Produtos piratas movimentam de mais de R$ 238 milhões por ano no Rio

98,3% dos cariocas entrevistados sabem que pirataria é crime e 77,6% acham que as compras de mercadorias ilegais afetam negativamente a economia do Rio de Janeiro

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
Camelôs de Madureira invadem as ruas | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Enquanto alguns deputados estaduais parecem estar do lado da camelotagem e contra o comércio regular e a Prefeitura do Rio deixa a Uruguaiana virar um mar de toldos azuis, uma pesquisa inédita sobre pirataria do Conselho de Combate ao Mercado Ilegal da Fecomércio RJ mostra que 27,1% dos 732 consumidores da região metropolitana, nos dias 13 e 14 de novembro, compraram produtos piratas nos últimos 12 meses. 67,2% dos entrevistados disseram que não compraram e 5,7% alegaram não ter certeza.

Estima-se que a movimentação financeira com compras de mercadorias ilegais é de R$ 238,34 milhões por ano. O gasto médio do consumidor ficou em R$ 248. A última compra, de acordo com a pesquisa, movimentou R$ 63,96 milhões na economia fluminense nos últimos 12 meses, com gasto médio de R$ 66,72 por pessoa.

De acordo com a pesquisa, 54,8% já compraram produtos piratas nos últimos 12 meses ou alguma vez na vida. Os equipamentos eletrônicos são os preferidos por 36,9% deles, seguidos de roupas (25,1%), calçados, tênis ou bolsas (18,7%), óculos (5,2%) e relógios (4,8%). Para 88,3% desses consumidores, os preços mais em conta são o principal motivo para adquirir um produto pirata.

A pesquisa do IFec RJ também quis saber de quem comprou produto pirata qual o principal motivo dos originais serem mais caros. 58,6% disseram acreditar que são os impostos elevados. Porém, 58,3% afirmaram que se arrependeram da compra da mercadoria pirata por causa da baixa qualidade (92,3%). Mesmo com o arrependimento, 61,3% disseram que pretendem continuar comprando mercadorias ilegais.

“O preço dos produtos piratas continua sendo o principal atrativo para o consumidor. Ele compete com os preços das mercadorias originais, que está majorado pelos impostos, segundo observado pelos entrevistados”, diz o diretor-executivo do IFec RJ, João Gomes.

Compras online

73% dos entrevistados disseram que procuram verificar se o site é seguro e legal antes de fazer compras na internet. Entre os que compraram produtos piratas alguma vez na vida e realizam compras pela internet, 57,5% dos consultados informaram que nunca compraram na grande rede de computadores achando que era original, enquanto 37,9% afirmaram que sim.

66,7% se arrependeram da compra e 65,9% disseram que o preço pago era muito menor do que esperava pagar. Desses, 76,2% declararam que continuaram comprando por causa do baixo valor da mercadoria.

Pirataria e violência

pexels mateusz dach 3660228 Produtos piratas movimentam de mais de R$ 238 milhões por ano no Rio
Foto de Mateusz Dach:

Segundo a pesquisa apresentada pelo Conselho de Combate ao Mercado Ilegal da Fecomércio RJ e elaborada pelo IFec RJ, 98,3% dos entrevistados sabem que pirataria é crime e 77,6% acham que as compras de mercadorias ilegais afetam negativamente a economia do estado.

Para 63,7%, o consumo de produtos piratas favorece o aumento da violência e da criminalidade. Grande parte dos consultados (60,3%) acha que as campanhas educativas são as que mais se associam ao combate à pirataria, seguida de campanhas governamentais (17,8%) e campanhas de lojistas (16,8%).

Os entrevistados (51,1%) afirmaram que o emprego seria a melhor resolução para o problema da pirataria, enquanto 48,6% deram como solução a educação e 32,5% apontaram a redução da carga tributária sobre os produtos originais. A conscientização da população sobre os prejuízos causados pelo consumo de mercadorias ilegais foi indicada por 23,7%.

Informalidade

20220224 133934 Produtos piratas movimentam de mais de R$ 238 milhões por ano no Rio
Camelôs de Madureira invadem as ruas | Foto: Rafa Pereira – Diário do Rio

O Conselho de Combate ao Mercado Ilegal da Fecomércio RJ também debateu o mercado de trabalho, ocupação e informalidade. O grupo apresentou dados da PNAD-C, do IBGE mostrando que a informalidade no estado do Rio de Janeiro apresentou um aumento de 1,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (julho, agosto e setembro) e queda de 0,79 ponto percentual se comparado ao mesmo trimestre de 2022.

“Observamos que mesmo com melhoria da economia, a informalidade avançou tendo como uma das fontes principais deste crescimento a venda de produtos piratas, que competem com o setor formal deslealmente via preços, o principal motivador para o consumo no mercado ilegal. É preciso ir além da conscientização, uma vez que as pessoas já sabem das consequências da compra de produtos piratas para a sociedade. Portanto, como observado na pesquisa, podemos verificar que uma das soluções deste problema passa pela educação”, explica João Gomes.

Advertisement
Receba notícias no WhatsApp
entrar grupo whatsapp Produtos piratas movimentam de mais de R$ 238 milhões por ano no Rio

1 COMENTÁRIO

Comente

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui