Ladrão causa explosão em escola em Bangu ao roubar tubulação de gás e tem 90% do corpo queimado

Em mais um dos recorrentes crimes cometidos por cracudos e moradores de rua na cidade, desta vez o desfecho foi bem diferente: o bandido teve cerca de 90% do corpo queimado e foi encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Albert Schweitzer.

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Foto: Google Street View

A audácia dos criminosos que roubam metais para fornecer aos ferros velhos que compram mercadoria roubada diariamente por toda a cidade vem aumentando consideravelmente no Rio. Além de roubar letreiros de prédios e partes de monumentos históricos, já noticiamos diversas vezes aqui a criminosa destruição de propriedade alheia – e pública – em bairros como Copacabana, Centro, Glória, Riachuelo e Tijuca. A quantidade de furtos de metais só tem aumentado, tendo em vista a impunidade recorrente. Só que desta vez, a coisa foi diferente; o audacioso bandido foi literalmente incendiado, por conta da sua própria ignorância.

O Centro Integrado de Educação Pública (CIEP) Professora Célia Martins Menna Barreto, situado em Bangu, na Zona Oeste do Rio, foi palco de uma grande explosão, na noite de quarta-feira (27/12), causada pela tentativa – desta vez frustrada pelo acaso – de roubo da tubulação de gás da cozinha da instituição. As imagens divulgadas mostram danos significativos na cozinha e em equipamentos do local, e o ladrão acabou mal. Em dezembro de 2021, um outro bandido quase ocasionou tragédia semelhante roubando encanamentos de gás de um empreendimento em Botafogo.

Os agentes da Polícia Militar do 14º BPM (Bangu) responderam à ocorrência encontrando o bandido ferido, tendo sofrido queimaduras em cerca de 90% do corpo. O criminoso, de 19 anos, foi prontamente socorrido pelo Corpo de Bombeiros de Realengo e encaminhado em estado grave para o Hospital Municipal Albert Schweitzer, também na Zona Oeste do Rio.

As equipes da Defesa Civil compareceram à instituição, ainda na madrugada desta quinta-feira (28/12), para inspecionar a infraestrutura do CIEP, que sofreu danos consideráveis, especialmente na cozinha e no refeitório, áreas que demandaram interdição.

Parece que a todo o minuto temos uma novidade neste verdadeiro front de guerra que é a instrumentalização da população de rua e dos adictos pelos criminosos que vivem da compra de metais a peso, em alguns estabelecimentos absurdamente sediados em plena área residencial. Isso sem contar o ‘ferro velho delivery’, itinerante, serviço executado por kombis e caminhões que circulam por todas as zonas da cidade com alto-falantes gritando, em alto e bom som, que compram tudo. Isso, tudo. Quem nunca ouviu a ladainha?  “Compro fogão velho, compro ar condicionado velho, compro geladeira velha, compro grade velha, compro metais, pago em dinheiro”. 

A piada é de tal mau gosto que relatos de uma leitora do DIÁRIO em Irajá dão conta que as tais kombis foram apelidadas pela população carioca, sempre irônica, de “compro tudo que você rouba“. Mas a história piora: a leitora Camila, de Vila Isabel, relatou algo inimaginável até para quem é carioca da gema: ela relatou que foi utilizar os serviços do tal ferro velho delivery para se desfazer de algo que tinha em casa – e que efetivamente pertencia a ela – e após o pessoal da kombi apanhar o material descartado para “pesar na balança que tem no carro” e poder calcular o valor devido, fecharam a porta e arrancaram com o carro e o material dentro, sem nada pagar nada por ele. 

Não há como negar que estes crimes têm, sim, sido executados pela população de rua, que, sabemos, vive em desespero atrás de sua própria sobrevivência assim como de dinheiro para comprar drogas e álcool, ítens que não lhes é permitido consumir nos abrigos mantidos pelo governo. Aliás, temos bons abrigos mantidos pela Cidade e pelo Estado, mas eles não são obrigados a sair das ruas, onde exercem penosos trabalhos – inclusive a mendicância, a prostituição e o ‘delivery’ de drogas pra quem não quer ir até as bocas de fumo – assim como uns catam lixo e outros roubam mesmo fios e metais de todo o tipo. Mas é preciso também deixar bem claro que eles só roubam metais porque alguém compra metais. Português bem claro.

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