Gentileza gera gentileza: Quem foi José Datrino, o ‘Profeta Gentileza’?

DIÁRIO DO RIO montou uma reportagem sobre a vida do autor da frase que está espalhada pelas ruas da cidade há mais de 40 anos

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Foto: Museu do Amanhã/Divulgação

Em setembro de 2022, a Prefeitura do Rio começou as obras no Terminal Intermodal Gentileza, localizado entre a Avenida Brasil e a Avenida Francisco Bicalho. O Intermodal vai integrar o BRT Transbrasil, com serviços para BRT-s, ônibus normais e até VLR. O nome do local foi inspirado do Profeta Gentileza, por sua frase marcante estar, sempre, presente no Viaduto do Gasômetro. Mas, você sabe quem foi essa personalidade importante para a história do Rio?

Buscando saciar essa curiosidade, o DIÁRIO DO RIO realiza uma matéria sobre a vida de José Datrino, o Profeta Gentileza.

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Foto: Prefeitura do Rio/ Beth Santos

Chamado divino

José Datrino nasceu em 1917, em Cafelândia, no Paraná. O “chamado divino” de profeta veio quando ele ainda era criança, por volta dos 13 anos. José sempre dizia que tinha “uma missão a cumprir na Terra”.

Em 1961, após um incêndio do Gran Circus Norte-Americano de Niterói – no qual morreram mais de 500 pessoas, a maioria, crianças – Datrino afirma, em historias populares, ter ouvido “vozes astrais” e dirigiu-se ao terreno do circo para plantar um jardim sobre as cinzas.

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No local, morou por quatro anos e trabalhou como “consolador voluntário”, confortando com palavras de bondade às famílias das vítimas da tragédia. Lá, ele recebeu dois apelidos: “José Agradecido” e “Profeta Gentileza”.

Viaduto do Gasômetro

José foi um pregador urbano e ficou muito conhecido por suas inscrições, repetidas, em pontos da capital do Rio de Janeiro, mais especificamente nas pilastras do Viaduto do Gasômetro. Testemunhas da época dizem que o homem sempre era visto rondando a região, vestido com uma túnica branca.

As pregações do “profeta” eram voltadas para bondade e o respeito com o próximo e pela natureza. O Profeta Gentileza também oferecia flores para as pessoas que cruzavam seu caminho nas ruas da capital. Sempre com educação e gentileza.

Em 1980, 56 pilastras do Viaduto do Gasômetro, que iam do Cemitério do Caju até o Terminal Rodoviário do Rio de Janeiro – numa extensão de 1,5 km – foram pintadas com inscrições em verde-amarelo, propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização.


José Datrino morreu em maio de 1996, em Mirandópolis, na cidade de São Paulo. Contudo, as palavras escritas pelo profeta ainda são famosas e residem, após mais de 40 anos, no Viaduto – que está sendo transformado. Os murais, tombados pelo Patrimônio do Município em 2000, ainda espalham o grande recado de harmonia, pois, a gentileza ainda gera gentileza.

Homenagens

Em 2000, o professor do Departamento de Arte da Universidade Federal Fluminense (UFF) e coordenador do Movimento Rio com Gentileza, Leonardo Guelman, lançou o livro Brasil: Tempo de Gentileza e, em 2009, publicou também o Univvverrsso Gentileza (Ed. Mundo das Ideias). Ambos inspirados na história de José.

Em 2001, o Profeta foi homenageado na Sapucaí do Rio de Janeiro, pela Escola de Samba Acadêmicos do Grande Rio, com direito a desfile de autoria de Joaozinho Trinta. No enredo, a mensagem principal do Profeta era cantada: “Gentileza gera gentileza, amor”.

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Foto: Reprodução/Memórias da Grande Rio

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5 COMENTÁRIOS

  1. Minha avó e mãe contavam alguns casos desse sujeito que ofendia as mulheres nas ruas que usavam roupas mais curtas, as xingavam de tudo quanto é nome e as perseguia. Era um perturbado, escreveu estas palavrinhas bonitas mas era um louco de pedra. Criaram um mito em cima deste homem sobre “gentileza” mas nunca foi de tal gentileza.
    Vamos parar de florear a história deste homem, a gentileza dele é um Mito de quem nunca o conheceu de verdade, um folclore.

  2. Eu vivi o ” GENTILEZA”.
    Eu o vi por muitos anos ali escrevendo nas pilastras do viaduto.
    Em 1969 passei para a Faculdade de Economia na SUESC e sua presença era constante…
    Eu sei da sua história.
    Saudades…!!!

  3. Concordo plenamente com a Cristina. O sujeito era extremamemnte agressivo, principalmente, em relação a mulheres que estivessem trajando roupas que, no entender dele, fossem “indecentes”. Nossa cidade não precisa de “ídolos” da estirpe desse sujeito. Que descanse em paz.

  4. Tudo folclore, vcs sabem né? Estudava na Cândido Mendes e as garotas como eu tinham horror dele. Xingava de tudo, dizia que as saias estavam curtas, chamava de prostitutas. Era um velho sujo e chato

  5. Cansei de ver esse sujeito na Francisco Bicalho!!!Era agressivo tbm….atacando carros…então..paremos de florear a realidade!!Era um doido de pedra!!!As xxx bem,as xxx surtado!!Dizem alguns q abandonou a família,fugiu para o Rio…então queridos…menos,muuuuito menos com essas lendinhas urbanas

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