Brasil: o país de nome vermelho

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Você já deve ter ouvido daquele amigo que se diz mais “nacionalista” o poderoso bordão: “MINHA BANDEIRA JAMAIS SERÁ VERMELHA!”. É um grito afirmativo de que as cores nacionais jamais seriam usurpadas pela cor “comunista”.

Contudo, a cor vermelha seria uma afronta tão grave para a identidade do nosso país? Você que está lendo, já parou um dia para pesquisar na Barsa, no Google, no Dicionário o significado da nomenclatura e as raízes etimológicas do nome Brasil?

Nosso consciente vai parar na infância: “Ah, é por causa do pau-brasil, aprendi isso na escola”. O pau-brasil foi a primeira riqueza que Portugal encontrou e logo foi privatizado, explorado, contrabandeado e ameaçado de extinção.

Então, qual a origem da palavra “Pau-Brasil”? E as raízes etimológicas de difícil reconstrução da palavra “Brasil”?. Ao pesquisarmos sobre sua origem, chegaremos a duas influências distintas: o latim e o celta.

Sua origem celta é a palavra “barkino”, que no espanhol passou a ser barcino e depois Brasil. Aqui as árvores chamadas de “Pau-Brasil” pelos portugueses, eram conhecidas pelos índios tupis por “Ibira Piranga” (Árvore Vermelha). Do tronco dessas árvores, extraía-se uma tinta vermelha usada para tingir tecidos.

O nome “Pau-Brasil” vem de “Pau em estado Brasil” ou “em estado de brasa”, uma frase permitida no português arcaico. O fogo ardendo em brasa tem uma coloração avermelhada em seu centro. Em latim, Brasil significa: vermelho como brasa ou vermelho das brasas.

Então, a cor vermelha, quando aplicada em bandeiras, fica longe de representar o comunismo. Vermelho é a cor adotada por 148 países no mundo para representar valor, honra, batalhas, lutas, revolução, flores, sol, terra/solo e dezenas de outros significados. Fosse exclusividade comunista, o vermelho não apareceria nas bandeiras de países como a Alemanha, EUA e Reino Unido. Alguns já vão começar dizer que Dom Manuel I, conheceu o comunismo trezentos anos antes do lançamento do “Manifesto Comunista”. Por isso, aprovou o nome Brasil.

Já as cores da bandeira nacional, não representam em nada nossas florestas e as riquezas/ouro. O pintor francês Debret, colocou o verde para representar a família real portuguesa (Casa de Bragança), o amarelo-ouro a cor da nobreza austríaca (Casa de Habsburgo) e o losango em homenagem às bandeiras militares francesas de Napoleão Bonaparte (aquele que fez D. João VI chegar aqui em 1808).

Esse governo e seus parlamentares ainda não proporam a mudança do nome Brasil, porquê os anteriores usavam a palavra “cruz” e os índios, chamavam esse local de Pindorama (terra livre dos males e das palmeiras). Com os nomes anteriores, neopentecostais e quem não gosta de índios, jamais aceitariam tal mudança.

Portanto, reconhecer a história do nosso país é fundamental para evitarmos a repetição de termos do senso comum, carregados de preconceitos e de um medo totalmente irracional. Tivesse o vermelho em nossa bandeira, representaria com muito mais verdade a história de tristeza, sofrimento, choro, dor e luta dos nossos sangrados antepassados.

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Cidadão Baixada. Filho, neto e bisneto de pernambucanos é caxiense, portelense, tricolor, professor de História e Jornalista. É pesquisador na área da pessoa com deficiência, voluntário do Lions Clube Xérem e no Pré-Vestibular Comunitário da Educafro.

3 COMENTÁRIOS

  1. Ninguem extraia a madeira para queimá-la, essa explicação nao faz sentido. É do tupi Ibi’ra = árvore.
    Aliás, acho que os botocudos e os charruas chamavam o Governo-Geral do Brasil de outra coisa alem de “pindorama” hein? perguntar não ofende kkkkkk

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