Conduzido pela concessionária Águas do Rio, em parceria com o biólogo Mario Moscatelli, o berçário ecológico criado no manguezal do Caju, Zona Portuária do Rio, completa um ano com o retorno de animais, como capivaras, aves típicas, além de caranguejos uçá e guaiamum.
O berçário fica perto da Estação de Tratamento de Esgoto Alegria, localizada nas proximidades da Linha Vermelha e do Aeroporto Internacional Tom Jobim.
O berçário exigiu a retirada cerca de 150 toneladas de lixo da área, na qual foram plantadas quatro mil mudas de mangue-vermelho, distribuídas em cinco mil m². Para evitar o acúmulo de resíduos, são realizadas limpeza regulares e ações de proteção.
Com o projeto, a Águas do Rio e Mario Moscatelli pretendem recuperar 8,2 hectares, por meio do plantio progressivo de 135 mil mudas até os próximos anos. A área equivale a oito campos do Maracanã,
A gerente de Meio Ambiente da concessionária, Caroline Lopes, destacou que berçário impulsiona a recuperação ambiental da Baía de Guanabara, além de ajudar comunidades que dependem da pesca.
“Estamos unindo a engenharia cinza com a engenharia verde, acelerando a recuperação de um ecossistema vital que sustenta a fauna marinha e beneficia as comunidades que dependem da pesca”, disse Caroline.
Segundo o planejamento da Águas do Rio, até 2033, a empresa deve investir R$ 19 bilhões em saneamento básico, reduzindo em 1,3 bilhão de litros o despejo diário de esgoto na Baía de Guanabara; que, em três anos, já recebeu R$ 4 bilhões em investimentos.
De acordo com Mario Moscatelli, à medida que a recuperação e a ampliação do manguezal avançam, as espécies típicas desse ecossistema retornam.
“A fauna vem apresentando indícios de retorno, com a volta das capivaras, aves típicas dos manguezais e os caranguejos. A biodiversidade vai se expandir progressivamente à medida que a recuperação e a ampliação do manguezal avançam. Em quatro anos, teremos florestas com 4 a 5 metros de altura, onde antes só havia lixo”, esclareceu o biólogo.
Em 2023, foram realizadas as primeiras ações do projeto Mangue Alegria, que começou com um canteiro experimental de mudas de mangue-vermelho. Antes coberto por lixo, o terreno passou por preparação para receber as plantas.
“Já é possível perceber que a vegetação tem condições ideais para se multiplicar, a partir das sementes que caem no solo e produzem novas mudas. Quando fazemos nossa parte, a natureza faz a dela”, celebrou Moscatelli.