Em Volta Redonda, no sul do Rio de Janeiro, existe uma montanha de resíduo siderúrgico depositado, diariamente, por cerca de 100 caminhões da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN. A pilha de lixo químico, chamado de escória de aciaria, está a cerca de 50 metros do Rio Paraíba do Sul. De acordo com pesquisas de ambientalistas, caso as substâncias empilhadas tenham contato com as águas do Rio, as consequências podem ser catastróficas. Como já destacamos na série #RioSemÁgua2, o Paraíba do Sul é responsável pelo abastecimento de água diário de 9 milhões pessoas na Região Metropolitana e na capital do estado.
“Há risco real de desastre iminente tanto nas barragens de rejeitos de mineração, como na estocagem precária e extremamente insegura de enormes pilhas (montanha) de lixo químico da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e da empresa norte-americana HARSCO Metals que mantém ilegalmente a apenas 50 metros da superfície das águas do rio Paraíba, cujo volume é estimado em mais de 4 milhões de toneladas de escória de aciaria, resíduo oriundo do processo de produção da CSN. Diariamente, a HARSCO Metals continua depositando 100 caminhões de escória neste local. A pilha de lixo químico tem mais de 30 metros de altura e uma extensão de mais de 270 mil m2 na beira do rio que abastece 9 milhões de pessoas por dia”, afirma Sérgio Ricardo, do Movimento Baía Viva.
O alerta é que se, devido às fortes chuvas, uma eventual tromba d’água, ou outra situação que leve o lixo químico a ter contato direto com o Rio, ele fique impróprio para ter sua água consumida por pessoas, além do dano ambiental inestimável, pois o Paraíba do Sul é fundamental para o ecossistema da região.
Em 11 de fevereiro de 2020, o Movimento Baía Viva e moradores da região estiveram em Volta Redonda para participar de uma vistoria técnica realizada pelo CREA-RJ nas pilhas de rejeitos industriais da poluidora CSN, mas foram impedidos de ter acesso ao depósito de rejeitos da empresa. Segundo os ambientalistas, até o momento da publicação desta matéria, nem as empresas CSN e HARSCO Metals e os órgãos ambientais estaduais encaminharam as informações técnicas solicitadas pelo engenheiro sanitarista Adacto Ottoni que coordenou a inspeção pelo CREA-RJ.
Estudos da Fiocruz feitos em Volta Redonda, comprovam que nos bairros do entorno da pilha de lixo químico – Brasilândia e Volta Grande IV – há um grande número de pessoas com problemas respiratórios devido à intensa poluição atmosférica, além de denúncias de contaminação do solo.
O problema não é de hoje. Em 2019 e em 2020, o DIÁRIO DO RIO já havia alertado para a questão.
A CSN, quando as primeiras matérias foram publicadas, emitiu uma nota afirmando que o material armazenado “não é perigoso, conforme classificação da ABNT, não representando qualquer risco ao meio ambiente ou a saúde”.
“O processo é realizado de acordo com todas as normas ambientais pertinentes e conforme licença ambiental válida, o qual consiste em reciclagem do material em que a parte metálica é separada e volta a ser usada no processo siderúrgico. O restante do material, estéril e incapaz de contaminar o meio ambiente, ao invés de ser descartado é processado e resulta em agregado siderúrgico, produto mundialmente utilizado na fabricação de cimento, em pavimentação, em lastro de ferrovias e como base para asfaltamento de vias de tráfego, dentre outras formas de utilização. A CSN reitera, ainda, que doará parte desse material para recuperação de estradas vicinais do Estado do Rio de Janeiro”.
Em março de 2019, a CSN foi multada e intimada a pagar uma multa diária de R$ 20 mil devido à montanha de lixo químico.
alo autoridades de meio ambiente e do governo estadual que tomem providencias urgentes para evitar contaminasão e falta de agua a população do grande rio…
Estão esperando a desgraça acontecer para tomar alguma atitude…