A situação da Covid-19 no Rio de Janeiro, após meses de leve melhora, volto a piorar. Se a cidade fosse um paciente, estaria em coma. Desde a última terça-feira (24/11), a quantidade de pacientes com a doença precisando de leitos de UTI é maior que o número de vagas disponíveis nos hospitais públicos do município do Rio de Janeiro. Na manhã desta quarta-feira (25/11), 86 pacientes precisavam de vagas em UTI, mas só haviam 37 leitos na cidade.
O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou na última terça que, pelo menos por enquanto, não pensa em implementar um “lockdown“, (fechamento total de estabelecimentos e bloqueios de rua) no estado. Ele ainda disse que a ideia do Poder Público é intensificar as fiscalizações e apostar na conscientização da população.
“Não fecharemos nada neste momento. A nossa ação é de conscientização. Fizemos um pacto para que a gente aumente as regras de higiene e tenha uma maior capacidade de atendimento“, afirmou o governador.
Contudo, a opinião do governador gera discordâncias entre especialistas.
“Perdemos o controle da liberação (e aí cabe uma outra discussão sobre os motivos porque isso aconteceu), e possivelmente vamos em breve estar novamente com um elevado número de mortes e sem vagas nos hospitais. Basta ver a dificuldade que se tem hoje, em comparação com poucas semanas atrás, de se fazer o teste para o COVID. Aos trancos e barrancos, com o sistema de saúde muito sofrido, conseguimos passar pelo primeiro pico, mas não era hora de abrir a guarda, e não estou falando de medidas drásticas, não! O povo não está nem mais usando máscara! E do jeito que está, não é possível descartar a necessidade de indicação de um novo lockdown, o que se torna um outro problema, já que estamos chegando em época de festas”, informa a médica Ingrid Bandeira Moss.
O mesmo governo do estado do Rio de Janeiro disse que não vai mais remontar os hospitais de campanha que foram desativados.
Sobre se estamos vivendo uma segunda onda ou ainda nem passamos da primeira, Ingrid comenta: “Alguns dizem que estamos passando pela segunda onda, outros dizem que nem acabou a primeira. Isso importa muito pouco na verdade, especialmente para quem está lidando com esse aumento exponencial do número de casos de COVID-19 que estamos enfrentando agora”.
O problema não se limita à rede pública de saúde e seus responsáveis. De acordo com Graccho Alvim, diretor da Associação de Hospitais do Estado do Rio de Janeiro (AHERJ), a taxa de ocupação na capital está bem perto do seu limite máximo. Nesta quinta-feira, 26/11, foi registrado que 97% dos leitos da rede particular de saúde para a Covid-19 estão ocupados.
Mas o que podemos fazer para sairmos dessa situação da melhor forma possível?
De acordo com especialistas, é preciso intensificar o controle sobre as medidas de distanciamento social, e atitudes verdadeiramente efetivas são urgentes. Além disso, a testagem em massa também seria uma medida de extrema importância para detectar casos, especialmente entre pessoas pouco ou não sintomáticas.
“Neste momento, mais do que nunca, é crucial levar a sério as orientações de organizações de saúde. Combater a pandemia de Covid-19 é um imenso desafio e para Médicos Sem Fronteiras essa também tem sido uma tarefa árdua. Estamos diariamente adaptando as estratégias para tentar deter o vírus da maneira mais efetiva. Uma coisa é certa: os dados disponíveis mostram que é preciso romper as cadeias de transmissão. Isso significa que medidas rígidas de distanciamento social são cruciais”, informa a Médicos Sem Fronteiras.
Além disso, os especialistas falam nas medidas básicas e essenciais como o uso de máscaras e evitar locais aglomerados.
Será que vamos conseguir?
Não, não vamos conseguir. Pelo motivo simples desta cidade ser uma Zona, onde não há nenhuma conscientização da população. E o poder público (?) é praticamente inexistente. A soma desses fatores potencializa, e define, a tradicional zona q é o RJ. Num país q teve covidão em vários estados, não poderia ser diferente.
Esta situação só será resolvida com vacina. Até lá ainda vai morrer muita gente.