Preso no último dia 07/05, o ex-subsecretário de Saúde do Rio de Janeiro, Gabriell Neves, afirmou, em depoimento prestado na cadeia em 13/05, que o ex-secretário da pasta, Edmar Santos, exonerado do cargo em 17/05, teve participação ativa nas contratações realizadas pelos hospitais de campanha do Governo do Estado. Ainda segundo ele, as propostas apresentadas pelas empresas foram, sim, fraudadas.

Gabriell era o encarregado de assinar os contratos de emergência suspeitos de fraude. Durando cerca de 6 horas, seu depoimento, que posteriormente foi levado direto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), foi tomado por promotores que não estiveram no ato de sua prisão e tampouco participaram da investigação.

Em 39 perguntas, os promotores questionaram ao ex-subsecretário quem havia o indicado ao cargo, e ele, então, disse que isso partiu do próprio Edmar Santos.

Entre os assuntos citados pelo ex-subsecretário no depoimento, Neves comentou a contratação do Instituto Iabas para gerir a construção dos hospitais de campanha no RJ, afirmando que essa decisão foi sua e de Edmar Santos.

Gabriell, entretanto, ressaltou aos promotores que não chegou a se reunir com o ex-secretário para tal e que, no momento de sua assinatura no contrato com o Iabas, o campo para Edmar assinar estava em branco, isto é, ele assinou depois o documento. Neves também fez questão de dizer no que não teve contato com o governador Wilson Witzel.

Outro assunto abordado pelo ex-subsecretário foi o número de produtos e medicamentos, que, segundo ele, sofriam modificações mais de uma vez diariamente, por determinação de Edmar Santos. De acordo com Gabriell Neves, tudo era reportado ao ex-secretário, inclusive por mensagens trocadas muitas vezes ao dia através do WhatsApp, além de ligações telefônicas.

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