A Casa Fluminense lançou um relatório que aborda a infraestrutura dos trens da SuperVia. Chama atenção no documento um alerta em relação ao preço da passagem. Segundo o texto, usuários de transporte do Rio de Janeiro devem pagar mais de R$ 7 na tarifa da Supervia em 2022. As informações são do site “Yahoo Finanças”.
Após série de ações denunciando a falta de infraestrutura e o alto preço da passagem, a organização carioca e o Observatório dos Trens lançaram um documento de recomendações para a modernização do transporte metropolitano, destacando o alto preço e as falhas na infraestrutura.
O documento cita que, se nada for feito e as partes não entrem em acordo sobre o índice de reajuste, em fevereiro de 2022, a tarifa do trem pode chegar a R$7,73.
Para impedir esse aumento brusco, o documento propõe uma mudança do atual índice usado para a revisão da tarifa, o IGP-M/FGV, que tem em sua composição preços cotados em dólar. De acordo com a pesquisa, um indicador mais adequado à realidade brasileira seria o IPCA/IBGE, que mede a inflação ao consumidor amplo.
O relatório também sugere transformar os trens da Supervia em metrô de superfície, nivelando-os com os padrões de conforto, qualidade, segurança, acessibilidade e frequência.
O DIÁRIO DO RIO entrou em contato com a SuperVia que enviou a seguinte nota:
“Atualmente, a tarifa dos trens é de R$ 5. O aumento anual da passagem está previsto em contrato de concessão, é calculado pelo índice IGP-M e homologado pela Agetransp e previa que a tarifa fosse reajustada para R$ 5,90, em 2021. Esse reajuste, no entanto, não pode ser aplicado em razão de liminar concedida pela própria Agetransp a partir de pedido do Estado contra o reajuste integral.
Desde então, a SuperVia tem buscado diálogo com o governo do Estado para compensação desse valor a que tem direito e que não foi aplicado, uma vez que a tarifa é basicamente a única fonte de receita da concessionária já que as passagens não contam com qualquer subsídio público.
A concessionária tem custos fixos com a operação, como energia, pagamento de pessoal, manutenção dos trens e da via férrea, além de custos adicionais, com materiais de higienização para combater a proliferação da Covid-19 durante o período de pandemia. Desde o início da pandemia, a concessionária já registra perda de R$ 600 milhões com a queda no número de passageiros – antes da pandemia, a SuperVia transportava 600 mil passageiros e agora esse número tem se mantido em 300 mil”.