O Rio veio de uma péssima fase com os quatros anos de governo de Marcelo Crivella, que ainda somou uma pandemia global que não estamos sabendo gerir. Não é à toa que a pesquisa do Instituto Rio21 publicada aqui no jornal DIÁRIO DO RIO mostra a insatisfação em morar naquela que ainda é chamada de Cidade Maravilhosa.
42,1% das pessoas entrevistadas se disseram “pouco satisfeitas” com a vida na cidade do Rio de Janeiro. “Muito satisfeito” tem 14,4 %. Eu, pessoalmente, não conseguiria dizer que estou muito feliz por satisfeito, a segurança me preocupa, a saúde também e os transportes, mas seriam problemas em qualquer megalopole.
Eu não faria como quase 60% da população e mudaria se pudesse. Ainda tenho a crença que o Rio pode se recuperar, é uma cidade resiliente.
Estive em Casco Viejo, Centro Histórico do Panamá, e fiquei maravilhado com o que está sendo feito por lá. Polícias passando toda hora, sem moradores de rua ou pedintes. Prédios antigos sendo reformados, históricos mantendo o seu fim, enquanto isso moradias, hotéis, restaurantes de nível gastronômico alto, e comidas mais populares. Tudo aquilo que o Rio pode der no futuro, seja no seu Centro, seja em outros bairros turísticos.
Se o Panamá consegue fazer isso, por que o Rio não pode? Estou sim animado com Chicão Bulhões e seu projeto #invistanorio, também torço pelo secretário Washington Fajardo e sua luta para reerguer o Centro do Rio, e também por vários excelentes vereadores na Câmara que vêm se destacando na luta por uma melhor cidade, como Carlo Caiado (DEM), Rafael Aloisio Freitas (Cidadania), Tainá de Paula (PT) e Pedro Duarte (NOVO), entre outros.
Tenho esperança no futuro do Rio, especialmente quando acabar essa pandemia. Acreditem ela vai acabar e os eventos voltarão, a cidade voltará a ter vida e nossa resiliência será premiada. Esse não é o momento de desistir, é o de lutar mais. O Rio não é só dos que lhe querem mal, também é nosso e vamos ganhar essa guerra.
Quintino Gomes Freire, louvo sua mensagem de força e otimismo, porém acredito que não conseguiremos sair facilmente dessa decadência econômica e social sem atacar o ponto vital que mina qualquer iniciativa de retomada da economia carioca, há mais de vinte anos. Ou seja, o crime organizado é a erva daninha que não mais permite que qualquer movimento de reversão de nossa falência como metrópole regional tenha êxito. A participação dos gestores da cidade, entenda-se os diversos prefeitos, é notória também pois sempre têm estado envoltos em corrupção e incompetência. A falta de seriedade e eficiência explica, por exemplo, o malogro de projetos como o BRT, o Porto Maravilha, a Ciclovia Niemeyer. Todos os três já nasceram “mortos” por falhas de concepção e execução, a meu ver. Foram investimentos perdidos e dinheiro público desperdiçado! Sem querer tangenciar a intolerância, afirmo que o tempo me dará razão ou desmentirá. Em tempo, sou carioca, tenho 65 anos e sempre vivi no Rio. É muito triste para mim dizer o acima exposto, mas é o que penso e se pudesse já tinha ido embora daqui. O tão falado “descompromisso” do carioca é puro eufemismo, pois acho a maioria da sociedade local repleta de incivilidade e cinismo. Talvez
uma campanha educacional forte e direta pudesse ajudar na melhora desses maus hábitos de nossa população, às vezes “louvados” como virtudes! A ignorância de alguns na mídia tem colaborado para esse mantra de autodestruição!
O carioca é antes de tudo, um guerreiro.
E com todos os problemas, eu amo o Rio de Janeiro. E aqui quero continuar morando.
…Até seres pego por uma “bala perdida”…