Com a chegada da Semana Santa, a demanda por pescados no Brasil tende a aumentar, refletindo uma tradição consolidada e a crescente valorização dos peixes de cultivo. Em 2024, a produção de peixes de cultivo no país teve um crescimento expressivo de 9,21%, atingindo quase 970 mil toneladas, o maior aumento dos últimos dez anos, segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR).
Uma pesquisa realizada pela Associação de Supermercados do Estado do Rio de Janeiro (ASSERJ), com os moradores da cidade do Rio de Janeiro, comprova a entrada do pescado na mesa das famílias. Segundo o estudo, 60,8% dos cariocas consomem peixes regularmente, independentemente da época do ano. Já 23,1% afirmaram comprar pescados apenas na Semana Santa e 16% disseram adquirir algumas vezes ao longo da Quaresma.
Quando indagados se pretendem comprar pescados para a Quaresma ou Semana Santa, 58% dos consumidores cariocas disseram que vão adquirir o produto apenas para a Semana Santa. Outros 29,5% revelaram comprar durante toda a Quaresma. Apenas 12,5% não pretendem ter peixe na mesa este ano.
Com relação ao valor que estão prevendo gastar na compra do pescado, mais da metade dos cariocas (51,7%) pretende gastar até R$ 100. Os consumidores que devem gastar até R$ 200 representam 33,5% e somente 14,9% disseram prever gastar até R$ 300. A forma preferida para pagar os gastos será o cartão de crédito (64,4%), seguido pelo pagamento em dinheiro (26,7%) e o parcelamento no cartão (9%).
Tilápia, sardinha e merluza são os pescados preferidos
A pesquisa da ASSERJ também buscou entender a preferência dos cariocas, quando o assunto é carne de peixe. Apesar do bacalhau ainda ter forte presença, sendo o pescado escolhido por 31,1% dos moradores do Rio, peixes mais baratos devem compor as mesas de 40,3% dos cariocas. Outros cortes mais nobres, como salmão, linguado ou camarão, também estão na lista de compras de 28,5% dos consumidores.
Segundo Fábio Queiróz, presidente da ASSERJ, a expectativa é que a demanda por pescados continue a crescer, com a tilápia se destacando como a grande protagonista.
“Neste cenário, a Semana Santa surge como um período estratégico para o setor supermercadista, com consumidores buscando preços competitivos, sem esquecer a qualidade. Outro dado importante, revelado em nosso estudo, foi que seis em cada dez moradores da cidade do Rio estão consumindo proteína de peixe com frequência ao longo do ano. Os cariocas aprenderam a apreciar o pescado e a tilápia já é presença rotineira na mesa de muitas famílias”, afirma o executivo.
Ainda segundo a Peixe BR, os brasileiros vêm aprendendo a apreciar os pescados, em especial a tilápia, presença constante na mesa de muitas famílias. O setor de piscicultura, liderado pela tilápia, segue em forte expansão e se consolida como uma peça chave no agronegócio brasileiro. Em 2024, a produção de tilápia aumentou 14,36%, representando 68,36% da produção nacional de peixes de cultivo. A espécie se consolidou como a principal proteína de cultivo do Brasil, sendo uma escolha cada vez mais popular nas mesas dos brasileiros.
Preço e qualidade são fatores decisivos
Diante do atual cenário de alta da inflação, os consumidores foram questionados sobre o que mais influência sua decisão na hora de escolher o pescado nesse período. O levantamento mostrou que, para 39,4%, o preço é o fator mais importante, seguido pela qualidade e sabor com 36,3%. A tradição da Quaresma ou da Semana Santa só é decisiva para 24,3% dos moradores da cidade do Rio.
Perguntado sobre como preferem comprar o pescado, 56,1% afirmaram escolher peixes frescos na peixaria dos supermercados. Para 43,9%, a escolha será pelos cortes congelados.
Almoço em família com mais de cinco pessoas na maioria dos lares
A tradicional reunião de família para celebrar a Páscoa e a Semana Santa será com mais de cinco pessoas em 41% dos lares cariocas. Com até cinco pessoas em 34,4% das casas e até três pessoas em apenas 24,5% das famílias.
O estudo também mostrou a predileção dos cariocas na escolha das bebidas e o refrigerante liderou a preferência com 46,5%. Seguido pela cerveja com 32,1% e pelo vinho com 20,5%. Para 73,6% dos pesquisados, o gasto com bebidas não vai ultrapassar os R$ 100 e, para 22,9%, os gastos devem ser de até R$ 200. Somente 3,5% dos consumidores afirmaram gastar até R$ 300 com bebidas.