Puerto Madero supera Ipanema e teria os imóveis mais caros da América Latina

A região portuária revitalizada de Buenos Aires tem preço médio de venda mais alto que Ipanema, na Zona Sul do Rio. Corretores crêem num futuro de valorização para o Porto Maravilha, versão tupiniquim do projeto argentino

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Praia de Ipanema - Foto Daniel Martins

Os sites de busca de imóveis argentinos Properati e Trovit compilaram um ranking dos bairros mais caros da América Latina no ano de 2022, após analisar os preços por metro quadrado de venda em 50.000 propriedades imóveis localizadas nas áreas mais exclusivas e valorizadas de 20 cidade da América Latina. A pesquisa leva em consideração os preços dos imóveis em dólares americanos.

De acordo com o estudo, o bairro de Puerto Madero, na cidade de Buenos Aires (criado da revitalização de uma região portuária que estava abandonada), na Argentina, Ipanema, na cidade do Rio de Janeiro, no Brasil, e Vitacura, na cidade de Santiago, no Chile, são os bairros que lideram a lista de mais caros e valorizados de todo o continente. O site argentino Statista reuniu estes dados em um ranking gráfico, veja a seguir:

Infografía: Puerto Madero, el barrio más caro de Latinoamérica | Statista Más infografías en Statista

Puerto Madero, com um preço médio de USD 5.921 por metro quadrado, tem mantido a primeira posição nesse ranking nos últimos cinco anos. Na sequência, aparece Ipanema, na Zona Sul do Rio, com um valor médio de USD 4.028 por metro quadrado, e o bairro chileno de Vitacura com USD 3.570. É interessante ver que a região portuária revitalizada de Buenos Aires ultrapassa a praia mais badalada do Brasil.

O levantamento aponta que quinze dos vinte bairros mencionados tiveram uma redução no preço médio por metro quadrado em dólares quando comparados com o ano de 2021, o que não necessariamente decorre do próprio mercado imobiliário, pois o câmbio tem fator relevante na pesquisa. O estudo destacou que Argentina, Colômbia e Chile são países cujas moedas locais têm sofrido desvalorizações anuais, fato que reflete nas porcentagens negativas de variação de preços, em dólares, nos bairros selecionados desses países.

Em relação a 2021, o preço por metro quadrado em dólares diminuiu 1% em Puerto Madero e 10% em Las Malvinas e em outros bairros avaliados. No entanto, durante o mesmo período, o preço por metro quadrado em pesos argentinos aumentou em todos os bairros da Argentina. Isso se deve à desvalorização do peso em relação ao dólar.

Isto é, por mais que os preços das casas tenham subido na moeda local (com aumentos de mais de 30%) eles não conseguiram superar o aumento de 52% no valor do dólar no último ano. E por essa razão, os imóveis estão sendo cotados a preços mais baixos quando convertidos para moeda estrangeira, como o dólar.

Isso é uma espécie de projeção do que pode ocorrer no Centro e no Porto Maravilha, se os projetos de revitalização continuarem a avançar no Rio”, frisa Marcos Queiroga, Diretor Regional da Sergio Castro Imóveis, responsável pela Filial do Porto Maravilha e pela do Centro Histórico. Todavia, Queiroga frisa que a ausência do Leblon na listagem gera uma dúvida se de fato todos os principais bairros de luxo brasileiros foram incluídos na pesquisa. Desde o início do projeto Reviver Centro, já foram licenciados quase 2.000 novos apartamentos no Centro Histórico, e muitos mais na região portuária do Rio. “No Porto, os apartamentos vendem como água, pois são grandes empreendimentos com enorme área de lazer e infraestrutura”, diz, lembrando que há regiões do Centro que têm ficado novamente lotadas, até mesmo nos finais de semana, quando a Praça XV, o Largo de São Francisco da Prainha e a rua do Senado tem ficado totalmente lotadas.

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