População carioca tem ido mais às ruas nos últimos dias, desrespeitando a quarentena

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Foto: Caio Blois/UOL

Passados cerca de 40 dias do início oficial da quarentena no Rio de Janeiro, a população carioca, mesmo em meio ao constante aumento no número de casos confirmados e consequentes óbitos, parece reduzir, por conta própria, as determinações de isolamento social impostas pelo Poder Público e os respectivos órgãos relacionados à Saúde.

Na Zona Sul da cidade, por exemplo, o que se viu nesta sexta-feira (24/04) foi um Largo do Machado com bastante fluxo de pessoas e uma grande quantidade de vendedores ambulantes.

População carioca tem ido mais às ruas nos últimos dias, desrespeitando a quarentena
Calçadas do Largo do Machado cheias nesta sexta (24/04) – Foto: Roberto Moreyra/Agência O Globo

Segundo as taxas de isolamento social contabilizadas pela empresa Cyberlabs, que utiliza, além de inteligência artificial, imagens das câmeras do Centro de Operações da Prefeitura (COR.Rio), o bairro de Botafogo, que já chegou a ter redução de 80% de pessoas circulando pelas ruas comparado ao período anterior à pandemia, até às 17h desta sexta apresentava somente 69%. Já em Copacabana, a taxa era de 76%. Lá, lojas de serviços considerados não-essenciais, como o comércio de brinquedos, por exemplo, funcionavam normalmente.

”Há bairros que desde o início do isolamento exigem cuidado maior, como Botafogo e Copacabana, onde moram muitos idosos e há muitos casos de coronavírus”, diz Felipe Vignoli, engenheiro mecatrônico e sócio-fundador da Cyberlabs.

Ainda de acordo com Vignoli, na Zona Oeste do Rio, Jacarepaguá apresentava baixa diminuição, de 74%. Já a Barra da Tijuca, bairro que possui o maior registro de doenças na cidade até o momento (244 casos), tinha taxa de 88%, considerada boa.

”Um fator que impacta muito no isolamento é data festiva, como os feriados dessa semana, além de chuva, que faz com que as pessoas fiquem mais em casa”, explica Felipe.

Alexandre Caderman, chefe-executivo do COR.Rio, diz que teme, para os próximos dias, que o isolamento social seja ainda menos respeitado por quem pode ficar em casa.

”O que a gente agora vai observar é se o uso obrigatório da máscara (em vigor desde a última quinta-feira) vai levar as pessoas a saírem mais de casa por se sentirem mais protegidas. O que não deve ocorrer; a orientação é continuar o isolamento”, diz Caderman.

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3 COMENTÁRIOS

  1. A imagem utilizada na matéria parece ser de Campo Grande – onde agora estou – que realmente está com o calçadão (mas não só) com um considerável movimento de pessoas.
    Há algumas lojas (Americanas) que funcionam de portas abertas controlando a entrada. Outras, aparentemente fechadas (e que não são serviços essenciais) mas que só tocar a campainha para entrar – quando não está com porta meio aberta meio fechada.
    E toca o barco assim. No desrespeito.
    Infelizmente aqui os governos regional e local não previram em seus decretos (nem mandou proposta para o legislativo) a imposição de multa para quem desrespeita o isolamento social – medida que deve vir antes de prisão (que não é razoável se não concorrer outros fatores)

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