José Eduardo Neves Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral, se apresentou na Superintendência da Polícia Federal, no Rio de Janeiro, e foi preso na tarde de quinta-feira, (24/11). José era um dos alvos da Operação Smoke Free, contra uma organização criminosa transnacional especializada em comércio ilegal de cigarros.
Segundo as investigações, uma das funções de José Eduardo no esquema era pagar propina a funcionários públicos.
Na operação policial foram expedidos 27 mandados de prisão, mas, até o momento, apenas 13 foram cumpridos. Um dos presos foi o policial federal Allan Cardoso Inácio de Assis.
Esquema
De acordo com a investigação, iniciada em 2020, o grupo criminoso reiteradamente, com falsificação ou não emissão de notas fiscais, depositava, transportava e comercializava cigarros oriundos de crime em territórios dominados por outras organizações criminosas, como facções e milícias. “Em consequência, efetuava a lavagem dos recursos obtidos ilicitamente e remetia altas cifras ao exterior de forma irregular”, afirma a PF.
Ainda segundo os investigadores, a quadrilha contava com uma célula de serviço paralelo de segurança, coordenada por um policial federal e integrada por policiais militares e bombeiros.
Os investigados podem responder pela prática de crimes de sonegação fiscal, duplicata simulada, receptação qualificada, corrupção ativa e passiva, lavagem de capital e evasão de divisas. Se condenados, podem pegar 66 anos de prisão.
De acordo com as investigações da PF, o grupo criminoso é responsável por causar prejuízos à União de cerca de R$ 2 bilhões.