Furto de ponto de ônibus: Prefeitura não acionou a PM

Sumiço de abrigo rodoviário no Riachuelo já ganhou apelido de Vigas da Perimetral versão Zona Norte

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Um dia depois do bairro do Riachuelo amanhecer sem a estrutura metálica de um ponto de ônibus da Rua 24 de Maio, uma das principais da Zona Norte, a Secretaria Municipal de Fazenda, responsável pela estrutura, ainda não teria acionado a Polícia Militar sobre o furto. Moradores, que ficaram sem um abrigo enquanto aguardam a condução, mostram revolta pelo descaso. “Algo enorme assim some e ninguém vê. Já estão apelidando de Vigas da Perimetral versão Zona Norte, pois roubam algo difícil na calada da noite e ninguém sabe do paradeiro. Saber que a Prefeitura sequer acionou a Polícia, dá mais ideia de como o bairro está abandonado e que eles estão livres para ganharem dinheiro com a venda em ferro-velho. Não adianta ter decreto para internação compulsória de cracudos se eles têm acolhimento e omissão de punidade“, reclama um militar aposentado, que não quis se identificar.

Por ter um corredor rápido de ônibus, a 24 de Maio é monitorada pelo Centro de Operações da Prefeitura e também está sob tutela da Subprefeitura da Zona Norte. Além do Executivo, três vereadores se identificam como do bairro, um deles, Márcio Ribeiro, é afilhado político justamente do ex-secretário de Fazenda, Pedro Paulo. Ao longo de 2023, a Secretaria de Ordem Pública (Seop) realizou 27 operações em ferros-velhos da região, com 13 interdições e oito autuações. Nelas, foram apreendidos cerca de cinco toneladas de fios e cobres, além de 22 toneladas de materiais diversos.

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Mesmo com furto ao patrimônio da cidade, nem Secretaria Municipal de Fazenda e nem a Subprefeitura da Zona Norte acionou a Polícia Militar para fazer ronda em ferros-velhos

Na via, que ainda liga o sistema rodoviário ao ferroviário, há cada vez menos pontos de ônibus com proteção contra chuva e sol forte. Além do furtado, outra antiga parada foi eliminada com a implantação do corredor de ônibus, em 2013, e até hoje gera descontentamento. “Era uma marquise de uma antiga padaria. Agora, são poucos que tem. É um bairro com muito idoso e este ponto tem que ser reposto do jeito que era. Quem tem que pagar são os criminosos, não a população”, conta a advogada Helena Tavares, de 42.

Embora seja tratado pelas autoridades como vandalismo, o advogado criminalista Carlos Maggiolo explica que por mais que não seja um crime específico, esses atos deixam de ser considerados crimes. “Nesse caso, como estamos tratando de um ‘vandalismo furtivo’, os autores respondem por furto. Pela quantidade, peso e tamanho da res furtiva, deduz-se que houve a participação de mais de uma pessoa na ação criminosa. Assim, os autores desse delito respondem por furto qualificado, cuja pena pode variar de dois a oito anos de reclusão. Contudo, ainda que não houvesse a intenção de furtar nada, como no caso do “vandalismo explícito”, esses indivíduos responderiam pelo crime de dano ao patrimônio público e suas penas seriam de detenção de seis meses a três anos. Porém, na história desse país, as únicas pessoas que foram presas por vandalismo explícito foram os patriotas do 8 de janeiro“, recorda Maggiolo.

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Até o fechamento desta matéria, a Secretaria Municipal de Fazenda não retornou aos questionamentos do DIÁRIO DO RIO e com informação do custo da reposição da estrutura para os cofres públicos.

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5 COMENTÁRIOS

  1. “Porém, na história desse país, as únicas pessoas que foram presas por vandalismo explícito foram os patriotas do 8 de janeiro“, recorda Maggiolo.”

    Olha o advogado que chamam para dar opinião técnica. O cara é do direito e não sabe nem tipificar os tipos de crimes.

    Hahahaha

    • Incrível como ainda tem gente que defende terroristas que destruíram patrimônio histórico e deixou o pais e o mundo estarrecido com tamanha violência

  2. Como descrito na comparação da matéria, se uma administração deixa serem levadas 6 vigas de aço com 40 metros de comprimento, 60 cm de largura pesando 20 toneladas (vide internet) de um terreno que deveria ser controlado por essa mesma administração ou por contratados supervisionados, um roubo de ferragens de parada de ônibus não merece nem a notícia. Deve ter sido levada para venda e, com o fruto do trabalho, deve ter sido convertida em caixas de cerveja e em itens de churrasco. Ajuda o PIB, move a economia, mantém empregos. Afinal, o assalto tem lógica. Crime também tem método e é um negócio. Dudu III é culpado? Não. Somos nós que colocamos um desinteressado pelas coisas da cidade, em especial manter a cidade conservada e funcionando, a liderar a sociedade carioca por vários mandatos.

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