CHEGA: Comerciantes do Centro pedem policiamento noturno e fim das ‘invasões’ após mais uma morte

Comerciantes do Centro reclamam da presença de usuários de drogas e dos crimes que se originam nas invasões a imóveis vazios da região, além da falta de policiamento após às 20h

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Foto: Reprodução

O Centro do Rio foi palco de mais um crime brutal e a criminalidade tem preocupado comerciantes e moradores do local. Logo no dia seguinte, a RioLuz avançou com a colocação de LEDs e, segundo o subprefeito do Centro, Alberto Szafran, as áreas da mais inseguras estão sendo mapeadas para que a Prefeitura possa contribuir de alguma forma para a redução da criminalidade. “A Prefeitura tem limitações constitucionais, não tem o poder de polícia, mas consideramos um absurdo o que o ocorreu e estamos agindo para que o Centro tenha o respeito que tanto merece”, ressalta Szafran, que assumiu o cargo há menos de um mês.

Um dos pontos que receberam iluminação para facilitar o trabalho de patrulhamento foi a Pedra Lisa, que fica na Rua Senador Correa com a América, atrás da Central do Brasil. O subprefeito tem se reunido com autoridades locais, inclusive de comandantes de batalhões da PM para ver onde que a esfera municipal pode contribuir. Vale notar que a nova e confortável escala de trabalho dos guardas municipais (12×60) é apontada por muitos como uma das raízes do problema.

Mas, uma comerciante da região do chamado pólo do Rio Antigo reclama da presença de usuários de drogas e das seguidas invasões criminosas a imóveis vazios da região. “Temos estudos técnicos que apontam que 90% ou mais crimes cometidos por moradores em situação de rua e ocupantes de invasões. Uma das questões que a segurança enfrenta é a falta da compulsoriedade de internação de dependentes químicos e com pacientes psiquiátricos. Na última invasão, deparamos com famílias que não tinham menor perfil de serem carentes em busca de moradia”, denuncia.

O guia de turismo Daniel Mascarenhas, de 31 anos, foi morto a facadas por duas assassinas mulheres – estavam em uma moto – quando passava a pé pela Rua 20 de Abril, próximo à Praça da República, também conhecido como Campo de Santana. Imagens que circulam pela internet (em respeito ao leitor o DIÁRIO DO RIO escolhe não publicar as cenas), mostram que a dupla ainda entregou a faca a um homem que estava no local. O crime ocorreu às 2h da última quarta-feira e soma-se a outros da região. Procurada, a Polícia Militar não informou se adotará alguma medida para evitar o crime na região. (N.E. As criminosas foram presas ainda na sexta-feira, 6/1) O triste acontecimento veio a ocorrer num momento em que se percebe que o turismo e o lazer seriam justamente algumas das maiores possíveis fontes de renda para a região e sua economia, que só agora começa a se recuperar.

O assalto que acabou com a vida de Mascarenhas comoveu o presidente do Polo Gastronômico da Praça XV, Renan Ferreira, que já solicitou reforço no patrulhamento no horário das 20h às 8h ao batalhão local, mas precisa da mobilização da população para registrar ocorrência quando for vítima. “A Polícia Militar alega que não tem dados para justificar o policiamento, certamente, porque as vítimas não procuram a delegacia. A Praça XV é uma região que precisa de policiamento após às 22h, pois vem retomando às atividades cada vez mais”, explica ele, que lembrou de um assalto a facadas ocorrido na Praça XV, em que um rapaz foi degolado por um mendigo que já tinha passagens pela polícia.

Rua da Invasão

Rua Miguel Couto, 115: Invadido. Rua Teófilo Otoni, 92. Invadido. Teófilo Otoni 98: Invadido. Teófilo Otoni 100: Invadido. Visconde de Inhaúma, 111: idem. A lista de prédios criminosamente esbulhadospelas gangues de invasores de imóveis do Centro da Cidade, só aumenta, em proporção geométrica, principalmente na região do Largo de Santa Rita, que leva o nome do centenário templo católico. Na rua Visconde de Inhaúma, o mesmo problema: os prédios arrombados pelos bandidos durante a pandemia se acumularam e segundo informações de comerciantes da região, já são dezenas. O assunto já foi tratado diversas vezes pelo DIÁRIO DO RIO, sempre com exclusividade. Um sem número de ocorrências policiais se origina nestas invasões, conduzidas por criminosos que praticam desde o tráfico de drogas ao lenocínio, passando pelo feminicídio e pelos maus tratos aoa animais, sem contar a receptação e o depósito de mercadorias roubadas.

A “rua da invasão”, que na realidade é um trecho de diversas ruas na região, se tornou um núcleo de desordem urbana. Varais são colocados no que sobrou das calçadas; as ruas de paralelepípedos estão completamente destruídas e abandonadas pelo poder público. Trechos com muitos prédios invadidos se tornaram espaços para eventos clandestinos em que há muito consumo e venda de drogas, que por vezes vêm de endereços conhecidos há décadas pelas autoridades, que providência alguma tomam.

Para o administrador de imóveis Wilton Alves, “parece que não há nenhum tipo de autoridade visitando estes pontos. Temos diversos imóveis para alugar na região, e temos que pagar segurança particular para evitar o esbulho das propriedades de nossos clientes por estas gangues que visam conseguir a propriedade dos imóveis na marra“. Uma fonte do DIÁRIO na Polícia Civil reafirmou hoje que são mesmo centenas de ocorrências mensais cuja origem se dá em imóveis tomados pelos criminosos, que, por força de uma decisão do STF, sequer poderiam ser despejados durante a pandemia.

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Formada em Comunicação Social desde 2004, com bacharelado em jornalismo, tem extensão de Jornalismo e Políticas Públicas pela UFRJ. É apaixonada por política e economia, coleciona experiências que vão desde jornais populares às editorias de mercado. Além de gastar sola de sapato também com muita carioquice.

5 COMENTÁRIOS

  1. Não vem culpar so o Eduardo Paes não, colocaram um certo GAGO ai no primeiro turno kd a turma para fazer o C. Foi só o Castro vencer a eleição que a polícia militar ficou totalmente frouxa, o contraste em comparação ao período anterior as eleições é gritante. Não votaram nesses dois paspalhos? Agora aguentem.

  2. Centro do RJ é uma pocilga e quase sempre nas ruas de cortiços abandonados. E tem gente que reclama do bota-abaixo do Pereira Passos que colocou essa cortiços podres no chão.

    • “A Prefeitura tem limitações constitucionais, não tem o poder de polícia” infeliz declaração do subprefeito do centro se pensar assim fica difícil resolver o problema. Procure saber o que é poder de polícia no código tributário, e vc verá que a prefeitura tem o seu poder sim, a escala da Guarda Municipal não é o problema, e sim a falta de investimento e a não aplicação da lei federal 13.022 na íntegra.É uma tremenda irresponsabilidade direcionar recursos públicos como os do FEOP, para custear a hora extra da PM e não investir nada na GMRio.
      O município precisa assumir a sua responsabilidade na segurança pública da sua população.

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