O Retiro dos Artistas, conhecido abrigo para artistas idosos enfrentando dificuldades financeiras e emocionais, tomou a decisão de cancelar sua Festa Julina de 2024. O evento, que costuma ser um ponto alto no calendário cultural do Rio, não será realizado devido à falta de patrocínio e ao escasso número de artistas dispostos a participar. A festa estava programada para acontecer de 5 a 7 de julho.
A apenas um mês do início previsto da festividade, apenas dois cantores haviam confirmado presença, enquanto somente três barracas foram alugadas para a venda de produtos típicos. A baixa adesão gerou preocupações quanto aos custos envolvidos na organização do evento, que incluem montagem de palco, sistema de som, contratação de seguranças e outras despesas relacionadas à infraestrutura. A festa tradicionalmente atraía um grande público ao longo de três dias de celebração, com apresentações musicais, danças de quadrilha e uma variedade de comidas típicas, localizada no terreno da instituição no bairro do Pechincha, na Zona Oeste do Rio. Anualmente, o Retiro recebia na festividade grandes nomes como Alcione, Belo, Buchecha, Dilsinho, Naldo, entre outros.
A ausência de recursos financeiros é particularmente preocupante para o Retiro dos Artistas, que enfrentava um déficit de aproximadamente R$ 50 mil no início do ano. Até 2023, esse déficit estava sendo coberto por um político, que optou por manter sua identidade em sigilo. Apenas a conta de luz do espaço consome em torno de R$ 30 mil mensais, destacando os desafios financeiros contínuos que a instituição enfrenta.
Fundado em 1918 pelo ator Leopoldo Fróes em parceria com o jornalista Irineu Marinho, o Retiro dos Artistas segue o modelo da Maison de retraite des artistes de Pont-aux-Dames, na França. O complexo abrange uma área de 15 mil metros quadrados, compreendendo 50 residências, além de diversas instalações como teatro, cinema, biblioteca, piscina e um salão de beleza.
Atualmente, o Retiro abriga 52 artistas idosos, incluindo atores, cantores, instrumentistas, produtores, figurinistas e maquiadores, oferecendo não apenas assistência residencial, mas também atividades culturais e educacionais para seus residentes. O espaço funciona como um refúgio vital para aqueles que, de outra forma, poderiam enfrentar dificuldades extremas devido à falta de suporte e cuidados adequados.
Queria muito ver o rei Roberto Carlos ajudar a prefeitura e outros grandes artistas e políticos nessa hora só que ninguém quer saber de velho
Aonde está a classe artística, tão engajada numas pautas e deixando furo noutras? Será que os velhos guerreiros da cultura não merecem uma parte do que a turma nova arrecada?
A pena , a festa deveria fazer parte do calendário festivo do Rio de Janeiro. O Rio está acabando aos poucos. Um lugar lindo, porém, falta amor .