O trecho da Rua Sete de Setembro entre a Avenida Rio Branco e a Rua Primeiro de Março, no coração nervoso da região central do Rio de Janeiro, apesar de já ter passado por dias muito melhores, começa a se revitalizar. Se ainda estão vazios alguns imóveis bastante emblemáticos – como a loja do antigo restaurante Laguiole, a antiga Casa do Pão de Queijo, um imóvel onde funcionou a Smart Fit e a ex-Richard’s, outros vêm sendo ocupados, paulatinamente, por novos negócios.
Primeiro, a antiga mega-store Nike, que foi ocupada pela Constance, loja de roupas. Depois, uma série de novas lojinhas abriu na Rua Rodrigo Silva, que já volta a ser um formigueirinho de gente. Agora foi a vez da antiga loja de roupas masculinas Adamo, no número 77, ser alugada. A loja tem duas frentes, e fica ao lado da tradicional Editora Paulinas, de livros católicos. Vazia desde janeiro, a loja vinha sendo anunciada pela Sergio Castro Imóveis e será finalmente ocupada, por uma filial da loja de chocolates Cacau Show.
A região vem ganhando pujança com o trabalho da Subprefeitura do Centro, que tem tentado manter o trecho livre dos camelôs clandestinos que vendem mercadoria de procedência duvidosa e quase sempre contra-feita. “Até o final do ano passado, o trecho vinha inviabilizado, principalmente pelos insidiosos vendedores de óculos falsos, que inclusive oferecem riscos a quem compra“, bombardeia o diretor da imobiliária, Wilton Alves. Agora, as coisas vêm melhorando; a empresa, cujas placas de locação estão em três imóveis no trecho, diz que tem recebido vários interessados na região, como cursos e escolas. Além disso, o projeto Reviver Cultural também têm trazido interessados na região.
Alves explica que a procura por imóveis comerciais é inversamente proporcional à presença dos ambulantes ilegais: “os comerciantes fogem de investir onde há muitos camelôs, principalmente os que vendem peças de vestuário e produtos eletrônicos“. Muitas operações têm sido feitas pelo subprefeito Alberto Szafran no sentido de limpar a região do comércio ilegal, que, para especialistas, é grandemente abastecido pelo roubo de cargas, e é protegido por milícias, que acabam se tornando donas dos “pontos”, que na verdade são trechos do espaço público.