Durante um bom tempo, quem passava perto do Quartel General do Corpo de Bombeiros, em frente à Praça da República, via andaimes e um trabalho de restauro em progresso num dos prédios mais bonitos da região. Trata-se da antiga sede da Sociedade Italiana de Beneficência e Mútuo Socorro, na Praça da República, número 17, um imóvel tombado pelo município e que andava muito mal cuidado.

O prédio de dois pavimentos foi construído em 1907 e segundo a Prefeitura, tem 856 metros quadrados. Anos atrás, estava à venda por 3 milhões de reais, no estado em que estava (foto ao lado). Segundo informações de especialistas do mercado imobiliário, ele pertence a um empresário português, dono da loja de materiais de construção Palácio da Ferramenta, uma das mais tradicionais do centro do Rio. Eles afirmam que o empresário costuma investir em edifícios históricos e restaurar suas fachadas.

A localização é próxima da nova sede da Petrobras, e tem sido alvo de investimentos imobiliários nos últimos anos. O prédio, agora com o restauro pronto, ficou deslumbrante, e foi alvo de comentários em grupos de Facebook que tratam do Patrimônio Histórico. Viva o Centro!

Com o intuito de destacar um trabalho de restauro muito bem feito, nosso fotógrafo Rafa Pereira esteve no local e realizou uma sessão de fotos da fachada do imóvel. Veja!
O imóvel foi descrito assim no grupo Fotos, Fatos e Histórias do Rio Antigo, no Facebook, por Célia Fontoura:
O lindo prédio foi projetado por Antonio Jannuzzi, italiano de nascimento e brasileiro por adoção, que por seus feitos pelo país e pela comunidade italiana acabou recebendo o título de Comendador Jannuzzi.
O conjunto eclético de linhas classicizantes se apresenta dotado de grande riqueza decorativa em sua fachada com elementos florais e volutas no restante de sua área.
No Primeiro Pavimento temos um frontão triangular sobre a porta principal ali estão as iniciais SB. A inscrição BENEFICENTIAE NOLITE OBLIVISCI – traduzido, ‘NÃO SE ESQUEÇA DA BENEFICÊNCIA’, se encontra no entablamento desta mesma porta de entrada, um lembrete para aqueles que adentram o recinto.
As demais portas são de enrolar, típicas da arquitetura comercial carioca do século XX. Todas as portas e sacadas do segundo pavimento estão arrematadas por arcos no interior dos quais estão cartelas e baixos relevos dispostos simetricamente.
O arco central constitui exceção, pois nele se encontra o brasão de armas do reino unificado da Itália, que durou de 1861 até 1946, quando a população italiana, via referendo, optou pela República. Uma cruz branca sobre escudo grená encimado por coroa lembrava ao mundo que a Itália era governada pelo Rei Vitor Emanuel III (1869-1947).
A fachada tem a data de 1907 – provável ano de inauguração, mas as cartelas laterais trazem em romanos as datas de 1854 e 1906. O grupo escultórico do coroamento simboliza a vocação maior instituição “A Adoção”, Duas mulheres que amparam quatro crianças – duas para cada uma.
Todos estão vestidos em andrajos, em evidente sinal de pobreza absoluta. A mulher vista de pé carrega um saco de alimentos e está pronta para dar de comer a quem tem fome, como as duas crianças que, com as mãos estendidas, lhe pedem comida.
Ela é a própria personificação alegórica da ideia de Adoção. A outra mulher, sentada, representa a mãe que, mesmo sem ter o que comer e o que dar de comer aos filhos, nunca os abandona.
O que acharam da arquitetura do edifício?

Maravilhosa iniciativa local histórico e cultural.Parabéns pelas lindas fotos !
Patrimônio histórico deve ser conservado . . . .
Que boa notícia!! Parabéns aos idealizadores pela iniciativa. O patrimônio histórico agradece pela conquista.
Todos os descendentes de italianos no RIO, devem sentir-se honrados e homenageados, a instituição q ocupou o prédio, representou muito para os nossos pais e avós.
Parabéns!
Que coisa linda! Milagre ver notícias de preservação dos Patrimônios Arquitetônicos e prédios históricos de nossa cidade. Nota dez! Todo prédio tombado pelo IPHAN e com relevância histórica ou arquitetônica para a cidade devia ser reformado e revitalizado por força de lei. Mas um dia vamos chegar lá. Próximo passo agora: restaurar a Estação Leopoldina para se tornar um centro cultural e um futuro museu do Trem para uso de turistas e cariocas.