Após o anúncio por parte da Prefeitura do Rio de Janeiro sobre o cancelamento do Carnaval de rua da cidade em 2022, devido ao momento atual da pandemia, com muitos casos confirmados em função da variante Ômicron, representantes dos blocos cariocas se manifestaram em relação à decisão do Poder Executivo municipal.
Para Rita Fernandes, presidente da Associação Independente dos Blocos da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade de São Sebastião (Sebastiana), o veredito da Prefeitura é válido. Segundo ela, é necessário que os blocos respeitem as opiniões dos especialistas.
”Diante do quadro de risco sanitário, a gente acata a decisão do prefeito. Com muita tristeza, a gente não vai fazer o Carnaval esse ano. Recebemos a notícia com muita tristeza, mas já imaginando que isso poderia acontecer. Precisamos seguir a ciência. Se a ciência diz que não pode, não somos nós que vamos fazer diferente”, disse ela, que esteve presente durante o anúncio feito pelo prefeito Eduardo Paes.
Rita também ressaltou que a opinião foi uníssona entre os responsáveis pelos cortejos e que era preciso haver logo um posicionamento oficial.
”Houve concordância de todos os blocos e ligas que estavam representadas ali. O prefeito disse que o quadro é de muita instabilidade e que, na situação atual, não dá pra fazer. E não tinha como arrastar mais essa decisão. Então, foi melhor nós recuarmos”, explicou.
Paralelamente, Rodrigo Rezende, presidente da Liga Amigos do Zé Pereira, que representa blocos tradicionais como ”Céu na Terra”, ”Cordão da Bola Preta” e ”Orquestra Voadora”, corroborou com a decisão municipal.
”O Carnaval de rua é a festa da vida. Se por conta do Carnaval uma vida for perdida, a festa já não valeu a pena. A gente não pode arriscar. A decisão foi acertada”, comentou, antes de complementar citando a tristeza dos blocos por mais um ano sem desfilarem.
”Para nós, era um momento muito aguardado. É uma tristeza muito grade. Já estávamos esperando por isso, mas é muito triste. O que resta agora é avisar as pessoas, pedir para que todos não saiam de casa, principalmente se a taxa de contágios estiver alta. Vamos esperar mais um pouco”, pediu.
Alternativas
É importante ressaltar que, embora o Carnaval de rua em seu modo tradicional tenha sido cancelado, a Prefeitura do Rio autorizará eventos onde possa haver controle do acesso de pessoas, mediante apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19.
Em meio a isso, blocos como ”Bangalafumenga”, ”Cacique de Ramos” e ”Simpatia é Quase Amor”, por exemplo, já anunciaram que se apresentarão, em evento com cobrança de ingresso, na Casa Bloco, no Centro do Rio.
“Prefeitura do Rio anuncia R$ 3,2 milhões em auxílio aos profissionais do carnaval de rua” disse o G1 em fevereiro/21. “Prefeitura de Niterói dará R$ 5,3 milhões a escolas de samba da cidade que desfilam no Rio” disse o O Globo dias atrás em janeiro/22.
Provavelmente, no primeiro caso a perspectiva de repetição desses auxílios da Prefeitura do Rio de Janeiro aos blocos como feito no ano passado e no segundo caso a certeza de vir um tutu da Prefeitura de Niterói este ano é a raiz do porquê esses caras dos blocos estejam “tristes mas conformados”: o dinheiro de um jeito ou de outro vai pingar no bolso. Então… pra eles tudo bem!
Só o povão que se ferra… e agora o ferro é entregue pra quem fica em casa!
Até que enfim a galera do “fique em casa” foi coerente pois ter Carnaval, não tem a mínima lógica!!! Mas demorou pra perceber que estavam falando inconsistências!!