A realização da cúpula de chefes de Estado do G20, acompanhada de eventos oficiais e paralelos, promete movimentar a economia do Rio de Janeiro em quase R$ 600 milhões. O impacto econômico e social do encontro, que acontece no Museu de Arte Moderna (MAM), foi revelado no estudo “G20 em Dados”, produzido pela gestão do prefeito Eduardo Paes. As informações são de Lauro Jardim/O Globo.

Além da relevância diplomática, o G20 no Rio de Janeiro impressiona pelos números e pela complexidade logística. O evento traz superlativos que refletem seu alcance global e o impacto direto na cidade.

Números do G20 no Rio

• 42 eventos oficiais realizados na capital fluminense, incluindo a cúpula de chefes de Estado nos dias 18 e 19 de novembro, além de 104 eventos paralelos iniciados no final de 2023.
• Mais de 900 horas de programação, somando os eventos oficiais e atividades complementares.
• 120 mil participantes mobilizados na cidade, entre os quais 270 são ministros ou vice-ministros estrangeiros.
• Presença de seis vencedores do Prêmio Nobel, incluindo:
  • Serge Haroche (Física, 2012)
  • May-Britt Mosser (Medicina, 2014)
  • David MacMillan (Química, 2021)
  • Richard Roberts (Medicina e Fisiologia, 1993)
  • Nadia Murad (Paz, 2018)
  • Kip Thorne (Física, 2017)
• R$ 595,3 milhões movimentados, considerando:
  • R$ 226,3 milhões em despesas operacionais, incluindo logística e segurança;
  • R$ 32 milhões investidos na reforma do MAM;
  • Gastos de participantes com hospedagem, alimentação e serviços na cidade.
• 550 servidores públicos mobilizados, distribuídos entre 27 órgãos municipais.
• 180 câmeras de segurança instaladas para monitorar as atividades e garantir a segurança dos participantes.
• 939 veículos destinados ao controle de tráfego e escolta das delegações internacionais.
• 345 novos pontos de iluminação pública ao redor dos locais de eventos, com atenção especial para as áreas do MAM.

Logística e infraestrutura

O estudo foi realizado pelo Instituto Fundação João Goulart, em parceria com o Comitê Rio G20 e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Econômico do Rio de Janeiro. A infraestrutura robusta e os investimentos reforçam o compromisso da cidade em sediar eventos globais de grande porte.

O prefeito Eduardo Paes destacou a importância do G20 para a projeção internacional do Rio de Janeiro:
“O G20 é uma oportunidade única de mostrar a capacidade do Rio de Janeiro de organizar eventos de alta complexidade e relevância mundial. Além do impacto econômico, reforçamos o papel da cidade como palco de grandes decisões globais.”

Destaque para o MAM e segurança reforçada

O Museu de Arte Moderna (MAM) foi escolhido como sede principal da cúpula e passou por uma reforma de R$ 32 milhões. A revitalização incluiu melhorias no espaço físico, aumento na capacidade para eventos e reforço da iluminação pública nos arredores.

A segurança também é uma prioridade, com o uso de tecnologia de monitoramento e um esquema envolvendo centenas de profissionais. Segundo a Secretaria de Ordem Pública, o objetivo é garantir que o evento transcorra com tranquilidade e sem incidentes.

O impacto para o Rio

O G20 coloca o Rio de Janeiro no centro das atenções globais, atraindo líderes mundiais, especialistas e representantes de organizações internacionais. O evento não apenas movimenta a economia, mas também reafirma o papel estratégico da cidade como sede de grandes eventos internacionais.

“O legado que o G20 deixa para o Rio vai além dos números. É uma oportunidade de mostrar a capacidade de organização da cidade e de abrir portas para futuros eventos dessa magnitude,” afirmou um representante do Comitê Rio G20.

A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (11) o início da operação comercial da Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) no Complexo de Energias Boaventura, em Itaboraí, no estado do Rio de Janeiro. A instalação entrou em fase comercial no domingo (10) e já é capaz de processar 10,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. As informações são do Agenda do Poder.

A expectativa da estatal é dobrar essa capacidade até a metade de 2025, com a inauguração do segundo módulo da UPGN. O gás processado na unidade será escoado dos poços do pré-sal por meio do Rota 3, um gasoduto de alta capacidade inaugurado em setembro deste ano.

Um marco na infraestrutura de gás natural

O início da operação da UPGN de Boaventura representa um marco para a infraestrutura de gás natural do Brasil. Trata-se do primeiro grande projeto da Petrobras nesse segmento em pelo menos oito anos. O complexo foi projetado para fortalecer a oferta de gás natural no mercado nacional, processando o gás extraído das reservas do pré-sal.

De acordo com William França, diretor de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, o projeto reforça o compromisso da estatal com o mercado interno:
“A partida comercial da UPGN do Boaventura consagra o início de um projeto integrado com alta complexidade operacional, que vai desde a exploração até a entrega na saída da UPGN, e reafirma o nosso firme propósito de ofertar um maior volume de gás ao mercado nacional,” afirmou.

Complexo Boaventura e o Rota 3

O Complexo de Energias Boaventura, antigo Comperj, foi reformulado pela Petrobras para focar no processamento de gás natural. A infraestrutura da unidade é integrada ao Rota 3, gasoduto que conecta os poços do pré-sal à refinaria.

O Rota 3 é um dos projetos mais ambiciosos da estatal nos últimos anos, com capacidade para transportar grandes volumes de gás natural diretamente das plataformas offshore para o continente. Ele foi inaugurado em setembro e viabiliza o escoamento eficiente de gás para a UPGN.

Benefícios para o mercado nacional

A produção da UPGN é voltada inteiramente para o abastecimento do mercado interno, contribuindo para reduzir a dependência de importações e fortalecer a matriz energética nacional. O gás processado poderá ser utilizado em diferentes setores, como geração de energia, indústrias e transporte.

A Petrobras aposta na UPGN de Boaventura como um ponto estratégico para o desenvolvimento do mercado de gás natural, ampliando a oferta com volumes significativos provenientes do pré-sal.

Expansão futura

A duplicação da capacidade de processamento da UPGN prevista para 2025, com o segundo módulo, ampliará ainda mais a oferta de gás natural. O projeto faz parte da estratégia da Petrobras para consolidar o Brasil como um dos maiores produtores globais de gás.

O Aeroporto Internacional Tom Jobim, o Galeão, será o principal ponto de chegada de líderes mundiais e delegações durante o G20, que acontece entre os dias 14 e 20 de novembro no Rio de Janeiro. A RIOgaleão, concessionária responsável pelo terminal, prevê a movimentação de 2 mil voos, um aumento de 87% em relação ao mesmo período de 2023.

Com o fechamento temporário do Aeroporto Santos Dumont nos dias 18 e 19 de novembro, o Galeão será a única opção para operações aéreas na cidade durante a cúpula. A expectativa é de que cerca de 326 mil passageiros passem pelo terminal neste período, representando um aumento de 68% em relação ao ano passado.

Preparativos e reforços operacionais

Para receber o aumento na demanda, o Galeão adotou medidas de reforço estrutural e operacional:

• Reformas na área de desembarque internacional: Espaços foram adaptados para atender delegações oficiais.
• Reforço nas equipes de limpeza e manutenção: Garantindo maior agilidade no fluxo de passageiros.
• Ampliação no transporte terrestre: Frota extra de táxis e carros por aplicativo foi solicitada para atender ao aumento na movimentação.

O superintendente do Galeão destacou a importância do evento:
“O G20 é um marco para o Rio de Janeiro e para o Brasil. Estamos trabalhando para garantir a melhor experiência aos visitantes e assegurar que o aeroporto opere com eficiência em um momento de alta demanda,” afirmou o executivo.

Fechamento do Santos Dumont

Como parte das medidas de segurança, o Aeroporto Santos Dumont, localizado no Centro do Rio, terá suas operações interrompidas nos dias 18 e 19 de novembro, durante a realização da cúpula no Museu de Arte Moderna (MAM). Os voos programados para o Santos Dumont serão redirecionados ao Galeão, aumentando ainda mais a demanda no terminal.

De janeiro a abril deste ano, o Galeão já recebeu 593 mil passageiros internacionais, um crescimento significativo no fluxo aéreo que reflete a retomada do turismo no Brasil e reforça sua posição como um dos principais hubs do país.