O mercado imobiliário já se prepara para dar novos ares ao Centro do Rio, uma região sofreu com esvaziamento devido à pandemia e agora passa por um processo de retomada. O projeto Reviver Centro, aprovado com facilidade pela atual Câmara Municipal do Rio, busca recuperar a vitalidade do Centro do Rio por meio de incentivos aos usos residencial e misto, impulsionando a procura pela região, que já teve sucessos imobiliários recentes, como o empreendimento Hub, do Opportunity, na rua das Marrecas.
Enquanto essa revitalização acontece, o mercado imobiliário se prepara para uma corrida por terrenos: segundo o jornal “O Globo”, uma construtora está interessada em adquirir dois terrenos nas proximidades da Lapa. Além disso, um residencial na Zona Portuária vendeu 360 unidades em apenas 4 dias. Um terreno na rua Sacadura Cabral, em frente ao Moinho Fluminense, foi vendido à Construtora Volo, que lançará um edifício de apartamentos, a cargo da veterana Sergio Castro Imóveis.
“Desejo uma corrida de pedidos de licença assim que as leis forem publicadas. Além disso, os pedidos em tramitação serão reexaminados levando em conta as novas regras“, afirmou o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação, Chicão Bulhões ao jornal “O Globo”, que publicou auspiciosa reportagem sobre o assunto.
Mas enquanto o projeto ainda está em seus primeiros passos, a Prefeitura já pensa outras ações para impulsionar a região. Uma delas é o reordenamento urbano. Realizadas inicialmente no Boulevard Severiano Ribeiro, na Praça Marechal Floriano (Cinelândia) e no trecho da Avenida Rio Branco do Passeio à Avenida Almirante Barroso, as ações já foram estendidas à área da Avenida Rio Branco até o Edifício Central, onde os camelôs e vendedores de mercadorias piratas foram removidos.
As ações em curso consistem em coibir qualquer atividade de comércio ambulante; guarda ou armazenagem de quaisquer bens, mercadorias, móveis e objetos de uso pessoal; usos de moradia; preparação de alimentos para quaisquer finalidades; condutas e práticas que, por sua natureza ou interesse, tenham por efeito prejudicar as funções reservadas a bancos de uso coletivo, abrigos de ônibus, acessos do metrô, canteiros, monumentos, escadarias e calçadas em geral, ou inibir o perfeito compartilhamento de quaisquer equipamentos e espaços com outros cidadãos; distribuição de folhetos; publicidade irregular; emissão sonora irregular; colocação irregular de quaisquer objetos e equipamentos na calçada, ainda que por curto período; e desvirtuamento de bens públicos em geral. Um Gabinete de Crise para a questão do esvaziamento do Centro foi formado pelo prefeito Eduardo Paes, e se reúne de 15 em 15 dias, com a presença de representantes da sociedade civil e dos secretários municipais cuja atividade é vital para a revitalização da área.
Outra iniciativa que será lançada em breve, segundo Chicão Bulhões, será o Porto Maravalley, numa referência ao Vale do Silício da Califórnia, nos Estados Unidos. Será um polo de inovação e tecnologia, que concentrará empresas, laboratórios e instituições de ensino e pesquisa na área portuária. Ele afirmou que o Centro e o Porto conversam e que conectar as duas regiões é um objetido.
Empreendimentos
Em meio a esse processo, a W3 Engenharia prepara as vendas de um residencial nas proximidades do Sambódromo e do Terreirão do Samba. O empreendimento de seis andares tem licença assegurada. As 120 unidades serão de estúdios e de sala com um ou dois quartos, com preços entre R$ 260 mil e R$ 380 mil. Já a Cury Construtora pretende construir, em dois terrenos negociados pela empresa perto da Lapa, prédios residenciais com um e dois quartos. Sem contar a Volo, que deve lançar em breve o empreendimento da rua Sacadura Cabral em frente ao Moinho Fluminense, que deve dar lugar a um mega empreendimento em muito breve, pois foi adquirido pela gigante de investimentos Autonomy. O imóvel é tombado mas tem áreas vazias que podem destinar-se à construção de edifícios novos.