Cesar Maia, prefeito do Rio por 3 vezes, dizia que em eleição municipal “O cidadão não quer saber se a vassoura vai para a direita ou para a esquerda. Ele quer saber se vai varrer“. Talvez isso explique o porquê entre os prefeitos do Rio de Janeiro só Saturnino Braga possa ser apontado como um político realmente de esquerda, e Marcelo Crivella como de direita (apesar deste estar mais para populista que para alguns viés ideológico), embora tenha sido ministro da Dilma. Os que mais marcaram a cidade com sua administração nos últimos anos são no máximo Centro: Maia é apontado como direita mas foi do Partidão, Marcello Alencar um tucano típico, Luiz Paulo Conde um tecnocrata e, finalmente, Eduardo Paes que nunca fincou de verdade seus pés numa posição política, apesar de formação ser da centro-direita.
Paes se elegeu como síndico, como seu padrinho na política Cesar Maia: foram duas eleições assim e onde manteve esse perfil, entre 2008 e 2016. Era assim que a sua comunicação passava sua imagem, alguém que trabalhava com o governo do Estado e Federal (Sergio Cabral/Pezão, Lula/Dilma/Temer). A direita na época era o Democratas (ex-PFL), que foi partido de Eduardo, já a esquerda era o PT que fazia parte de seu governo, e o PSol. Ideologicamente não havia preocupações, e, bem, isso muda com surgimento de Jair Bolsonaro e sua onda azul que varre o país em 2018.
Inclusive, a eleição de Crivella e a (mais uma) derrota de Marcelo Freixo em 2016 não teve nenhuma relação ideológica: a verdade é que o carioca achava que Freixo não teria capacidade de varrer a cidade. Muita tese e pouco trabalho pra mostrar. No início do 2º turno o homem já começa com seus discursos políticos cansativos de sempre, falando “Fora MDB“, “Fora Golpistas“, MDB era o partido de Paes na época, o mesmo do presidente Michel Temer, e o candidato do grupo, Pedro Paulo, tinha ficado em 3º. Freixo simplesmente deu um “fora” nos votos que, de novo, não foram dele.
O Personagem Eduardo Paes de 2023
Desde sua eleição em 2020, Paes parece ter incorporado outro personagem, não mais o síndico, mas o espírito do Rio de Janeiro das ruas. Então dá-lhe vídeos em rodas de samba, nas ruas com o povo, em bares atrás do balcão, cantando, falando palavrão, enfim, a síntese do carioca. Tem quem diga que é falso – balela, ele realmente é assim; uma grande mente pensante, podia ser tudo na vida, e decidiu ser político do Rio. Só que desta vez, infelizmente, deixou a “vassoura” de lado.
É que esse personagem, na cidade, é o mesmo que a esquerda tomou para si, quando penso em político que gosta de blocos de rua, penso no Professor Tarcísio, deputado federal pelo PSol. Roda de samba? PSB, PT, PDT, não um prefeito do PSD. Política é acima de tudo imagem, e a que Eduardo passa é de um político de esquerda. Sua falta de compaixão com o comércio formal e de cuidado com a ordem pública neste mandato reforçam a imagem: chá de samba com desordem?
Ainda assim, não haveria nenhum problema se ele continuasse varrendo a cidade. Fosse para a esquerda ou para a direita, ninguém se importaria. Crivella não varreu (vai ver bispo nem sabe pegar em vassoura), ao ponto da eterna vereadora Rosa Fernandes chegar ao ponto de ser oposição ao governo, ela que é famosa por ter dito (ou não ter dito mas darem como frase dela) “que o meu partido é governo, não importa qual“. Crivella não fez nada, transformou a cidade num imundo caos de camelôs clandestinos, sujeira, buracos e mendigos, monumentos destruídos: fundo do poço. Mas quem votou em Paes esperava uma rápida mudança: um choque de ordem.
Dudu do PT
Na última eleição municipal Eduardo venceu com o Democratas, em uma chapa de Centro-Direita que tinha também o PL, Cidadania, DC, PV, Avante, PSDB. Havia candidatos a esquerda como Benedita da Silva (PT/PCdoB), Martha Rocha (PDT/PSB) e Renata Souza (PSol), além de nomes mais a direita como o bolsonarista Luiz Lima (PSL), Clarissa Garotinho (Pros), Fred Luz (Novo) e o próprio Crivella (Republicanos/PODE/PTC/PMN/PRTB/PP/Patriota/Solidariedade). O carioca escolheu o ex-prefeito que seria capaz de recuperar a administração da cidade destruída pelo bispo da Igreja Universal.
Só que na loucura da guerra ideológica que dividiu o Brasil, Eduardo Paes resolveu se tornar um anti-bolsonarista. Não votar em Bolsonaro não torna alguém de esquerda automaticamente, ou talvez apenas para os eleitores mais radicais dele, paciência. Só que o alcaide foi tomando posições cada vez mais extremas, se afastando da direita conservadora e se aproximando de uma esquerda que não gostava muito dele. A bem da verdade Lula vence no Brasil, mas ele perdeu no Rio de Janeiro, onde Bolsonaro elegeu vários deputados estaduais e federais. Ainda assim Paes não tentou corrigir a vela de seu navio; botou a mão no timão e levou mais para esquerda. Tem quem ache que este não é seu coração; mas pouco importa, é o que ele parece acreditar que vai levá-lo adiante.
Ele nomeia em 2023 nomes do PT para secretarias, incluindo o filho de Washington Quaquá, o pragmático ex-prefeito de Maricá, o vice-prefeito da cidade praiana Diego Zeidan assume a secretaria de Economia Solidária da Prefeitura do Rio. Para Assistência Social escolhe o nome de seu ex-prefeito Adilson Pires, e convenhamos que os 2 até agora nada fizeram de destaque. O de Economia Solidária é completamente desconhecido e parece estar lá apenas para deixar o pai feliz, já Pires, bem, parece que só faz olhar as ruas do Rio de Janeiro.
Na pior escolha possível, decidiu pôr a combativa urbanista e vereadora Tainá de Paula como secretária de Meio Ambiente. Seria um nome excelente, não fosse por um pequeno detalhe, a secretaria é responsável, dentre outras coisas, por evitar a invasão das áreas verdes da cidade. E quem invade? As favelas, as quais Tainá, por seu histórico nunca combaterá, não faria sentido. Fez uma maldade com uma grande parlamentar, colocando ela numa cadeira que a deixa praticamente de mãos atadas. Que fosse secretária de habitação, de trabalho, de algo social. As favelas são um claro câncer na malha urbana de qualquer cidade, mas… ela não acha.
Esquecendo de varrer
O problema é que invasão e favelas são um dos maiores problemas da cidade do Rio e sempre é assunto relegado a segundo plano por quase todos os prefeitos, não por acaso a situação chocante do Rio hoje. Cadê o Eduardo Paes que removia favelas na Barra da Tijuca? A Habitação está com um nome do União Brasil, vamos ser sinceros, que está lá apenas por composição política. Retirando algumas demolições, que mal fazem cócegas, o problema continua crescendo exponencialmente. Sem nenhuma atitude séria, parece que Paes joga pela esquerda, mantendo a famosa mística de que no Rio qualquer lugar pode virar rapidamente uma favela. Um terreninho abandonado, como aquele do lado do Liceu de Artes e Ofícios, no Centro, em pouco tempo já vira um favelão.
Paes não tem mais como passar a culpa para Crivella nessa situação, a Guarda Municipal está com efetivo completo. Prometeram que a guarda agiria na Uruguaiana e noutros lugares logo que seu efetivo retornasse ao normal. Cadê? Nada! Tivemos até barricada em chamas na avenida Atlântica nos últimos meses, uma vergonha rara de se ver. Falta planejamento ou vontade política ou os dois. Manter os camelôs, normalmente sendo controlados por milícias ou outras máfias, é uma pauta defendida pela esquerda carioca, adepta do famoso “poderiam estar roubando”. Receptação, falsificação, ocupação ilegal do espaço público e induzir a falência do comércio fornal pra eles é coisa bonita. Basta observar os discursos desses vereadores sobre o tema, seja no púlpito da Câmara, seja em suas redes sociais.
A imagem que apresenta é que nestes temas que o carioca à direita mais teme, Eduardo Paes decidiu jogar de canhota e deixar de varrer a cidade (mas o trabalho da Comlurb continua). Não por acaso muitos já o chamam de Dudu do PT, não só por sua proximidade com o presidente Lula mas como pela inação em pontos nevrálgicos da nossa metrópole, entregue à informalidade e ao caos. Verdade que o Estado parece lavar as mãos igualzinho, mas isso todos nós já esperávamos.
Reflexo nas eleições de 2024
O reflexo desta caminha de Eduardo Paes para esquerda se reflete nas eleições, com apenas o nome de Professor Tarcísio como candidato em oposição a Paes, pelo PSol. A pré-candidatura de Dani Balbi, do PCdoB, nem se pode chamar de natimorta, o seu partido é da federação do PT (junto com PV) e não tem nem chance de prosperar, a não ser um pequeno espaço na mídia que a deputada conseguiu. Obviamente terá o desempenho que merecem os defensores abertos da informalidade que carcome aos poucos o que sobrou do Rio que produz.
Já pela direita, além da zona que está no PL para escolher seu candidato próprio (já foram tantas hipóteses e hoje parece ser o deputado federal Alexandre Ramagem, ao menos até um próximo nome aparecer), tudo meio indefinido. O União Brasil já deu sinais que lançará o polêmico Rodrigo Amorim como pré-candidato a prefeito; nome que sempre foi forte em ordenamento e apoio às pautas conservadoras, até ser visto incitando camelôs a tocar o rebu no Centro depois de uma raríssima incursão da SEOP, fazendo milagrosamente o que tinha de fazer: teve gente que ficou confusa. Se Brenno Carnevale fizesse tudo que Amorim acusa ele de fazer, seria ele mesmo um ótimo nome; pena que é uma fantasia, pois no quesito informalidade no Centro, nada parece andar, ao menos para frente. O Otoni de Paula, um bolsonarista menos polêmico, mas ainda assim um dos primeiros a apoiar o ex-presidente, aparece bem nas pesquisas. O mesmo vale para o jovem vereador do Novo Pedro Duarte, que surpreendeu nas pesquisas do Instituto Prefab nesse período pré-eleitoral. O Progressistas pode lançar o nome do deputado federal Marcelo Queiroz, no lugar de Dr. Luizinho, caminhando mais pelo Centro, que no momento parece livre.
Para piorar a situação de Paes, ao menos ideologicamente, surge a notícia de que ele pode ter como candidato a vice alguém do Partido dos Trabalhadores, e neste dia 15/11 foi aventado o nome de Marcelo Freixo, seu eterno opositor. Aliás eterno opositor de tudo. Para comparar a cambalhota política dada em 4 anos, o atual vice é do PL, mesmo partido de Bolsonaro. Ululante que não será Freixo, um avatar da esquerda no Rio de Janeiro e que tiraria muitos votos de Paes, similar ao que aconteceu na mal fadada chapa Rodrigo Maia/Clarissa Garotinho, quando no lugar de junta o voto das duas famílias, juntou a rejeição. Além disso como ninguém tem certeza se Paes cumpre o segundo mandato, há quem com certeza ia ficar apavorado ao ver mínima chance de ver o eterno psolista (agora no PT) no Palácio da Cidade. Todo o empresariado não-camelô parece tremer só de ouvir falar nele.
Há tempo para voltar ao Centro?
Hoje Paes não tem um bom conselheiro político, até porque talvez eles não existam mais em nossa cidade. Poderia ter ao seu lado o próprio Cesar Maia, mas as relações estão extremamente estremecidas. Há Luiz Carlos Ramos, mas esse é bom de nominata para vereador, não é um politólogo.
Em seu grupo político tem gente que entende bem do jogo, como o deputado federal Pedro Paulo, mas que está apaixonado em poder legislar em Brasília. Seu atual secretário da Casa Civil Eduardo Cavaliere é muito jovem para ser um consieglieri em eleição carioca e é preciso de experiência para entender esta província. Há quem diga que não seria lá muito bom em cumprir acordos, coisa que na política pode dar problema. Guilherme Schleder? Um bom operador e entende da cidade, mas talvez falte a profundidade que é dada apenas em estudos políticos. Realizadores como Gustavo Guerrante, pragmáticos e hiper-mão-na-massa, talvez ainda não consigam influenciar o alcaide.
Mas, com uma eleição importante pela frente, não é impossível que ele apague a imagem de político de esquerda: não tentar fazê-lo poderia custar sua eleição. Se livrar a cidade dos mendigos parece um sonho distante face à impossibilidade – infeliz e burra – de executar a internação compulsória dos viciados ao menos, um bom trabalho de Ordem Pública, com o fim da hegemonia dos camelôs nas principais regiões comerciais da cidade – e consequentemente o bem que isto faria imediatamente ao comércio – já seria um bom começo, mas é preciso vontade e parece que isso falta a Eduardo Paes.
Quintino é o que há de pior na imprensa carioca, o tipo de “reporter” que gosta se atacar tudo sem entender de nada. Resposta pra ele: Não! Você é que se enfiou na direita selvagem até perder a noção dos limites, onde só o que ele defende presta, e está arrastando o Diário junto, que já teve crédito um dia.
Se fosse de esquerda não teria destruido a o Rio de Janeiro como fez nos seus mandatos, inclusive a Cidade deixou de ser maravilhosa. As escolas Municipais a alimentação das crianças era irrisória. Parece que melhorou um pouco depois deram conhecimento disso por meio de reclamações.
Você não entende nada de política, Quintino. Não sabe diferenciar esquerda de direita… deixa a sua coluna de política para quem realmente sabe.
só um imbecil ainda acredita em “direita” e “esquerda”. é tudo farinha do mesmo saco. corrupção e roubo é a marca registrada destes espectros políticos. o prefeito tem de se aproximar de onde vem o dinheiro, pra administrar a prefeitura. se tiver de receber o diabo, que receba. o resto é besteira.
Meu sobrinho de 2 anos que não sabe falar e escrever direito tem uma “análise” melhor.
O seu referencial de esquerda e direita é bem equivocado. Ainda mais posto a realidade dos fatos.
Direita = tudo de bom
Esquerda = tudo de ruim
Nossa, que esperto ele. É “libertário” mesmo?
Esquerda e direita se distinguem na economia (que é uma ciência social). Toda essa baboseira moral e de costumes tem dos 2 lados. Centro não existe. É direita. Ninguém é “foguete”. Extremo Centro. Só vai pra cima.
Ninguém defende que exista camelôs e favela. Nem a esquerda, nem os próprio favelados e trabalhadores informais. O que se propõe é geração de emprego qualificado e possibilidade de moradia digna. Tudo isso passa pela ECONOMIA! Aí sim, a diferença entre direita e esquerda apresentam formas de tratar esse problema. Que não é um “câncer”. É um problema social econômico.
A direita concentra, individualiza e expande os (super) lucros dos meios de produção pra si. A esquerda usa os meios de produção (trabalho) e o lucro para atender necessidades coletivas, entre elas o do camelo e favelado (“câncer”, segundo o Quintino).
Daí tu vai ver o Paes, entregou o transporte de ônibus para uma máfia de meia dúzia de empresários de ônibus lucrarem oferecendo um péssimo serviço e caro. A Guarda Municipal que só defende propriedade privada (bancos, prédios comerciais, etc no centro e zona sul). Alguem já viu um “marrozinho” protegendo uma praça no subúrbio? Atende empresários da construção concedendo licenças pra novas construções sem contrapartidas sociais, empurrando o povo pra favela por conta da gentrificação de bairros. Entre inúmeras políticas públicas dele e seu secretariado majoritariamente de partidos de diteita voltadas para quem concentra, individualiza e expande os (super) lucros.
Como Quintino bem disse, Paes é cria do Cesar Maia, um dos políticos de direita mais habilidosos desse país. Se o Paes tem habilidade política para transitar bem entre os “opostos”, competência e mérito dele.
Perfeito!
Sou de esquerda desde que me entendo por gente. Militante. Não reconheço Paes como de esquerda nem sob muita Glacial, em um sol de 43 graus.
Paes sempre foi, é e será o cara da grana. Está sempre servindo aos caciques e donos da cidade, do contrário fosse, não teria sido eleito e releeito e voltado a prefeitura depois da aventura Bispo que esses mesmos patrões escolheram.
Acho que o autor desse delírio em forma de artigo opinativo confundiu carisma com ser de esquerda, visto que de fato o Dudu é carismático e tem a simpatia até por quem é de esquerda. Outro fato é que a direita não tem carisma e senso de humor. Não tem imaginação e não conseguem entender o que não for literal.
Mas dizer que o Dudu é de esquerda, o Nervosinho da Odebrecht? O senhor desapropriação? Pera aí, segura a emoção.
Curiosa a analogia que o “colunista” (na verdade, corretor imobiliário) faz entre a esquerda e a criminalidade, insinuando, só que de forma bem explícita, que a esquerda incentiva o crime. Nada mais obsoleto e desinformativo. Aos incautos, fica a sensação que a direita é limpinha, honesta, moral, competente, santa, enfim, a solução para o país. Quinhentos anos de história não servem para nada, não é mesmo? Ou alguém tem alguma ilusão de que o Brasil, SEMPRE DOMINADO PELA DIREITA, alguma vez foi um lugar limpinho e decente?
É curioso também como o dito “colunista” (na verdade, corretor imobiliário) insiste na tese da repressão implacável aos comerciantes ambulantes. Eu lamento profundamente a existência de ambulantes; em um mundo ideal eles não existiriam. Entretanto, desde que eu me entendo como gente existe repressão (e do tipo mais brutamonte) aos ambulantes, mas, como sempre, sobra testosterona nos músculos e falta tutano no cérebro dos direitalhas. A força bruta não corrige o problema, que só se agrava ano após ano de governos de direita no Estado do Rio e na cidade do Rio. Que tal inteligência para incentivar a geração de empregos decentes e para ampliar políticas públicas que promovam justiça social?
Mais uma curiosidade: poucos dias atrás o portal Diário do Rio soltou fogos de artifício ao anunciar a construção de um condomínio de casas de classe média alta DENTRO DE UMA ÁREA VERDE em Mangaratiba, chamado Porto Mangará (artigo aliás escrito por este mesmo “colunista” – na verdade, corretor imobiliário). Vale a pena reler o artigo e refletir: aparentemente, o “colunista” (na verdade, corretor imobiliário) não se importa muito com a ocupação de áreas verdes, dependendo, obviamente, de quem o faz: se for pobre levantando barracos, nem pensar, mas se for engomadinho com suas casas projetadas por arquitetos engomadinhos, aí a gente até dá festa para celebrar. “Venha morar junto à natureza”, dizem os corretores imobiliários.
Fica claro que a ideologia dos mantenedores deste portal é a dos negócios. O que é melhor para aumentar nossa receita com comissões? Construir mais condomínios de “bacana” e centros empresariais e de entretenimento invadindo áreas verdes? Então, que se faça isso! O que atrapalha as negociações? Presença de favelas? Presença de ambulantes e de população de rua? Então, que se passe o trator em cima dessa gente; quem se importa, né? Políticas públicas? Para quê? Isso só aumenta os gastos públicos e a necessidade de imposto. “Impostos?? Credo, acaba logo com isso!”, diriam os adoradores do dinheiro e odiadores de gente.
A direita é tão toscamente contraditória, que as vezes dá até preguiça de expor seus absurdos.
Exato! A sensatez passa longe desse interlocutor.
Quando é imóveis de luxo de donos ricos não é “câncer” né?
Basicamente a esquerda (do referencial dele) é o diabo no mundo que impedem o progresso (do referencial dele), mas o fato é que a direita governa o RJ a anos: olha essa sequência: Garotinho, Cabral, Pezão, Witzel, Cláudio Castro. Vou nem falar da prefeitura com Paes, Crivella, César Maia, etc…
“Mas a culpa é da exxxquerda, caras!”
Tá certo. Tá defendendo os interesses dele dos patrões. O que não pode é o carioca trabalhador tomar esse discurso imbecil pra si.
Falou pouco, mas falou bonito. Quisera eu ter o seu poder de síntese.
Impressiona a incapacidade de compreensão de um esquerdista. Sempre que a política esquerdista dá errado, e sempre dá, eles dizem que o esquerdista da hora era de direita. Brizola, Saturnino, Moreira, Garotinho, Marcelo Alencar, Cesar Maia, Cabral, Eduardo Paes, Pezão, todos são esquerdistas, alguns 100% extremistas e outros um pouco menos. Todos adoram socialismo pros outros e amam capitalismo americano e europeu pra eles. E existe muita diferença entre condomínio planejado e favela, mas a incapacidade de discernimento os impede de entender. A propósito, todo esquerdista mora onde algum dia já foi mata, mas não propõem entregar sua moradia para recompor o meio ambiente.
O desabafo desta coluna é correto, porém tardio. Se cobranças fossem feitas no ato de eleição de Paes no distante 2020, talvez nada do que acontece hoje tivesse sido evitado, mas se tentaria colocar um freio nas bobagens feitas no desgoverno atual. O eleitor brasileiro, e neste ponto todos devem fazer mea-culpa, simplificou escolhas a um único ato: retirar o político de quem não se gosta se aproveitando de sugestões de meios influenciadores, votando nele sem nada questionar. O Rio sempre votou em oposição, mas já fizemos boas trocas antes; Hoje não é mais assim. Fizemos isso com Crivella para retirar Paes, fritado pelo fracasso olímpico e Witzel para limar a era Cabral da história. A situação de polaridade vinha se agravando e Paes, já flertando com esquerda, a direita na mão e com uma cidade ajoelhada a seus pés, se elegeu. Em 2022, com opiniões divulgadas de era o único gênio da lâmpada, cancelou os três desejos que disseram que tínhamos, dobrou a aposta e “fez o L” visando se tornar absoluto no Rio agregando todas as bandeiras políticas sob seu chapéu de malandro. Como a política carioca funciona no interesse particular de cada feudo local em vez de uma aliança político-econômica, Paes acelerou o motor e danou a fazer bobagens. Pregando a mesma cartilha “social” do hoje presidente Lula, foi em busca de um retorno aos “melhores anos de seus governos”, retomando projetos de ocupação urbana e mobilidade que vinham paulatinamente destruindo a estrutura econômica da cidade. Hoje a cidade se assemelha a um trem sem freio pronto para bater ou sair do trilho. #Rioeocacete
Quintino, você bateu na tecla mais importante que é a secretária Tainá de Paula cuja a pasta deveria se chamar de secretária das favelas e anti meio ambiente. Se o vice do Eduardo for do PT vou correr para qualquer alternativa a direita, me recuso a entregar a cidade a alguém de esquerda que nós sabemos muito bem que compactua com a favelização e com a desordem. Eduardo Paes ta errando muito.