Edifício do Banco do Brasil no Centro vai a leilão por 311 milhões de reais

Erguido na década de 80, o empreendimento é um dos prédios mais altos do Rio, com 45 andares.

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Edifício do Banco do Brasil (Foto: Divulgação Sedan)

Um das construções mais imponentes do Centro do Rio de Janeiro, o Edifício Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro, conhecido como Edifício Sedan, foi colocado em leilão no último dia 28 de novembro pelo lance mínimo de R$ 311 milhões. As ofertas poderão ser feitas até às 14h do dia 20 de dezembro; o prédio pertence ao Banco do Brasil, e, curiosamente, o leilão ocorrerá em São Paulo, pelo martelo da Leiloeira Carla Sobreira Umino.

O prédio comercial é bem famoso entre os frequentadores do centro da cidade por abrigar a agência 0001 do Banco do Brasil, no número 105 da Rua Senador Dantas, bem próximo da Câmara de Vereadores, da Biblioteca Nacional e do Theatro Municipal, juntinho à Cinelândia. A propriedade também pode ser acessada pela Rua Lélio Gama.

Erguido em 1985, o empreendimento da Rua Senador Dantas tem 45 andares, um dos mais altos do Rio, e tem números que impressionam. A área construída total é de mais de 60 mil metros quadrados. Além disso, conta com 16 elevadores e 30 pavimentos e garagem, num total de 264 vagas. No topo dos seus 146 metros de altura, o Sedan também possui um heliponto.

O prédio fica situado em uma das áreas mais movimentadas da região central do Rio, próximo da Lapa, do Aeroporto Santos Dumont, do revitalizado Porto Maravilha e das avenidas Rio Branco e Presidente Vargas, as principais da região. Pelas janelas de suas salas em andares mais altos, é possível avistar o Pão de Açúcar, a Baía de Guanabara e a Ponte Rio-Niterói, ícones da paisagem carioca.

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O leilão do edifício Sedan vem na esteira do programa Reviver Centro, cujo objetivo é promover a recuperação urbanística, cultural, social, ambiental e econômica da área central do Rio. O foco do projeto é atrair novos moradores, aproveitando as construções existentes e terrenos que estão vazios há décadas em uma região da capital fluminense com infraestrutura e patrimônios culturais em abundância. 


O prédio está em estado de uso, e necessita de um retrofit para se igualar a outros edificios que foram modernizados – o chamado retrofit, como o caso do Serrador, restaurado à perfeição em duas ocasiões entre 2008 e 2012, com direito a equipamentos de alto nível e até mesmo um gerador que atende a todo o edifício, e um ar condicionado de funcionamento inteligente. Para se transformar em residencial, o custo de retrofit seria maior ainda, segundo especialistas, poderia ultrapassar R$ 6.000 por metro quadrado.

Para corretores consultados pelo DIÁRIO, a venda é improvável pelos 311 milhões de reais. Segundo eles, para valer isto o prédio deveria estar totalmente atualizado, com o retrofit em dia. O material de divulgação da venda menciona o elogiado projeto Reviver Centro como uma possibilidade para o edifício, mas até o momento nenhum prédio comercial teria sido adquirido para transformar em Residencial por mais de R$ 2.000 por metro quadrado até agora.

A ideia de venda do prédio-sede do BB foi muito contestada. A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), deputada federal Gleise Hoffmann, enviou em 2020 ao ministro da Economia, Paulo Guedes, um requerimento no qual pedia explicações a respeito de decisões do governo que teriam deixado no ar o que alguns consideraram um gesto a favor da privatização do Banco do Brasil: justamente a venda do Sedan e a transferência dos setores do Banco que lá funcionavam para um prédio alugado. A parlamentar cobrou uma explicação técnica e econômica para a mudança, solicitando os custos mensais que o banco tinha no Sedan em comparação com os gastos de locação no novo endereço.

Se confirmada a informação, causa estranheza o fato de a direção do Banco do Brasil se mudar para um local alugado, que tem como um dos proprietários, o Banco BTG Pactual, fundado por Guedes e com quem o ministro tem um vínculo estreito”, criticou na época o diretor do Sindicato dos Bancários do Rio, José Henrique. Há quem diga que se não for vendido agora, nos últimos momentos da gestão Bolsonaro, o novo governo deve mudar de ideia e ficar com a edificação.

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10 COMENTÁRIOS

  1. Veja que absurdo.

    O ministro da economia Paulo Guedes vender prédios do Banco do Brasil como este para que o banco passe a ocupar imóveis locados de outro banco, o
    Banco BTG Pactual, fundado por ele próprio (Paulo Guedes)

  2. Olá Jorge, neoligt, vocês tem toda razão, quando falam mau do Rio, mas nem tanto. Desprezar uma cidade como o Rio de Janeiro é de extrema falta de amor por essa cidade tão maravilhosa. Se o Rio está o que tá, é culpa de vocês cariocas que votaram nesse cara; com tantos candidatos disponíveis querendo uma chance, vocês vão e votam nesse que está ai. Lembram do candidato Bandeira que tinha um plano de governo, foi presidente do Clube Flamengo e olha o que ele fez com o clube, um dos clubes mais rentáveis do Brasil e do Mundo, uma potência conhecida lá fora, tudo isso se deve ao Bandeira, mas vocês gostam de sofre e depois colocam a culpa nos outros. Eu aposto que não votaram nele porque administrou o Flamengo, se tivesse administrado outro clube será que seria aceito? Deveriam ter dado uma oportunidade pra ele ou para outro candidato. Esse prefeito apoia o Lula, esperam o ano que vem para vermos o que vai acontecer, se pra vocês o Rio está mal da pernas, aguardem 2023. Quando a gente quer mudança, a gente faz mudança, mas não em figurinha carimbada que não trás novidade nenhuma.

  3. Duvido alguém comprar ! O Centro do Rio vem virando uma favela a céu aberto.Um dos culpados Paes é cia.do PT desde 2003. Obs. A quantidade de publicidade é um desrespeito ao leitor.

  4. Vejo aqui uns burralhos libertarios defendendo a mao de deus do mercado. Como sempre.
    Fica tudo mais fácil deixar para o melhor ambiente de negócios,. Palavras bonitas, para defender o lucro do patrão e o deus mercado.
    Burralhos libertarios.

  5. Parece que desde a eleição o mercado imobiliário “entrou” no modo “faz o L”. Isso decorre a partir das sucessivas notícias sobre venda de imóveis nos últimos dias, o que sugere desespero neste setor na cidade do Rio, mas aparentando vigor e agressividade. Tem esse terreno de São Cristóvão que não apresentava viabilidade alguma que a Prefeitura agora tenta agressivamente a aquisição para erguer uma “Cidade do Samba 2” num combo de viabilidade do TIGG (Terminal Gentileza) por possíveis R$ 50 milhões. Também temos o “Edifício Serrador” cotado por R$ 150 milhões com a CMRJ como possível comprador. Lançaram a venda a “Casa do Empresário” que a ACRJ pretende passar para a CNC. Pretendem degelar este por uns R$ 40 milhões. Agora o patamar subiu com a sede BB R$ 311 milhões. Talvez daqui a dias a sede da Caixa cujo térreo perdeu todas as funções vá a venda também por uns…R$ 200 milhões. Vamos com um exemplo mais antigo que é o Edifício “A Noite” com localização ímpar na Praça Mauá e que há anos vem sendo posto a leilão ou venda direta com preço inicial em uns R$ 50 milhões e não conseguem comprador para pagar R$ 15 milhões, o que projetar sobre a viabilidade de negociar esses e outros edifícios e terrenos, muitos desses negócios sendo turbinados com dinheiro público? E por fim, fica uma última pergunta: É para melhorar o ambiente do Rio ou é triste atestado da falência da cidade? Por ora, estou com a última alternativa.

    • Jorge, concordo com sua avaliação. E a abordagem hoje é totalmente errada: contam a história da câmara dos vereadores comprando, da CNC comprando, prefeitura desapropriando… como se fosse coisa boa. Não! O Rio de Janeiro não vai sair do buraco com governo investindo. A gente precisa de um bom ambiente de negócios pra gerar renda com a iniciativa privada.

      Difícil uma empresa hoje comprar esse prédio do BB por 300 milhões num Estado destes, sem regras e sem lei. Ela facilmente escolhe São Paulo, Santa Catarina, Minas Gerais…

      Paradoxalmente, o jeitinho carioca de resolver as coisas não tá mais dando jeito. Ou mudamos a roupa e viramos um local de respeito às regras do jogo, de respeito ao mercado… ou se inviabilizará para sempre.

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