. O VLT matou as linhas de ônibus que traziam a população para o centro. Simplesmente as pessoas não tem mais como chegar ao centro. A construção do VLT foi uma “sujada” monumental do senhor Eduardo Paes. As empreiteiras ficaram agradecidas.
Pra morar no Centro só se tiver oficina de bicicleta, mercado, segurança e igreja católica aberta com horário das missas
Tudo muito bonito, mas quem povoa o bairro, que são seus moradores, mais uma vez não são ouvidos. São sempre os empresários (que não residem no Centro) e o poder público que tomam iniciativas por sua própria vontade. Uma tecla que venho batendo há anos e ninguém dá atenção: como querem atrair mais moradores para o Centro se nem de um supermercado dispomos, obrigando os residentes, muitos deles idosos, a terem que se deslocar ao Catete, Flamengo, Bairro de Fátima ou até à Tijuca para as compras.
Aliado a isso, a agenda cultural do Centro continua pobre, muito aquém do que merecia. A Cinelândia e arredores, com a diversidade de instalações que possui (Theatro Municipal, Museu Nacional de Belas Artes, Centro Cultural da Justiça Federal, Biblioteca Nacional, MAM, Cine Odeon, etc), está abandonada, verdadeiro abrigo de moradores de rua e latrina a céu aberto, e com falta de eventos de alto nível que a eleve à posição de principal polo cultural do Rio.
Torço para q seja levado adiante, seja mesmo aplicado…e que dê certo…Seria (ou vai ser) muito bom. Masss…só acredito vendo.
De todos os projetos já apresentados para o Rio, este é o que parece ter as maiores condições de funcionar. E não é por menos: se a iniciativa privada gerir os espaços públicos, a resposta velocidade da zeladoria, conserto de danos, tende a ser mais veloz.
Infelizmente, temos um modelo de zeladoria pública que não dá conta de toda a cidade. O Centro do Rio é a região com as melhores condições de se expandir economicamente e residencialmente. Não dá pra perder essa chance.
Pensei o mesmo, o setor público só prejudica a cidade , só falam em aumentar impostos, criar mais órgãos públicos, coordenadorias, sub-prefeituras…Para nada, resultados pífios!!!!! Vem os empresários imbuídos apenas da boa vontade e já apresentam resultados positivos. Mas não sei se isso é uma boa, porque a prefeitura tinha q fazer a sua parte, diminuindo os órgãos públicos, cortando a folha de pagamento e deixando de nomear políticos para cargos comissionados, se não tiver contrapartida, a gente vai ficar pagando impostos para sustentar o oba-oba da prefeitura?????
Baita panfleto…
Me pareceu um pouco eugenista: “mendigos e ambulantes bandeira vermelha”?
Qual é o plano de ação pra esse caso? Elimina-los?
Incrível que um local decadente seja tratado dessa forma “cheirosa” e “empreendedora”.
O ponto zero da questão é econômico. Ninguém faz mendigancia pq quer ou vende coisas na rua, exposto a todo tipo de perigo pelo o sonho de ser “empreendedor” (ambulante).
Historicamente locais de desigualdade e concentração de renda, onde há circulação pulsante de consumo, atrai pessoas que estão em situação de pobreza. O que o Bradesco e as empresas do mercado imobiliário fazem pra mudar esse cenário? Colocam bandeira vermelha?
O que sustenta esse pressuposto?
“E faria aquilo em que a iniciativa privada é tão melhor que a pública, como: paisagismo, promoção comercial, um calendário de eventos e o embelezamento suplementar da área.”
Que empresa pagou o Burle Marx pra fazer o parque o Flamengo? Que empresa promove além da Embratur o Carnaval, o Réveillon, no exterior? Que banco concederia crédito a algum projeto de empresa pra fazer algo como o Porto Maravilha senão o BNDES?
PANFLETO!
Mauro, sua última estrofe quer dizer que o RJ depende do governo pra qualquer coisa. Melhor fechar o RJ, então! Porque se depender do governo, o RJ tá ferrado, liquidado e sem salvação.
Todo lugar do mundo se combate mendigos, não para exterminá-los, mas para repatriá-los aos seus estados de origem, não é digno deixar eles viverem passando necessidade completamente abandonados nas ruas, e também não pode colocar a cabeça debaixo da terra e fingir que o problema não existe. Essas ONGs que distribuem comida também contribuem para proliferação de mendigos, se for investigar mesmo a fundo vai encontrar alguma mutreta, algum interesse escuso. Basta viajar pelo mundo, que vc vai constatar que existem cidades asiáticas que proibem dar comida e dinheiro a moradores de rua, mas isso aqui seria considerado nazista, por aí vai, alguns políticos tem interesse em perpetuar a miséria, pois é assim que são eleitos indefinidamente. Flanelinhas deviam ser presos. Comércio de ferro-velho também, tinha que ter uma política de Tolerância Zero, mas cadê????????
Nossa Prefeitura! É a última a saber. Cadê os guardas municipais atuando na Ordem Pública? O Centro do Rio e agora incorporados Glória, na centralidade: Santa Teresa (só buracos nas ruas e paralelepípedo espalhados, vias que afundam carros, não exigem que os moradores arrumem as calçadas, nada de fiscalização, deixar recado no 1746, Van do 1746, é piada de mau gosto). Dá uma expiada no Parque do Flamengo, FORMIGUEIROS espalhados por toda extensão do parque, sujeira, galhos secos caídos, provavelmente árvores morrendo (cadê o Parque e Jardins). Durante o evento Universo Spanta na Marina da Glória tinha carrocinhas de comidas e bebidas espalhadas pelo parque, redes amarradas nas árvores com pessoas dessas carrocinhas pernoitando. E 0 Prefeitura na fiscalização. Já a polícia do Estado está sempre por perto, e também por alí no Parque, lógico, não dão conta de tanto, seria ótimo ter os guardas fazendo o seu papel. Os cariocas, principalmente, sentem muita vergonha quando vê a CIDADE cheia de turistas, mas a CASA está caindo aos pedaços. Prefeitura e seus administradores regionais estão deixando muito a desejar.
A prefeitura e empresários sempre se esforçam para tentar recuperar o Rio mas o governo do estado e se infindável incompetência não permite, não temos bom policiamento ostensivo e muito menos segurança pública de fato. Ainda querem me convencer que a fusão foi coisa boa.
Prefeitura se esforça??????? Quá, quá, quá, foi o Paespalho que acabou com o centro do Rio, meu caro, olha esse trenzinho piuí que leva do nada a lugar nenhum, matou o comércio, eliminou os ônibus do centro, obras mal-feitas, calçadas esburacadas, ele deixous a cidade completamente destruída, não dá mais pra andar de ônibus no Rio de Janeiro, somente os muito pobres andam de ônibus, é um serviço precaríssimo. Minha prima voltou agora do Japão, meu Deus, lá as ruas são todas asfaltadas, completamente lisas, sem nenhum buraco, o metrô é gigantesco, o centro de Tóquio dá pra andar tranquilamente, é outro mundo.
E quanto aos camelôs na rua Uruguaiana,o prefeito não vai fazer nada? Não sobrou quase nada de calçada,tomaram conta de tudo!
Que maravilha!
Outra pílula contra sede, cuja bula recomenda tomá-la com dois copos d’água toda vez que sentir sede. Infalível.
“Pra frente, Brasil!”