A Iniciativa de Direito a Memória e Justiça Racial (IDMJR), organização que atua na Baixada Fluminense e busca a construção de políticas de segurança pública pautada na vida, na garantia do direito à memória para vítimas e familiares da violência de Estado com centralidade no enfrentamento ao racismo estrutural e reivindicação por justiça racial reuniu informações das operações policias e atuação das milícias na Baixada durante o período de isolamento social no Boletim Especial sobre Covid-19 e as Milícias na Baixada Fluminense.
No primeiro trimestre de 2020, o Instituto de Segurança Pública – ISP registrou um total de 283 homicídios dolosos e 132 mortes causadas por autos de resistência na Baixada. Ocorrendo uma diminuição de 4,35% nos casos de homicídios e 15,77% nos autos de resistência na região em relação ao primeiro trimestre de 2019. O instituto ressalta que a queda foi em menor intensidade quando comparado aos dados da capital do Rio de Janeiro para o mesmo período.
Entretando o IDMJR ressalta que as cidades de Mesquita e São João de Meriti,áreas de intensas disputas e recorrentes tentativas de invasão de milícias em um território controlado por facção de tráfico específica, dobraram os registros de casos de homicídios e auto de resistência em relação ao primeiro trimestre do ano passado.
O Governo do Estado do Rio de Janeiro decretou isolamento social em todo o território fluminense no início de março. O que deveria significar a diminuição das operações policiais em favelas e periferias. Porém, essa não foi a realidade.
A IDMJR sistematizou os registros de Operações Policiais na Baixada Fluminense ao longo de todo este ano. E identificou que no 1° trimestre de 2020 ocorreram 138 operações policiais na Baixada, resultando em 20 pessoas assassinadas e 56 pessoas feridas.
Operações Policiais na Baixada Fluminense – 1º trimestre de 2020
No levantamento, o Batalhão que mais realizou operações policias é o de Belford Roxo, com um total de 48 operações em 3 meses. Em Duque de Caxias 44, Queimados 22, Nova Iguaçu 13 e São João de Meriti 11.
Para o Instituto as Operações da Polícia têm impedido ações de solidariedade e combate ao Covid-19 nas favelas e periferias e afirmam: “Mesmo em tempos de isolamento social, o braço armado do Estado promove o genocídio letal da população negra, pobre, favelada e periférica”.
As informações das operações policias e atuação das milícias na Baixada durante o período de isolamento social estão no no Boletim Especial sobre Covid-19 e as Milícias na Baixada Fluminense disponível para acesso. Confira aqui.