Com ‘Egito Antigo: do Cotidiano à Eternidade’ escalada para celebrar suas três décadas, completadas no último 12 de outubro, o Centro Cultural Banco do Brasil ainda exibe, até 4 de novembro, ‘Raiz’, feita especialmente para ele pelo artista chinês Ai WeiWei. Gerente geral da casa, Sueli Voltarelli explica como a sede da Candelária mantém um nível de exposições que, só de um ano para cá, também teve as maiores mostras Basquiat e Paul Klee já montadas no Brasil. Em seguida, programações de shows do meio desta semana, peças de teatro, filmes que estreiam nesta quinta (24) e… outras exposições.
Soprando as velinhas da Candelária
Três décadas sem parar. Com 30 anos recém-completados em atividade ininterrupta, sem um dia em que não houvesse uma exposição em cartaz, o Centro Cultural Banco do Brasil comemora a idade balzaquiana com “Raiz”, feita especialmente por Ai WeiWei para ser exposta ali, e uma viagem pelo “Egito Antigo: do Cotidiano à Eternidade”, com mais de cem peças do Museu Egípcio de Turim que traduzem vida diária, cultura e religiosidade do reino dos faraós de até milênios antes de Cristo.
“Nesses 30 anos, nunca ficamos um dia sem programação”, comemora Sueli Voltarelli, gerente geral do CCBB, que, neste bate-papo, traz alguns dos motivos para a atividade ininterrupta, a começar pelos objetivos do próprio centro cultural, inaugurado em 12 de outubro de 1989, quando sua fundação foi a forma escolhida pelo Banco do Brasil para preservar o imponente palácio de quase 20 mil m², adquirido em 1920 da Associação Comercial o Rio de Janeiro, que o erguera em 1906.
O CCBB praticamente emendou a exposição do Basquiat com a do Klee e, agora, tem a do WeiWei e a do Egito Antigo ao mesmo tempo. Como vocês fazem para manter essa programação sempre com alguma exposição de peso?
“Sempre procuramos fazer, ao menos, uma grande exposição internacional por ano, sendo que elas costumam rodar as quatro sedes do CCBB [São Paulo, Brasília e Belo Horizonte, além do Rio]. Aqui, às vezes, são duas grandes exposições simultâneas, como está sendo agora, por haver dois espaços expositivos na sede, em dois pisos. Também tentamos, todo ano, fazer uma grande exposição de um artista brasileiro – ou que tenha temática brasileira”.
É o caso de WeiWei, aliás, embora ele seja chinês…
“Sim. Ele ficou um ano em viagens ao Brasil, fazendo pesquisas, visitou o Brasil do Amazonas ao Rio Grande do Sul e se envolveu com frutas, sementes e outras coisas da natureza brasileira”.
[Na exposição “Raiz”, em cartaz só até 4 de novembro, WeiWei retoma, com aspectos da cultura brasileira, seu método de agrupar milhares, até milhões de peças como em “Sunflower Seeds” feita com sementes de girassol de porcelana, pintadas por artesãos chineses].
(Divulgação)
Esse é o objetivo do CCBB, entendo. Mas como vocês fazem para atrair e manter a vinda de artistas, curadores, grandes museus com seus acervos?
“Os curadores inscrevem seus projetos porque sabem que o Banco do Brasil tem a tradição de patrocinar grandes exposições; agora, os museus emprestam suas obras em função também da credibilidade do CCBB. Antes de os museus emprestarem suas obras, eles fazem visitas técnicas para verificar se quem vai receber suas obras têm condições técnicas de climatização, de segurança para as peças. Essa credibilidade é muito importante para conseguir os empréstimos”.
O que mais te impressiona ao longo dessas três décadas de atividade?
“Nesses 30 anos, nunca ficamos um dia sem programação. E, neste ano, devemos passar dos 2 milhões de visitantes. Gosto muito de pensar isso em termos proporcionais. O museu mais visitado do mundo é o Louvre, que recebe mais de 9 milhões de pessoas por ano. Mas o Louvre tem aquele tamanho, aquele acervo e está em Paris, cidade que mais recebe turistas no mundo. Aqui, se você pensa em um centro cultural que é pequeno em tamanho, perto do Louvre, que quase não tem acervo próprio, apenas exposições temporárias e nós recebemos 2 milhões…. Se você for pensar nisso em termos proporcionais, é muito relevante”.
É quase um em cada mil brasileiros… se bem que estrangeiros também vêm…
“Depois da Copa e da Olimpíada, houve um incremento de visitas de estrangeiros, porque o CCBB passou a figurar em muitos guias de turismo para quem veio assistir aos Jogos. Então, nossa relevância no turismo do Rio de Janeiro aumentou muito em relevância”.
Top 5 históricos das exposições no CCBB
Maiores visitações
1 – Salvador Dalí (2014): 978.171 visitantes, ao todo
2 – Aleijadinho – Fé, Engenho e Arte (2006/2007): 969.271
3 – Por Ti, América (2005/2006): 850.066
4 – Lusa (2007/2008): 754.864
5 – Yayoi Kusama (2013/2014): 754.565
Maiores médias de visitação diária
1 – Surrealismo (2001): 11.931 visitantes por dia
2 – DreamWorks Animation – Uma Jornada do Esboço à Tela (2019): 11.242
3 – Arte da África (2003/2004): 10.990
4 – Anish Kapoor (2006):10.105
5 – China Hoje (2007): 9.827
Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Primeiro de Março, 66, Centro (em frente à Candelária).
Tel.: 3808-2000. Horário de funcionamento: Quarta a segunda, das 9h às 21h. Entrada gratuita para a maior parte* da programação, incluindo as duas exposições atuais, “Ai WeiWei – Raiz” (em cartaz só até 4 de novembro) e “Egito Antigo – do Cotidiano à Antiguidade”.
*Alguns eventos têm ingresso pago
+Mais!
Outras exposições
Zanine 100 anos – Forma e Resistência
Museu de Arte Moderna. Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo (altura do Castelo). Tel.: 3883-5630. Terça a sexta, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Até 17 de novembro. Entrada: R$ 14 (inteira) / R$ 7 (meia). Grátis às quartas-feiras.
JoãoPequeno
Carlos Vergara – Prospectiva
Museu de Arte Moderna. Av. Infante Dom Henrique, 85, Aterro do Flamengo (altura do Castelo). Tel.: 3883-5630. Terça a sexta, das 12h às 18h. Sábados, domingos e feriados, das 11h às 18h. Até 12 de janeiro de 2020. Entrada: R$ 14 (inteira) / R$ 7 (meia). Grátis às quartas-feiras.
Darwin: Origens e Evolução
Estreia nesta sexta (30), com 295 peças que vão de acervos históricos a obras de arte atuais, mostrando a trajetória do naturalista inglês Charles Darwin até a Teoria da Evolução das Espécies, incluindo sua passagem pelo Brasil, em 1832. Museu do Meio Ambiente. Rua Jardim Botânico, 1008. De terça a domingo das 10 às 18 horas (com entrada até as 17 horas). Até 30 de outubro.
Diversas
Animais coloridos, lendo livros, são o mote da mostra que Augusto Herkenhoff expõe até 12 de novembro no espaço Zagut (Shopping Cassino Atlântico. Av. Atlântica, 4240, loja 315, Copacabana-Posto 6). Tel.: 2235-5946. Das 10h às 13h e das 14h às 18h, de segunda a sexta. Sábado, das 10h às 13h. Até 12 de novembro.
Teatro
A Ira de Narciso
Com Yara de Novaes na direção, Gilberto Gawronski interpreta o alter ego do uruguaio Sergio Blanco, que lhe rendeu o Prêmio Shell de melhor ator. O monólogo, que mistura ficção e experiências reais de Blanco, parte de uma viagem do dramaturgo à Eslovênia e a ausência de memória sobre o que aconteceu durante o encontro, no quarto do hotel, com um rapaz ao qual ele chega pela internet.
Espaço Sérgio Porto. Rua Humaitá, 163, Humaitá. Tel.: 2535-3846/2535-3927. Entrada: R$ 40 (inteira) / R$ 20 (meia)Sexta, sábado e segunda às 20h; domingo às 19h. Até 4 de novembro.
Otávio Dantas/Divulgação
Agosto
Alexandre Dantas, Guida Vianna e Letícia Isnard integram o elenco dirigido por André Paes Leme que encena o texto do dramaturgo americano Tracy Letts sobre os conflitos de uma família. Os problemas crescem quando seu patriarca desaparece e leva ao embate entre a mãe, que luta contra um câncer, e as filhas, que escondem segredos.
Teatro Petra Gold – Sala Marília Pêra. Rua Conde de Bernadotte 26, Leblon. Tel.: 2529-7700. Sexta a domingo, às 19h30. Entrada: R$ 70 (inteira) / R$ 35 (meia), às sextas e R$ 80 (inteira) / R$ 40 (meia), aos sábados e domingos. Até 3 de novembro.
Ricardo III
Gustavo Gasparani interpreta o polêmica rei inglês do século 15, no clássico texto de William Shakespeare, adaptado pelo ator e por Sérgio Módena, que assina a direção.
Teatro Cesgranrio. Rua Santa Alexandrina 1.011, Rio Comprido. Tel.: 2103-9682. Entrada R$ 60 (inteira) / R$ 30 (meia) / R$ 15 (estudantes de teatro). Sexta a domingo, às 20h. Até 3 de novembro.
Um casamento feliz
Com direção de J.R. DeVille, Flávio Marinho adapta o texto de Gerald Bitton e Michel Munz. Fábio Villa Verde interpreta o solteirão Heenrique que, para receber uma herança, precisa manter um casamento feliz por um ano, como estabelecido no testamento.
Teatro Maison de France. Av. Presidente Antônio Carlos 58, Centro. Tel.: 2544-2533. Ingressos de R$ 30 a R$ 80. Quinta, às 18h. Sexta, às 19h30. Sábado, às 20h. Só até este sábado, 27 de outubro.
Música
Eagle-Eye Cherry
No repertório do cantor e compositor sueco-americano não faltam grandes sucessos, como a romântica “Falling in Love Again” e “Save tonight”.
Circo Voador. Rua dos Arcos s/nº, Lapa. Tel.: 2533-0354. Quinta (24), às 21h. Entrada: R$ 320 / R$ 160 (meia, válida também para quem levar 1kg de alimento não perecível).
Ave Máquina e Terceiro Mundo
Com influências setentistas que vão de Led Zeppelin e Free a Lula Côrtes e Zé Ramalho, o Ave Máquina reúne Kátia Jorgensen (voz),Yuri Ribas (guitarra), Rafael monteiro (baixo), Victor Nogueira (teclados/guitarra) e Fiu (bateria). Na abertura, o Terceiro Mundo Bom traz músicos experientes do cenário de rock do Rio: Diogo Brandão (voz), Marcos Almir (guitarra), Guga Leão (baixo) e Robson Riva (bateria).
Audio Rebel. Rua Visconde de Silva, 55, Botafogo. Tel.: 3435-2692. Quinta (24), às 20h. R$ 20.
Coletivo Samba Noir
Katia B (voz e guitarra), Marcos Suzano (percussão), Luís Felipe de Lima (violão) e Guilher Gê (teclado) recriam canções de Noel Rosa e Lupicínio Rodrigues, entre outros.
Espaço BNDES. Av. República do Chile 100, Carioca. Tel.: 2172-7447. Quinta (24), às 19h. Entrada gratuita, com distribuição de senhas a partir das 18h.
MPB4 e Duo Gisbranco
O velho quarteto vocal masculino e a dupla de cantoras e pianistas se juntam para interpretar músicas de Milton Nascimento.
Teatro Rival Petrobras. Rua Álvaro Alvim 33/37, Cinelândia. Tel.: 2240-9796. Quinta (24), às 19h30. Entrada: R$ 80 / R$ 40.
Mu Chebabi
Diretor musical do casseta & Planeta, o compositor toca músicas de sua carreira pessoal, entre elas sucessos que poucos sabem de ser de sua autoria, como “Hoje Eu Quero Sair Só”, parceria com ele que estourou na voz de Lenine.
Manouche. Rua Jardim Botânico 983, subsolo da Casa Camolese (anexo ao Jockey Clube). Tel.: 3514-8200. Quinta (24), às 21h. Entrada: R$ 60 / R$ 40 (com 1kg de alimento não perecível).
Cinema
Estreias desta semana:
Atores da série, como Maggie Smith, Michelle Dockery e Hugh Bonneville estrelam o elenco da adaptação cinematográfica dirigida por Michael Engler sobre a família Crawley, proprietária de vasto território rural na Inglaterra do início do século 20.
Zumbilândia – Atire Duas Vezes
Ruben Fleischer dirige a continuação de “Zombieland”, lançado há dez anos. Nesta sequência, Columbus (Jesse Eisenberg), Tallahassee (Woody Harrelson), Wichita (Emma Stone) e Little Rock (Abigail Breslin) vão até a Casa Branca atrás de novos tipos de zumbis que evoluíram durante a década, após se espalharem pelos Estados Unidos.
Também conhecido como cantor de rock esporrento, Rob Zombie escreve e dirige a terceira fase da história macabra iniciada com “A Casa dos Mil Corpos” e seguida por “Rejeitados pelo Diabo”. Após escapar da cadeia onde esteve preso por dez anos, Otis (Bill Moseley) conhece Winslow (Richard Brake) e, com ele, traça um plano para libertar sua irmã Baby (Sheri Moon Zombie). O trio foge dos Estados Unidos para o México – e, só para não perder a viagem, aproveita para matar uma pá de gente pelo caminho.
De saco cheio de sua rotina em Nova York, tendo que agradar um monte de gente mala, Brittany (Jillian Bell) ainda recebe um diagnóstico preocupante e começar a fazer exercícios. É aí que uma simples corrida no quarteirão acaba por mudar sua vida.
Francês de origem árabe, o menino Corentin só se relaciona com crianças parecidas com ele, até que seus amigos trocam de colégio e, então, ele passa a ser ficar só na sala de aula, sem se identificar com mais ninguém.
Alex Câmera 10
Alex Câmera 10Depois sete anos na Turquia, onde se tornou o maior jogador estrangeiro de todos os tempos, Alex decide retornar…
Documentário sobre o craque de vitoriosas passagens por Palmeiras e Cruzeiro – em especial sobre a decisão que tomou em 2013, de deixar o Fenerbahçe, da Turquia, onde era ídolo, e voltar para o Coritiba, que o lançara 18 anos antes. Com depoimentos de Zico, que o treinou na equipe turca, e Dirceu Lopes.