Calçada do Centro agora é ‘sala de espera’ de restaurante, além de estacionamento de bicicletas

O restaurante Delírio Tropical, na rua da Assembléia, instalou imensos bancos de madeira no meio da calçada, prejudicando a mobilidade e contribuindo para o caos na região, que já sofre com a camelotagem clandestina e com a destruição de suas calcadas por uma operadora de telefonia

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A calcada da rua da Assembléia deixou de ser passeio público para receber verdadeira sala de espera de motoboys, que sentam-se em bancos de madeira na frente do restaurante Delírio Tropical, na mesma região em que recentemente a operadora claro destruiu toda a calçada, deixando-a com remendos que oferecem riscos a pedestres

Realmente, a rua da Assembléia, ponto nevrálgico do Centro Financeiro do Centro do Rio, anda mal cotada e ignorada pelas autoridades públicas do Rio, em que pese os tão cantados esforços para a implementação projeto ‘Reviver Centro’, suposta menina dos olhos do prefeito Eduardo Paes. Esquecida pela ordem pública, o passeio da rua foi todo rasgado, recentemente, pela operadora de telefonia Claro, que destruiu suas calçadas, acabando com os desenhos em pedras vermelhas, pretas e brancas, deixando tudo remendado, desnivelado e um verdadeiro perigo para a mobilidade de cadeirantes, idosos e mulheres de sapato-alto; disso já tratamos aqui.

‘Useiro e vezeiro’ (como dizia minha mãe) em fazer estripulias na região, o Restaurante Delírio Tropical – números 36 e 38 da mesma rua – provavelmente após ver que a região não tem mais nem rei nem roque e que a atuação da Ordem Pública na tradicional rua do Centro hoje inexiste, decidiu inovar novamente. Se a frente da Starbucks agora é tomada por camelôs que vendem óculos com lentes que só Deus sabe como foram produzidas, se quebrar a calçada é algo que pode ser feito sem licença, se os carros agora podem parar em fila dupla, se os mendigos podem dormir livremente nas portas das lojas, chegou a hora do Delírio Tropical inovar e instalar, sem licença, bancos de madeira enormes no meio da calçada (foto), que servem para que entregadores de iFood e do próprio restaurante sentarem e passarem o tempo, no celular, encostando motos e bicicletas que também ficam ‘estacionadas’ na calçada da Claro, digo, da Prefeitura.

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Na foto acima é possível ver não só a calçada em desalinho e com seus desenhos decorativos destruídos (a faixa vermelha era inteiriça e ia até o lado direito), como também alguns dos bancos colocados no passeio pelo restaurante, impedindo quem atravessa a rua entre os carros de chegar ao outro lado. “Isso aqui está virando uma nova Uruguaiana“, dispara o gerente do edifício Villela Monteiro, Adriano Nascimento. “Já realizamos diversas reclamações, sem sermos ouvidos pela Guarda Municipal, que passa por aqui diariamente e não toma qualquer atitude contra o restaurante”, diz. Uma inquilina de uma sala no edifício Condusa, quase em frente, disse ao DIÁRIO que vê “guardas muncipais parados conversando como segurança do Delírio Tropical, como se tivessem algum assunto especial com eles“. Ela pediu pra não ter seu nome citado, pois já teria reclamado dos bancos com os guardas, que teriam reagido de forma agressiva. E completa, de forma emblemática: “tem gente que pensa que só tem milícia na Zona Oeste“.

Anos atrás – no último mandato de César Maia, o restaurante Delírio Tropical chegou a arrancar todas as pedras portuguesas do trecho, trocando-as por lajotas de cerâmica, escorregadias, que geraram uma grita geral dos frequentadores da região. Acabaram tendo que retirá-las e recolocar o basalto decorado. Que seja assim com os bancos de madeira, que junto com as bicicletas e motocicletas dos entregadores, já não deixam mais espaço para que se atravesse a rua ou a própria calçada. Ou o que restou dela.

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20 COMENTÁRIOS

  1. Sobre as pessoas em situação de rua e os empregadores que ficam esperando entregas na porta do restaurante, este e um problema social e trabalhista e a matéria podia ter enfatizado isto, nao e culpa deles.Agora os grandes restaurantes, supermercados, lojas de construção e de departamento sim, tem a obrigação de manter a calcada como original e obedecer a ordem publica e a prefeitura a obrigação de fiscalizar e punir a desordem e a sujeira.
    Tenho que dizer que nao e apenas o centro que esta descuidado.A zona sul inteira e suponho também a zona norte, oeste e subúrbios.Tem lixo derramado nas ruas as calcadas sujas e esburacadas, principalmente onde ha supermercado porque eles usam a calcada como se fosse extensão do seu estabelecimento, descarregando mercadorias e obstruindo a passagem dos pedestres e acabando com as pedras portuguesas.
    Considero as calcadas do Rio um grande desafio olímpico de sobrevivência para idosos cadeirantes e carrinhos de bebês.Além de imundas, as pessoas podem se machucar seriamente tentando atravessar as ruas cheias de buracos e irregulares.

  2. Realmente, o Centro da Cidade está assim…sem rumo. Além desses inconveniente, temos que conviver com moradores de rua, que mijam e cagam em suas portas, além da maioria apresentar as suas identidades: Tornozeleira eletrônica! O exemplo disso, é na av. Henrique Valadares, 100 – Centro, eles invadiram os nossos passeios e nada é feito. Na porta do hospital do Câncer, que vergonha! Aqui também tem esses caras esperando as quentinhoas, no prédio ao lado (residencial), não sei cono o síndico permite, funciona um restaurante e eles se aglomeram no passeio. Qualquer dia desses,vamos ter que voar.

  3. Que matéria mais sem vergonha, tanto problema no Centro do Rio e o jornalista abordando essa situação. Um.banco que por sinal está até colocando ordem na situação!

  4. Quem escreveu essa matéria poderia ter tido o cuidado de ir ao local pra ver com os próprios olhos. Chama minha atenção tbm o fato de que atrás do banco na foto, não existe nenhuma marcação de faixa de pedestre, logo, não está impedido nenhum pedestre de atravessar a rua, porque ali não é local de atravessar, não tem faixa, não tem semáforo.

    Sim é horrível a utilização de calçadas para deixar motos estacionadas, mas bicicleta não tem essa restrição legal, não existe nem uma legislação para ciclistas então tá dentro, já que no Brasil todos são livres para fazer o que quiser na condição da não existência de uma lei que diga que aquilo é proibido (ilegal/crime).

    Quanto as pessoas em situação de rua, tá ótimo, melhor do que construindo favela e utilizando serviços de água e luz ilegalmente deixando o custo pro restante da população pagar.

  5. Já creio que não é ignorância por parte desta e de outros jornalistas que trabalham pro diário do rio. É só maldade e ódio pela classe mais baixa mesmo. Nunca li reclamações deste tipo sobre restaurantes de alto nível que fazem a mesma coisa na Zona Sul.
    Vergonhoso!

  6. Aqui em Ipanema a loja do Delirio faz a mesma coisa, só que na Prudente de Moraes, que já é uma calçada estreita e sobra só a rua para os pedestres poder andar. Mas aqui fica pior porque os restaurantes ocupam 60 ate 70% das calçadas com mesas e cadeiras sem licença alguma, deixando uma faixa de calçada tão pequena que só nos resta andar na rua, disputando espaço com os veículos, ou ficar pedindo para passar entre as mesas. É calçada, não é área dos clientes desses restaurantes. Mas falta fiscalização nessa cidade. Se não tem mais nem guarda de trânsito (sumiram já antes da pandemia) deixando agora todos estacionar onde bem queiram, motos andando nas calçadas ou pela contramão, carros avançando sinal e parando sobre a faixa de pedestres, o Rio de Janeiro virou um grande pandemônio. Cidade da beleza e do caos, como dizia a música da Fernanda Abreu.

  7. Essa reportagem é escrota de mais, esse banco seria o mínimo possível para descanso, de pessoas que trabalham horas pedalando, subindo escadas de 3, 4 andares e até mais.

  8. Detalhe interessante esse a largura do banco em relação a calçada. O leitor deve prestar atenção nisso. Não é o correto, ou pelo menos não é ainda normatizado. Só que esta loja não é única a oferecer um mínimo de conforto para a tropa da entrega durante as muitas horas de trabalho, a soldo de taxas de fome para atender o conforto de muitos que vão comer, mas nem sabem se esse cara consegue uma “boia” pra comer também. Gera até ordem no posicionamento de entregadores que se agrupam, sentam no chão e ocupam calçadas com as motos e malas térmicas. Podem ser feitas várias comparações: A de Santa Cruz e a terra sem lei das barraquinhas de açaí e banquinhos de plástico ou Ipanema com conteiners bem aparelhados aprumados em baias de serviço. Muito bem feitos, com cadeiras estofadas, servem de sala de estar melhorando o ambiente de lojas. Todos citados são exemplos de ocupação que punem em maior ou menor grau aquele que deveria ser reverenciado e bem tratado pelo comércio: O pedestre.

  9. Diário do Rio, pare de incitar o ódio contra pessoas em situação de rua. Esse não é um problema de ordem pública e sim um problema de saúde pública, a maioria das pessoas nessa situação são pessoas neurodivergentes. Nunca comento, mas sempre me aparece matéria de vcs e quando vou ler encontro o ódio a essas pessoas imbutidos nas matérias de vcs. Me parece um jornal escrito por pessoas elitistas que se incomodam em dividir espaço público com quem julgam não dignos de ocupar esses espaços. Parem, olhem além do seu próprio umbigo.

  10. Quem manda no Rio de Janeiro são os donos debates e restaurantes com apoio do prefeito. A pandemia terminou, ninguém mais usa máscara mas o favorecimento para os bares e restaurantes permanecem. Cadeiras e mesas nas calçadas e o povo que mora nas proximidades que continue pagando seu IPTU e não reclame do barulho e muito menos de ter que passar pela rua com os carros, correndo do risco de atropelamento,
    pq a calçada foi cedida pela prefeitura aos bares e restaurantes.

  11. Povo do Rio de Janeiro! Principalmente os frequentadores de bares e restaurantes que só tem lucro no modelo 10 mesas ns loja 10 na calçada…qual é o problema disso mostrado na reportagem? Os valentes entregadores não são o problema mas a solução. Então façam a queixa a esses bares ou estabelecimentos que agora servem comida a céu aberto como na 13 de maio (entre a carioca e o teatro municipal)? Não o fazem no geral? Então é reportagem de tendência.

  12. É visível essa degradação não só no Centro da Cidade, como também em vários bairros da nossa cidade. Dói mais quando isto acontece a olhos vistos com o mais importante centro histórico do Rio de Janeiro, justamente pela proposta de revitalização de toda esta área. A respeito do restaurante, se têm provas de que danificaram um bem público, como a calçada de pedras portuguesas, porque não cobrar esse prejuizo dos responsaveis?

    • É um passeio público logo todos tem direito a usá-lo sendo você motoboy ou pedestre eles não restringiram o acesso o que está incomodando aí é a presença de pessoas que vocês julgam não serem dignas de compartilhar o espaço precioso de vocês. Porque não anda até a uruguaiana e fala daquele monte de ambulante que tomam conta da calçada e quase impedem a saída para o metrô? Deixem os motoboys trabalharem em paz

  13. Hahahahahahah, na foto nota-se que há espaço de sobra para os pedestres e que os bcos NÃO SÃO IMENSOS, são compridos, talvez 2 mts e estreitos, não sou Dono ou sócio do restaurante, só que o comerciante que já é sufocado de todos os lados e os clientes que lá teriam um pouco de conforto é que sofrem, noticiazinha tendenciosa.

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