A Fundação Nacional de Artes (Funarte) confirmou seu retorno ao Palácio Capanema, no Centro do Rio de Janeiro, em 20 de novembro. A novidade foi anunciada em uma coletiva de imprensa realizada durante o G20 Brasil, em Salvador, na Bahia. A mudança marca a volta da instituição à sua sede histórica, de onde havia saído em 2017. As informações são do G1.
Em 2021, o prédio de 16 andares chegou a ser incluído em uma lista de imóveis federais que poderiam ser colocados à venda. No entanto, o governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, intercedeu para que o edifício, ícone do modernismo brasileiro, fosse preservado como sede de instituições culturais.
“A Funarte volta ao Palácio Gustavo Capanema e será a primeira instituição do Ministério da Cultura a ocupar novamente esse edifício histórico, após as obras coordenadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Com essa entrega que o Iphan faz ao povo brasileiro, a Funarte retorna à sua sede às vésperas de seu cinquentenário, comprometida com a Política Nacional das Artes,” declarou a presidenta da Funarte, Maria Marighella.
A coletiva contou também com a presença da ministra da Cultura, Margareth Menezes, e do presidente da Fundação Palmares, João Jorge Rodrigues. Marighella ressaltou o significado do retorno ao Palácio Capanema, especialmente em um momento de revalorização das políticas culturais.
“Nesse Ministério da Cultura renascido, nossa missão é apresentar à sociedade a sua Política Nacional das Artes, um conjunto de políticas que vão promover, garantir e proteger as artes brasileiras, após o recente período de constantes ataques,” destacou Marighella.
Ela também mencionou a importância da Lei Rouanet no financiamento cultural, destacando que 70% dos investimentos da lei são destinados às artes. “Estamos falando de uma política para as artes que se integra ao sistema do Ministério da Cultura, dentro do Plano Nacional de Cultura e do Sistema Nacional de Cultura,” acrescentou a presidenta.
O Palácio Capanema
Considerado um marco da arquitetura modernista, o Palácio Capanema foi a antiga sede dos Ministérios da Educação e da Saúde Pública quando o Rio era capital federal. O edifício tem a fachada decorada com azulejos do artista Cândido Portinari e um jardim projetado pelo paisagista Burle Marx. Além disso, contou com a consultoria do renomado arquiteto francês Le Corbusier, um dos mestres da arquitetura moderna.
Em 1943, o Palácio Capanema foi reconhecido como o edifício mais avançado do mundo em construção pelo Museu de Arte Moderna de Nova York. Sua pedra fundamental homenageia o então ministro da Educação, Gustavo Capanema, cujo nome hoje batiza o prédio.
Uma excelente iniciativa para o Rio. O IPHAN também deveria voltar para sua sede histórica. Nunca conseguiu se consolidar em Brasília, onde não tem espaço adequado, nem físico, nem simbólico, nem sinergético.