O Palácio Capanema, um marco do estilo modernista do Centro do Rio, enfrenta incertezas quanto ao seu retorno às atividades devido a atrasos significativos nas verbas destinadas às obras de restauração. O prédio, que tinha sua reabertura parcial anunciada para este mês, pode ter a inauguração adiada por conta de um déficit de mais de R$ 5 milhões acumulado desde julho. As informações são do jornalista Ancelmo Gois.
Responsável pela liberação dos fundos, o Ministério da Fazenda ainda não regularizou os pagamentos. O Palácio Capanema seria novamente ocupado pela Fundação Nacional de Artes (Funarte), marcando o retorno da instituição à sua sede histórica, de onde saiu em 2017.
O plano original previa que o prédio abrigasse uma série de espaços para exposições focadas em temas relacionados à arte e à formação da sociedade brasileira, desde a cultura popular até as manifestações afro-brasileiras. Inicialmente, a data de abertura estava marcada para o dia 20 de novembro, mas os atrasos financeiros colocam essa programação em risco — e que podem ser jogadas somente para 2025.
Em 2021, o prédio, que conta com 16 andares, foi incluído em uma lista de imóveis federais que poderiam ser vendidos. No entanto, a intervenção do governador do Rio, Claudio Castro, garantiu a preservação do edifício como sede de instituições culturais, sublinhando sua importância como um ícone do modernismo brasileiro.
Palácio Capanema
Considerado um marco da arquitetura modernista, o Palácio Capanema foi a antiga sede dos Ministérios da Educação e da Saúde Pública quando o Rio era capital federal. O edifício tem a fachada decorada com azulejos do artista Cândido Portinari e um jardim projetado pelo paisagista Burle Marx. Além disso, contou com a consultoria do renomado arquiteto francês Le Corbusier, um dos mestres da arquitetura moderna.
Em 1943, o Palácio Capanema foi reconhecido como o edifício mais avançado do mundo em construção pelo Museu de Arte Moderna de Nova York. Sua pedra fundamental homenageia o então ministro da Educação, Gustavo Capanema, cujo nome hoje batiza o prédio.