A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), através do projeto Replantando Vida, também tem atuado no soerguimento da cidade de Petrópolis. O projeto, cuja finalidade é ressocializar presos que estão nos regimes semiaberto e aberto e em liberdade condicional, está empregando a mão de obra de 85 detentos na remoção da lama e do entulho gerados pela forte chuva que castigou a cidade, na última terça-feira (15), entre outros trabalhos.
A Cedae criou um esquema especial para prestar apoio à cidade. No dia 16, a companhia empregou a mão de obra de 40 detentos na reconstrução de Petrópolis. No dia seguinte, outros 45 chegaram para reforçar o mutirão.
O diretor-presidente da Cedae, Leonardo Soares, fez questão de ressaltar o empenho demonstrado pelos apenados diante da calamidade pública e humanitária que atingiu a cidade serrana.
“Eles trabalham com uma entrega fantástica. São dedicados e assíduos. A participação da mão de obra do Replantando Vida nas atividades em Petrópolis é mais um exemplo da importância desse trabalho para a sociedade”, destacou Leonardo Soares.
O coordenador do Replantando Vida, Alcione Duarte, por sua vez, enfatizou a importância do projeto na ressocialização dos presos, através dos desenvolvimento de atividades que impactem a coletividade de forma positiva.
Emocionado, Alcione Duarte afirmou: “Esse trabalho é muito bom na ressocialização. O sentimento de fraternidade faz com que eles reflitam sobre a vida e a importância do respeito ao semelhante. É um aprendizado muito importante para cada um que está aqui contribuindo e tentando minimizar a dor de muitos”.
Os detentos também estão à frente da descaracterização de roupas piratas que serão doadas à população petropolitana. São mais 90 toneladas de calças, camisas e calçados que terão as etiquetas arrancadas e as marcas extraídas por detentos do Complexo de Gericinó, na Zona Oeste da capital. As roupas foram apreendidas na Operação Foco, da Secretaria de Estado de Governo, e estocadas na Cidade da Polícia Civil
Dez presos cuidam ainda da catalogação e do carregamento das peças em caminhões, no galpão da Delegacia de Crimes contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), na Cidade da Polícia, na Zona Norte do Rio. O material será levado para as penitenciárias Talavera Bruce e Esmeraldino Bandeira.
Segundo Fernando Veloso, secretário de Administração Penitenciária, o emprego da mão de obra de detentos em atividades socialmente significativas permite que eles se sintam úteis, além de vencer a batalha contra a ociosidade dentro das cadeias.
“Essa ação integrada entre as secretarias de Administração Penitenciária, Polícia Civil, Governo e Desenvolvimento Social, além do RioSolidario e da Vara de Execuções Penais, vence importante batalha na guerra contra o ócio dentro das cadeias. Ela demonstra que é possível empregar a mão de obra de presos em ações que beneficiam a sociedade, em especial, nesse momento de tanta dor”, avaliou Fernando Veloso.