Mais um CNPJ baixado, como gostam de dizer os mais ferrenhos defensores do presidente da república. A quarentena imposta pela pandemia do novo coronavírus fez mais uma vítima. Famosa pela alta qualidade de seus serviços, a barbearia ‘The Barber Rio’, na Rua da Assembléia, quase esquina de Rua da Quitanda, encerrou suas atividades no final da semana passada. O estabelecimento, de dois andares, se tornou conhecido do público masculino do Centro não só pelos barbeiros como também pelas cervejas e pelo simpático bar que funcionava em seu segundo andar, além de suas salas de massagem e tratamentos de beleza masculina.
A The Barber recebia com frequência eventos e se tornara referência também pelo “dia do noivo“, onde os noivos passavam o dia recebendo um trato que até pouco tempo só as noivas recebiam no dia do casamento. No segundo andar, funcionava o Bar & Lounge – um espaço exclusivo onde ocorriam as despedidas de solteiro, dia do noivo e os tais chá- bares. Eram eventos bacanas, que contavam com drinks e coquetéis assinados pelo mixólogo Walter Garin, acompanhados por finger foods com o selo de qualidade do celebrado Restaurante Giuseppe.
Chegou ao DIÁRIO DO RIO a informação de que a loja duplex foi esvaziada no final da semana passada. Caminhões levaram as chiques cadeiras de barbeiro ferrante e todo o resto do equipamento. Procuramos a administradora responsável pelo imóvel, que confirmou que “a loja de cerca de 220m2 se encontra disponível para locação“. Ainda segundo a administradora, a loja vizinha acaba de ser alugada à rede Cielo de cartões, e vai entrar em obras em julho.
Não entendi o tom de ironia sobre o Presidente, ao falar CNPJ baixado. Se fosse por ele, a loja estaria aberta durante a pandemia e talvez não tivesse que baixar as portas definitivamente.
Enquanto isso, a indústria do ramo alimentício e financeiro, além do comércio eletrônico nadam em dinheiro e veem suas ações subirem.
Daí pergunto:
Onde está o Governo Federal, assim como o governo central de outros países, que destina proteção social aos trabalhadores e também um colchão financeiro às empresas, nesse momento de crise?
O Governo Bolsonaro destina bilhões em linhas de crédito por meio dos bancos para empréstimo (?) a fim de que o setor financeiro, que impõem suas regras próprias para liberação, tenha ainda mais no lucro… enquanto o correto seria a liberação através somente de bancos públicos, eis que o objetivo é socorro financeiro e não investimento.
Quem determinou o fechamento não foi o Governo Federal, nem tão pouco teve a anuência do Sr. Presidente Jaír Bolsonaro, logo, atribua a responsabilidade aos governadores que assim determinaram.
Os bancos emprestam o dinheiro para quem eles bem entendem e segundo seus critérios bancos não são ONG ou instituições filantrópicas.