Novo projeto de segurança implanta circuito de câmeras para monitorar igrejas tombadas do Rio

A Arquidiocese do Rio, o BNDES e a Vale se uniram para garantir a segurança dos inestimáveis acervos sacros do Rio. A tecnologia de proteção já foi instalada no Centro e em Jacarepaguá e, nos próximos dias, será implementada em Paquetá

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Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores. Foto: Divulgação.

A parceria entre a Arquidiocese do Rio de Janeiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Instituto Cultural Vale está promovendo a instalação de um sofisticado circuito de câmeras de segurança para monitorar algumas das mais antigas e emblemáticas igrejas cariocas, como parte do projeto de Inventário dos Bens Culturais da Arquidiocese, uma etapa considerada de grande importância.

Uma das primeiras igrejas a receber essa tecnologia foi a de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no Centro do Rio (Rua do Ouvidor). Desde a semana passada, o templo, conhecido por ser uma das construções mais charmosas da região, está sendo monitorado por um novo sistema de câmeras de segurança. A iniciativa, que também foi instalada na Capela São Gonçalo do Amarante do Antigo Engenho do Camorim, em Jacarepaguá, vem como um reforço importante para a proteção dos milhares de bens culturais religiosos das igrejas centenárias da cidade.

A região ao redor da Lapa dos Mercadores, na Rua do Ouvidor, já era monitorada por outra tecnologia de segurança, a startup Gabriel, que vem ganhando espaço pelas ruas da Região Central. A instalação dessas novas câmeras é parte de um projeto mais amplo que, nos próximos dias, expandirá a proteção para duas igrejas na Ilha de Paquetá, que são tombadas pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH). A idéia é expandir o projeot para igrejas tombadas que ainda não possuem tal proteção.

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Daisy Ketzer, assessora de Patrimônio Cultural do Cardeal Dom Orani João Tempesta, destacou a importância desse projeto para a preservação do patrimônio cultural. “Se não fossem projetos como este, muitos templos não teriam condições de contar com essa importante ferramenta de proteção” afirmou Ketzer. Ela explicou que, nesta etapa, cerca de 15 monumentos serão protegidos, e mais 15 estão ainda aguardando aprovação para instalação, tanto pelo IPHAN quanto pelo IRPH. “Quinta feira passada, a igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, centenário monumento no Centro do Rio – tombado pelo IPHAN, foi contemplada. Outros quatro templos já receberam a mesma proteção”, afirma o padre Silmar Fernandes, curador da Comissão do Patrimônio Histórico e Cultural da Arquidiocese.

Vale ressaltar que a Irmandade dona da Igreja dos Mercadores vem tentando recuperar bens religiosos que foram roubados de seu acervo desde a década de 70. Parte dos objetos religiosos do século XIX, tombados pelo IPHAN, foram devolvidos após uma investigação iniciada pela Polícia Federal em outubro de 2023. As peças estavam desaparecidas há pelo menos 50 anos e foram encontradas em um catálogo de leilão, o que demonstra a importância da vigilância contínua e da proteção das igrejas. As peças estão de volta à exposição pública.

“A importância da ação é de tamanha magnitude que numa das igrejas recentemente protegidas, em menos de uma semana já ocorreu uma tentativa de furto que foi investigada com o uso das imagens”, explica Ketzer.

Busca de patrocínio e futuro do Projeto

Embora o projeto esteja avançando, a conclusão do Inventário dos Bens Culturais da ArqRio ainda está pendente, especialmente para monumentos nas regiões de Jacarepaguá, Leopoldina e nas Zonas Norte e Sul do Rio. Atualmente, o BNDES está avaliando o projeto, e também foram apresentados potenciais parceiros privados. A verdade é que ainda não há patrocinadores suficientes. Aqueles interessados em apoiar a iniciativa podem entrar em contato pelo e-mail: patrimonioarqrio@gmail.com.

O Cardeal Dom Orani João Tempesta expressou seu entusiasmo e compromisso com a preservação cultural: “Estamos testemunhando um momento ímpar na história brasileira e, em especial, quanto aos monumentos católicos e suas comunidades. Participando ativamente da salvaguarda desses preciosos bens, reforçamos nosso compromisso com a preservação cultural e promovemos a evangelização através da beleza da arte sacra para os homens e mulheres do nosso tempo e do porvir.”

O catálogo dos Bens Culturais da Arquidiocese, fruto do projeto cultural, já teve seu primeiro volume publicado e está disponível para consulta online através de inventarioarqrio.com.br.

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