Não dá para ir dar um passeio na Lapa sem passar na Escadaria Selaron, que começa na Rua Joaquim Silva. A história deste verdadeiro ponto turístico carioca é, relativamente, curta. Contudo, é rica e colorida. E poucas pessoas sabem, mas a Escadaria é o terceiro ponto turístico mais visitado do Estado do Rio de Janeiro, perdendo apenas para o Pão de Açúcar e o Corcovado!
O artista chileno Jorge Selarón, que morava em frente à Escadaria, estava bastante incomodado com o estado no qual o espaço se encontrava.
Então, em 1990, Jorge Selarón iniciou os trabalhos de renovação da Escadaria. No início, era apenas uma atividade de passatempo do artista. Mas, com o passar do tempo, se tornou uma das grandes obras dele, e se tornou conhecida por seu visual colorido e pelos diversos clips musicais, filmagens e fotografias que a retratam em destaque.
“As pessoas passavam e zombavam de Selarón, enquanto ele colocava os azuleijos na Escadaria. No entanto, isso não o abalou. Muito pelo contrário. A Escadaria se tornou um dos grandes trabalhos de sua vida”, conta o pesquisador Douglas Marcelo da Costa.
A Escadaria tem 125 metros de comprimento e 250 degraus. São mais de 2.000 azulejos coloridos colocados por Selarón, que passou a vender suas pinturas para financiar a revitalização do local.
Após a obra finalizada, Selarón continuava a trocar alguns azulejos. Ele dizia que sua obra nunca estaria completa: “Este sonho louco e único só vai acabar no dia da minha morte”, afirmava o artista.
No início, os azulejos eram retirados de canteiros de obras e montes de resíduos urbanos que Selarón encontrava nas ruas do Rio de Janeiro. Porém, também existem azulejos doados por visitantes de todo o mundo.
Hoje em dia, existem peças de mais 60 países no local. Além disso, 300 peças foram pintadas à mão pelo artista, retratando uma mulher africana grávida. Ele afirmava ser um problema pessoal do seu passado.
Em maio de 2005, a Escadaria Selarón foi tombada pela Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro e Selarón recebeu o título de cidadão honorário do RJ. Além da escadaria, existem outras peças de mosaico do artista espalhadas pelos Arcos da Lapa.
Como disse no início do texto: Não dá para ir dar um passeio na Lapa sem passar na Escadaria Selaron, e os turistas parecem concordar com isso.
Tive a oportunidade de conhecer o local recentemente. Não conhecia essa história. Chama atenção os detalhes de cada azulejo e faz pensar na dimensão do trabalho do artista. Este feito deveria servir de exemplo para todos nós e principalmente para os moradores do Rio de Janeiro que se servem da cidade mas não valorizam o patrimônio histórico e natural que possuem. Ações como essa deveriam se espalhar por vários locais abandonados pelo povo e pelo poder público. Trabalho incrível como este que não se trata de pixação que enfeia a cidade e desvaloriza imóveis e empreendimentos comerciais. Quem ama a cidade e vive do que ela oferece deve também cuidar e ajudar a transformar. Parabéns ao grande artista e cidadão mais do brasileiro!!!!!
De 1957 a 1964, morei na Rua Pinto Martins, uma curta via que começa na própria escadaria, naquele tempo chamada apenas Rua Manoel Carneiro. Era uma escadaria maltratada que ganhou luz e beleza nas mãos desse artista chileno.
A marca do Selaron, através da qual ele assinava suas obras, é o desenho de uma mulata grávida com um filho no colo, muito legal. Quando virem tal desenho lembrem-se do Selaron.
Em relação a escadaria, eu que trabalhava numa empresa, a DEGRAUS, que ficava do lado direito de quem subia a escada a cerca de 25 metros. Passava pelo Selaron e falava. “Fazer esses degrau é mole, quero ver fazer tudo”; ele respondia: “Eu vou fazer.”
GERALMENTE QUEM CRITICA O OUTRO, É PORQUE NAO É CAPAZ DE REALIZAR NADA.ESSE SENHOR,NA MINHA OPINIÃO É UM GRANDE ARTISTA,E DEVE SER LEMBRADO SEMPRE!