Moradores da Gávea lançam campanha contra empreendimento de luxo acusado de ameaçar área de Mata Atlântica

Segundo a associação de moradores, um projeto, que pode ser aprovado pela Prefeitura, foi apresentado ao setor de licenciamento do município e prevê a construção de 18 casas na parte alta do bairro

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Rua Marquês de São Vicente (Foto: Reprodução Vivamap)

A especulação imobiliária na Gávea tem gerado preocupações entre os moradores do bairro, que têm espalhado cartazes pelas principais ruas com a mensagem “Gávea quer continuar verde”. Localizado ao sopé da Floresta da Tijuca, a Gávea se destaca como um dos poucos bairros da Zona Sul do Rio que ainda preserva um certo nível de tranquilidade, com outro ritmo. Porém, a valorização da região e seu elevado IDH – o maior da cidade – atraem a atenção de construtoras e incorporadoras.

A Associação de Moradores da Gávea (Amagávea) tem promovido reuniões para discutir os impactos da venda de terrenos na região conhecida como “Alto da Gávea”, nas proximidades do final da Rua Marques de São Vicente, que abriga mansões e grandes condomínios, em áreas que já pertenceram à Floresta da Tijuca.

Uma das principais preocupações agora é um mega condomínio de 18 casas, planejado para ocupar parte da mata atlântica que tanto o bairro se orgulha. O projeto, que pode ser aprovado pela Prefeitura, foi apresentado ao setor de licenciamento do município e será desenvolvido pela Opy Participações LTDA e pela Carvalho Hosken. A construção está prevista para acontecer nas imediações da Rua Raimundo de Magalhães, após a PUC. Para lidar com a situação, a Amagávea criou uma espécie de “secretaria” dedicada a monitorar a especulação imobiliária na área, organizando um grupo intitulado de “Defesa da Mata da Gávea”, em parceria com moradores do Alto da Gávea.

Recentemente, a associação conseguiu apresentar um pedido de representação ao Ministério Público, incluindo um dossiê com documentos, plantas e fotos que sinalizam inconsistências e ameaças ao meio ambiente. O pedido solicita que o Grupo de Apoio Técnico Especializado (GATE), ligado ao MP, realize uma vistoria no empreendimento.

“Como moradores e cidadãos, para protegermos as características verdes da Gávea temos que manter um olhar atento ao que permite o Atual Plano Diretor 2024 para novos projetos imobiliários” declara Luiza Carneiro, presidente da Amagávea.

A associação ainda reforça: “É exatamente por isso que estamos trabalhando. Afinal, uma ação desse tipo em um bairro ainda preservado como a Gávea, em uma metrópole como o Rio de Janeiro, já afetada por desequilíbrios ambientais causados por centenas de ocupações negligentes, exige o dobro de cuidados. Entendemos que a preservação dessas áreas é essencial para manter o equilíbrio ecológico, proteger a biodiversidade e assegurar a qualidade de vida na cidade a médio e longo prazo.”

Além desse projeto, a Gávea também se depara com outros lançamentos imobiliários. No ano passado, foi lançado o Jardim Pindorama, um condomínio de alto padrão com apenas sete casas, todas vendidas rapidamente. A área de 5.000 m² foi adquirida pela empresária Tanit Galdeano, da TAO Empreendimentos, e está localizada na parte baixa do bairro, próxima à PUC.

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10 COMENTÁRIOS

  1. Infelizmente o atual Plano Diretor abriu portas para a especulação imobiliária tomar áreas verdes em toda a cidade. O racional seria essas construções acontecerem no lugar de prédio abandonados, outros decadentes e ainda mo lugar de construções ilegais, que são milhares em todo o Rio de Janeiro! Qual a força, afinal, de vereadores e deputados urbanistas para preservar nossas matas?

  2. Tem é que fazer mesmo! Não fizeram nas matas da Tijuca e adjacentes? Que façam também nessas áreas! Morador da ZS não idolatra favela e favelado??? Então toma!!!!!

  3. Pois é, a Rocinha pode se expandir, já participei de várias reuniões da Ama(?)Gávea… eu fico pensando, o que existia antes no lugar hoje ocupado pelos prédios onde moramos?

  4. A inauguração da estação Gávea vai pressionar ainda mais a especulação!!! Política habitacional das esferas políticas é inexistente. O que existe é falta de coragem pra coibir e reelocar 40% da Roci ha q está nas encostas pra reflorestar por exemplo. E o q temos é cmaradagem ppra aprovar empreendimentos com acordos obscuros. Pra se eleger o Paes aprovou absolutamente tudo. Só quis embarrera o estacionamento do futuro estádio do Flamengo pq compete com os acordos informais com o pessoal do VLT q é mais beneficiado pela criação do TIG, enquanto a população vai ter q pagar outra tarifa e gastar um tempo q seria reduzido se o Transbrasil chegasse a Candelária como estava previsto.

  5. Rocinha pode se expandir numa boa, não é?
    Hoje, nove ônibus sequestrados e usados como barricada.
    Carioca tem mesmo que tomar naquele lugar.

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