Patrimônio histórico do Rio, casa do Barão de Mauá, em Santa Teresa, está à venda por R$ 4,2 milhões

Na década de 1940, a pintora Djanira, colocou em funcionamento a Pensão Mauá, onde se hospedaram artistas nacionais e internacionais

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Casa do Barão de Mauá, em Santa Teresa, Centro do Rio / Google Maps

Tombada pelo Instituto Rio Patrimônio da Humanidade (IRPH), a histórica casa que pertenceu a Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá, localizada no charmoso bairro de Santa Teresa, no Centro do Rio de Janeiro, está à venda por R$ 4,2 milhões. À frente da negócio encontra-se a Sérgio Castro Imóveis, imobiliária com mais de 70 anos de experiência no mercado de imóveis comerciais.

A casa ainda conta com a sua fachada completamente preservada. As laterais, no entanto, foram descaracterizadas pelas ações dos vários ocupantes do imóvel ao longo do tempo. O local guarda a memória de grandes personagens da história do Rio e do Brasil, tendo no Barão de Mauá, certamente, o seu maior expoente.

Na edificação se hospedaram Manuel Bandeira, Carlos Scliar e Milton Dacosta, entre outros artistas brasileiros e estrangeiros. Na década de 1940, a pintora e artista plástica Djanira, colocou em funcionamento a Pensão Mauá. Anos depois, o local deu espaço a uma escola que atendeu aos estudantes de Santa Teresa.

Em entrevista ao portal G1, o diretor da imobiliária, Cláudio André de Castro, destacou que os imóveis tombados geram desinteresse em muitos compradores por desconhecimento sobre como proceder na hora de reformá-los e dar a eles uma finalidade de uso.

“Não é qualquer comprador que tem interesse em imóvel tombado. Tem gente que acha que imóvel tombado é aporrinhação, pois tem que conseguir adequação junto aos órgãos de patrimônio. As pessoas têm uma noção errada de que sai tudo muito caro e isso afasta muita gente. É importante que o proprietário de um imóvel tombado busque quem tem hábito de negociar este tipo de imóvel”, disse Claudio André ao veículo.

Atualmente, segundo o empresário, a casa é de propriedade de uma rede internacional de hotelaria, que havia idealizado uma destinação para a edificação, mas acabou mudando o projeto. A casa tem 600 metros quadrados e quintal instalados em um terreno de 1,5 mil metros quadrados.

A pandemia, de acordo com Cláudio André de Castro, impactou de forma negativa o mercado de imóveis históricos, freando as transações e interesses dos compradores deste tipo de propriedade. Tendência que vem sendo revertida por conta da atuação de profissionais que trabalham com edificações de alto valor imaterial, que despertam o interesse de cariocas e estrangeiros desejosos investir na cidade.

“Geralmente é um comprador que tem um plano de empreendimento para o local ou, como acontece muito em Santa Teresa, os estrangeiros, que investem milhões por ano na região. Chegam, se apaixonam e depois dizem: ‘Quero isso aqui’”, afirmou Castro, destacando que muitos imóveis comprados são reformados  e alugados para empreendimentos comerciais – potencial da casa do Barão de Mauá: “Ela tem uma vocação comercial. Nada impede que ela seja usada para fins residenciais, mas a vocação é mais comercial pelo grande movimento”, finalizou Cláudio André de Castro.

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