Paulo Leminski foi poeta, romancista, compositor e tradutor. Nasceu em Curitiba, no Paraná, em 1944. Filho de Paulo Leminski, um militar de origem polonesa, e Áurea Pereira Mendes, uma dona de casa – filha de um pai português e uma mãe brasileira.
Apesar da tentativa dos pais de fazerem com que o menino ingressasse na vida religiosa – ele estudou no Mosteiro de São Bento – em 1963, Leminski viajou para Belo Horizonte para participar da Semana Nacional de Poesia de Vanguarda.
Foi lá que conheceu os já renomados poetas Augusto e Haroldo de Campos, assim como Décio Pignatari, fundadores do Movimento da Poesia Concreta.
Sendo um admirador do poeta tropicalista Torquato Neto, Leminski fez sua estreia em 1964 com cinco poemas na revista Invenção, do movimento concretista, dirigida por Décio Pignatari. Publicou seu primeiro livro – o romance “Catatau” – em 1976. A partir de então, sua produção literária seguiu seguiu de vento em popa.
Inquieto e criativo, Leminski esteve sempre à beira de uma explosão criativa e, assim, produziu muito. Possuindo uma obra vasta e significativa, ele tinha uma poesia pessoal e distinta. Criou um estilo de escrita com trocadilhos, ditados populares e uma forte influência do haicai, de Matsuo Basho – o poeta mais famoso do período ‘Edo’ no Japão. Abusava das gírias e palavrões, tudo de forma natural e instigante.
Ele também atuou como letrista e músico. A canção “Verdura”, de 1981, foi gravada por Caetano Veloso no álbum “Outras Palavras”. Devido à sua formação intelectual, Leminski era visto por muitos como um poeta vanguardista e, por ter se envolvido na contracultura, muitos o associam aos ‘poetas marginais’, embora ele jamais tenha adotado esses rótulos.
Profissionalmente, atuou como professor de história e redação, além de ter trabalhado como diretor de criação e redator em algumas agências de publicidade. Como tradutor, contribuiu com grandes obras de autores como Joyce e Beckett.
Ele se casou aos dezessete anos com a desenhista e artista plástica Neiva Maria de Souza. Separou-se em 1968 e, posteriormente, casou-se com a também poeta Alice Ruiz, com quem compartilhou vinte anos de vida e teve três filhos: Miguel Ângelo, Áurea e Estrela.
O poeta faleceu em 7 de julho de 1989, devido à agravamento de uma cirrose hepática que o acompanhou ao longo da vida, quando tinha 45 anos.
“Incenso fosse Música” talvez os versos mais celebrados de Leminski, foi publicado no livro “Distraídos Venceremos”.
“Isso de querer
ser exatamente aquilo
que a gente é
ainda vai
nos levar além”