Marques: As revelações descortinadas pela pesquisa Prefab para Prefeito do Rio em 2024

Mario Marques avalia que Eduardo Paes não terá vida mansa como Centro Esquerda em uma cidade de maioria cristã

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Foto: Beth Santos/Prefeitura do Rio

A pesquisa da Prefab Future divulgada nesta segunda-feira (3), com a intenção de votos para a prefeitura do Rio em 2024 e otras cositas más, traz, entre outras informações, duas revelações de extrema importância para o entendimento do pleito: 1. Acabou a suposta lua de mel dos cariocas com Cláudio Castro; 2. Flávio Bolsonaro, o mais rejeitado, não é, pelo menos hoje, um herdeiro legítimo do voto bolsonarista no Rio.

Sobre o item 1, a pesquisa quantitativa não deixa claras as razões pelas quais metade dos cariocas virou a cara para o governador. Mas há sinais. Quando perguntado sobre o maior problema na gestão de Eduardo Paes, a Segurança (ou Insegurança) lidera a insatisfação do eleitor. Nesse sentido, Paes e Castro parecem abraçados. A Guarda Municipal não funciona adequadamente e o Segurança Presente do governador já não é tão presente. A verdade é que já vivemos um toque de recolher no Rio. A partir de tal hora não pode ir ali, aqui e acolá. E esses lugares incluem Botafogo e Recreio, por exemplo.

A falta da cara do governador na rua como líder de um planejamento contra a bandidagem, que comanda a cidade, empurra-o para o uma possível ruína nos próximos meses caso não levante da cadeira. Óbvio, a violência, o tráfico, os assaltos não estrearam no governo Castro. Mas decerto é a pior fase de segurança na cidade de todos os tempos.

Tivemos esparsos momentos de mínima tranquilidade, com as UPPs de Sérgio Cabral, a realização de eventos com Exército na rua e até a intervenção federal, que foi até a página 2. Mas não houve, jamais, um enfrentamento “tolerância zero”, tal qual a do prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, em 1994, que mudou completamente a história da cidade. Giuliani, que até o começo dos anos 2000 era um herói nacional, agora, na era “todes”, virou fascista. Nesse sentido, a imprensa, cuja nova geração é “jornamilitantista”, não ajuda – só atrapalha. Lembramos todos o mimimi em torno dos tiros de helicóptero no Alemão endereçados a bandidos que fugiam com fuzis na retomada do Complexo. Para a imprensa, aquilo seria uma chacina.

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A Justiça também não ajuda: a sensação de impunidade, deitada em berço esplêndido pelas leis bunda-mole desse país, fazem o bandido pular o carnaval o ano inteiro. O Congresso, formado por muitos deputados que se elegeram com apoio de traficantes e milicianos, segue quietinho. Não interessa resolver o problema do narcoestado, muito menos em sua capital maior, o estado do Rio de Janeiro.

A falta de uma resposta de verdade aos marginais gera, portanto, uma resposta dos cariocas – e também dos fluminenses. E essa pesquisa Prefab simplesmente materializa a sensação de impotência da população, que enxerga o bandido no dia a dia, mas não enxerga o governador. Não se enganem: sem um plano emergencial, o narcoestado pode atropelar Castro e Paes juntos sem que eles tenham nem a chance de anotar a placa do caminhão.

Agora vamos à revelação 2, a rejeição a Flávio Bolsonaro, que bateu 35%, quase o dobro de Eduardo Paes, que está na máquina e em seu terceiro mandato. Para entender essa rejeição é necessária uma pesquisa qualitativa profunda de investigação, já que esse fato mexe agressivamente com as peças do tabuleiro. Curioso que sou, voltei ao PDF da pesquisa quantitativa da Paraná Pesquisas, divulgada em março, para checar a rejeição a Flávio. Procurei, procurei, página por página, e lá não achei a rejeição. A Paraná Pesquisas simplesmente ABOLIU a rejeição de seu relatório. Particularmente é a primeira pesquisa quantitativa que eu vi sem rejeição. Por que será? O que tinha de relevante na rejeição aos candidatos que não podemos saber? Bem, agora eu sei. Acho que sei.

Resta saber se Jair Bolsonaro abraçará Flávio num possível abraço da morte ou se apoiará um candidato mais viável e sem desgastes. O Rio de Janeiro assiste a esse movimento de peças quieto, embora tenha gritado bem alto nessa pesquisa da Prefab. Um grito que, espera-se, seja ouvido.

Eduardo Paes, nesse momento, a um ano e seis meses da eleição, navega em águas calmas. Porém, não espere, jamais, que terá vida tranquila. Tanto a corrupção quanto a má gestão administrativa foram apagadas da mente do eleitorado carioca quando o nome de Paes aparece. A César o que é de César (não o Maia): Eduardo Paes foi brilhante em sua estratégia de lobotomia popular. Inventou um emprego numa empresa privada fora do Brasil, desamigou de Sérgio Cabral como quem abandona um pai – afinal, diferentemente do que Paes diz, estava sem mandato, perdeu a eleição de governador em 2006 de forma humilhante e foi salvo por Cabral para ser seu secretário de Esportes. E a eleição a prefeito de 2008 se deve, exclusivamente, à manobra de Cabral em aproximar Paes de Lula, cujo filho, Lulinha, foi criminalizado por Paes no Congresso. A candidatura a governador de Paes em 2018, mesmo derrotada, tirou o medo que rondava sua cabeça diante dos boatos de que seria preso.

Tudo isso para dizer que, do ponto de vista estratégico, de marketing, caberá aos adversários de Paes sujar suas mãos novamente, relembrar o passado e estancar seu possível quarto mandato. O prefeito não tem nada de bobo: está trabalhando forte numa questão nevrálgica: o BRT.

Há um segmento ainda perdido sobre para onde ir: os evangélicos, que somam na cidade do Rio 30 e alguma coisa por cento. Eduardo Paes abraçou Lula, a esquerda, botou uma extrema esquerda em uma de suas secretarias, é apoiado pela GloboNews, uma espécie de extrema esquerda infiltrada nas Organizações Globo, e maltratou sem dó os Bolsonaro em 2022. Portanto, é bastante provável que o candidato da direita agregue essa porção importante e significativa dos cariocas: Otoni de Paula mais à frente e depois Pazzuelo. O vice de Castro, Thiago Pampolha, e meu amigo de infância e conterrâneo Dr. Luizinho, secretário de Saúde do governador, estão e poderão estar num limbo no Centro. Um Centro que, aqui entre nós, morreu no Rio. A pesquisa da Prefab Future é apenas um – ótimo – início de debate. Mas virão outras, da Prefab e de outros institutos. Números mudam, cenários mudam, mas, principalmente, candidatos mudam.

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6 COMENTÁRIOS

  1. Como já pensava eleição para prefeito no Rio sera uma verdadeira loteria politica ganha quem tiver um padrinho bom ou melhor agradar gregos e trianos no demais fico com Benedita ou Marta Rocha , uma das duas cai ser melhor do que os que se apresentam como possíveis pretendentes ao posto ..

  2. Mario Marques… a cara do Diário do Rio!

    “GloboNews uma espécie de extrema esquerda infiltrada”: tem cara de piada, jeito de piada, corpo de piada mas não é piada. É só jornalista defendendo Cláudio Castro e afins.

    Como o Brizola dizia: jornalista não, jornaleiro!

  3. Como tem vagabundo aqui pra defender o Dudu, amigo do ladrão de nove dedos!
    Com certeza devem mamando em alguma teta da prefeitura. Não tem como defender essa quadrilha (Dudu, Sergio Cabron e Luladrão) sem estar levando um por fora.

  4. A pesquisa Prefab foi uma enorme surpresa, principalmente para o Diário do Rio, que fez campanha para Claudio Castro em 2022 e o local onde seus colunistas (principalmente o senhor Mario Marques) vivem a amaciar o ego desse público (Globo News extrema esquerda? Nunca ouvi tamanha bobagem). Ela mostrou duas coisas: Para a infelicidade desse jornal, o prefeito Eduardo Paes possui fracos concorrentes. Pedro Duarte só é famoso na turminha do NOVO. Otoni de Paula é um Crivella sem carisma (e sem resultados no Congresso Nacional). Bolsonaro Jr vive pendurado na fama do pai, além de ter um trabalho irrelevante como senador (aliás, quando vão falar da total irrelevância dos três senadores fluminenses? um vive jogando bola, outro vive nas redes sociais pra agradar seu público e o outro, que foi suplente do falecido e anão político Arolde de Oliveira ninguém viu). Vou nem falar de Pazuello, Tarcisio Motta e outros que não possuem capilaridade nenhuma. A pesquisa também mostra o que todo mundo já sabe, mas que o jornal, no seu apoio “incondicional” a Claudio Castro ignorou: Ele é fraco como líder, fraco como articulador e sumiu após ser eleito. Como ele pode combater o crime, tendo criminosos como Washington Reis como homens fortes? Ele abandonou o estado e seus eleitores a própria sorte. E ainda teve sorte da “justiça” não ter ido pra cima dele no Caso Ceperj. Mas ainda tem chão até 2024. Ainda tem tempo pra Mario Marques e sua trupe engambelar bolsonaristas.

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