Papo de Talarico: Encontre o Tsuru de Niterói

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Pôr do Sol no Parque da Cidade em Niterói
Pôr do Sol no Parque da Cidade em Niterói (foto: Alvaro Tallarico)

Um boneco de madeira em meio a gaivotas feitas de papel, ou seja, origamis de Tsurus, aves sagradas do Japão. Logo depois, o boneco de madeira fazia malabares com mandalas em meio ao furacão colorido. Um arco-íris de arte. Foi isso que vi na exposição do MAC, Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Eram obras de Denise Berbet, nascida em Nova Friburgo, em 1965, e moradora da Terra de Arariboia. O fio orgânico me conduzia por diversas belas obras dentro da arquitetura de Oscar Niemeyer, onde a beleza natural ao redor é intensamente contemplada.

Alguns bairristas tendem a dizer que o melhor de Niterói é a vista para o Rio. Ok, realmente, sair da rua Otávio Carneiro e dar de cara com aquele visual é incrível. Dá para ver a Pedra do Índio, a Pedra de Itapuca, o MAC, o Corcovado, o Pão de Açúcar e mais. A questão é que ao ultrapassar a ponte, a sensação muda. A vibração é outra, diriam alguns. E é mesmo. Niterói é uma cidade grande, mas que mantém um certo ar provinciano. Nem tudo é perfeito, pois achei impressionante a minha dificuldade para atravessar algumas ruas, a maioria dos motoristas não usava seta indicando que ia virar. Ah, mas deve ter sido algum azar… Apesar de que nos dias posteriores tive a mesma impressão. Por outro lado, sou um motorista acostumado com o trânsito caótico do Rio de Janeiro, com uma profusão de mal-educados.

Milho e naves extraterrestres

Parei para comer um creme de milho em um ambulante perto do simbólico Campo de São Bento e engatamos uma conversa. Ele disse que havia morado no Catumbi, mas não saía de Niterói por nada, que era muito melhor, mais tranquilo. Também afirmou que o povo de Niterói não sabia muito bem se divertir, brincar, beber. Nesse caso, me faltam experiências para comprovar. No Rio de Janeiro, se tem uma coisa que o povo sabe é fazer festa, muitas vezes com ares de uma desorganização organizada.

Certa tarde, após comer um Rostie de Cogumelos na Casa Graviola, mergulhei na praia de Icaraí. O nome, de origem Tupi, significa “água benta, água santa, rio sagrado ou rio salgado”. É praia da Baía de Guanabara e sofre com a sujeira, mas estava convidativa e mergulhei sem medo. Até o presente momento, sigo vivo, quiçá, revigorado. Posteriormente, conheci o Barletta, uma padaria recente, totalmente vegana, com diversas massas deliciosas. Antes, tomei um açaí na loja ao lado misturado com pitaya e iogurte grego.

Por fim, o atardecer no Parque da Cidade já é tradição. Apaixonante. Um ar quase gélido abraçava-me enquanto a bola de fogo queimava a cadeia de montanhas e o fogo crepitava nas nuvens com jeito de naves extraterrestres. Ainda bateram palmas quando o sol desceu, como no Arpoador. Diferentemente do que o vendedor de milho disse, acho que niteroiense sabe viver.

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