UFRJ sofre bloqueio de quase R$18 milhões e corre risco de interrupção de serviços

Eduardo Raupp, pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, declara que ‘se o bloqueio não for revertido, provavelmente não teremos como continuar funcionando este ano’

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Imagem livre de copyrights sob Creative Commons Attribution 2.0 Generic license - Foto: Omar Uran

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) detalhou através dos portais oficiais da Instituição, na última quarta-feira, (05/10), que sofreu mais um bloqueio na verba de custeio. A UFRJ afirma que no dia 30 de setembro, antes das Eleições, a União publicou o Decreto nº 11.216 que bloqueou cerca de R$ 147 milhões para os colégios federais e R$ 328 milhões para as universidades. A UFRJ foi afetada com um bloqueio no valor de R$ 17.819.264,20, o que corresponde a 5,84% da dotação orçamentária discricionária.

O contingenciamento foi sacramentado no final da tarde de terça-feira, (04/10).

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Foto: Reprodução/Redes Sociais

A UFRJ é considerada uma das 11 melhores universidades da América Latina, pela revista inglesa ”Times Higher Education”. É a maior universidade federal do Brasil, e uma das mais antigas, pois iniciou suas atividades em 1792. Tem o melhor curso de Engenharia Naval e Oceânica das Américas (à frente, inclusive, do MIT), e a instituição conta, hoje, com 172 cursos presenciais de graduação, 4 de graduação a distância, 315 de especialização, 224 programas de pós-graduação (mestrado, doutorado e pós-doutorado) e mais de 1.500 projetos de extensão. Contudo, sua grandeza não parece ser notada no país. Em junho de 2022, a Universidade já previa que serviços, como limpeza, energia e água, seriam dispensados pois recebeu um corte de 14,5% da verba de custeio e investimento, cerca de R$23 milhões.

O Portal Conexão UFRJ confirma que os bloqueios causaram o menor orçamento discricionário dos últimos dez anos.

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O decreto limita a movimentação e o empenho de recursos até novembro, porém a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) alerta que não há garantia de que não possa haver uma nova normatização que mude este quadro. “Lamentamos, por fim, a edição deste Decreto que estabelece limitação de empenhos quase ao final do exercício financeiro, mais uma vez inviabilizando qualquer forma de planejamento institucional, quando se apregoa que a economia nacional estaria em plena recuperação. E lamentamos também que seja a área da educação, mais uma vez, a mais afetada pelos cortes ocorridos”.

Eduardo Raupp, pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças, declara que o cenário atual é dramático e que a UFRJ, provavelmente, fechará as portas neste ano.

“Nós tínhamos um orçamento que permitiria empenhar as despesas de setembro e parte de outubro. Além disso, seria possível planejar esses últimos meses e tentar pactuar com nossos fornecedores o funcionamento da UFRJ. Com esse último contingenciamento, não vai ser possível empenhar as despesas de setembro, nem parte das de outubro, o que antecipa os riscos de interrupção de serviços. Essa é a nossa grande preocupação neste momento. Se o bloqueio não for revertido, não teremos como continuar funcionando neste ano”, conclui Raupp.

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5 COMENTÁRIOS

  1. JP NEWS:
    Ministro da Educação nega cortes de orçamento para universidades federais
    Victor Godoy explicou em coletiva de imprensa a situação e garantiu que a verba das instituições não foi cortada; estudantes organizam protestos contra o suposto corte divulgado no dia 05 de outubro (quarta-feira)

    O ministro da Educação, Victor Godoy, negou que tenha ocorrido um corte no orçamento das universidades e institutos federais. Em coletiva realizada na sede do Ministério da Educação (MEC) na manhã do dia 06 de outubro (quinta-feira), Godoy negou a existência de um corte e explicou o ocorrido. — Quero deixar claro que não há corte, não há redução. Não há por que falar que vai haver paralisação. […] O que houve foi um limite na movimentação financeira até dezembro. O que há é (que) você não pode empenhar tudo em novembro. Se a universidade precisar fazer um empenho acima do limite, ela vem aqui e vamos entrar em contato com o Ministério da Economia e vai ter o dinheiro — afirmou o chefe da pasta. Em nota, o MEC disse que a mudança “não prejudicará as atividades das universidades e dos institutos federais”. A pasta ainda citou um aumento de orçamento em relação a 2021. — As universidades contam, atualmente, com R$ 537 milhões (10,4%) e os institutos com R$ 393,8 milhões (20%) de orçamento a mais em relação ao ano de 2021 — disse o ministério. A coletiva aconteceu um dia após as universidades federais informarem que o governo bloqueou recursos do MEC, o que afetaria as atividades das instituições. Em reação ao suposto bloqueio, movimentos estudantis estão organizando paralisações e protestos por todo o país.

  2. IMPRESSIONATE como as Universidades Públicas são vitimistas, RECLAMAM DE TUDO. DILMA CORTOU BILHÕES DA EDUÇÃO EM 2015 e não vi essa gritaria. Veja o link abaixo.

    https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2019/05/15/interna_politica,1054070/governos-de-dilma-e-temer-tambem-cortaram-verbas-da-educacao.shtml

    Compare quantos prêmios internacionais tem a UFRJ e Harvard.
    Comparte quanto custa a UFRJ e Harvard.

    Faz 12 anos que a casa de shows canecão está abandonada pela UFRJ, então por que não alugou o terreno?

    São MUITO incompetentes. É mais fácil culpar os outros do que fazer uma gestão com competência, transparência. Chega de bancar universidades do meu imposto, quer estudar lá ,então que vc pague. Já o pobre poderia ganhar uma bolsa, mas tem que assumir um compromisso de ter um CR acima de 8,0.

    Precisamos com URGÊNCIA de CRECHES, mudar o ensino fundamental e médio. Além disso, escolas técnicas são fundamentais.

  3. Se a Universidade para por conta de um contingenciamento de 5%, há algo de muito errado com a gestão da universidade. Ela tem autonomia orçamentária para reorganizar seus dispêndios para parar de chorar desta forma. Passou da hora da instituição encontrar por si outras fontes de receita fora do Governo Federal – pois muitas outras despesas concorrem com ela no orçamento brasileiro. Outra, passou da hora do debate sobre demitir funcionários: se ela puder demitir, recontratando mais barato (como qualquer outra instituição faria), o rombo orçamentário ameniza ou resolve.

    É hora de coragem para gerir e para parar de chorar.

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