Morreu nesta quarta-feira (23/08), aos 88 anos, o político Francisco Osvaldo Neves Dornelles. Ao longo dos seus 88 anos de vida pública, Dornelles foi ministro da Fazenda e de mais duas pastas, senador da República, deputado federal e governador do Rio de Janeiro.
Em março de 2016, como vice-governador do Rio, assumiu o governo interinamente em função do afastamento do então governador Luiz Fernando Pezão, que sofria problemas de saúde à época.
Já no fim de 2018, assumiu de novo o Governo do Rio, quando o então governador Luiz Fernando Pezão foi preso numa das fases da Lava Jato. Dornelles ficou 33 dias no cargo, até o fim do mandato.
Foi o primeiro governador a decretar estado de calamidade pública na área financeira do Rio, quando faltavam apenas 49 dias para as Olimpíadas. Na ocasião, ele declarou que a crise financeira nas contas públicas estaduais era a mais grave já vista. Em 2006, foi eleito senador pelo Rio.
Natural de Belo Horizonte, Dornelles se mudou com a família para o Rio de Janeiro. Foi na antiga capital federal que se formou em direito. Em seguida, especializou-se em finanças públicas na França e em tributação internacional na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Foi secretário particular de Tancredo e exerceu dezenas de cargos públicos, ainda durante o governo militar. Foi secretário da Receita Federal, em 1979, se elegeu deputado federal cinco vezes seguidas, entre 1987 e 2003. Dornelles fez parte da Assembleia Nacional Constituinte, ajudando a aprovar a Constituição Federal de 1988.
Dornelles foi ministro da Fazenda, em 1985, no primeiro governo civil, depois de mais de 20 anos de regime militar no país. Era o governo de José Sarney, que assumiu a presidência interinamente com a internação de Tancredo e, depois, definitivamente, com a morte do presidente.
Foi ainda ministro de Indústria, Comércio e do Turismo, e ministro do Trabalho e Emprego no governo de Fernando Henrique Cardoso. Francisco Dornelles era parente de três ex-presidentes brasileiros, sobrinho de Tancredo Neves e de Castelo Branco, além de primo de segundo grau de Getúlio Vargas.
Tchutchuca dos lesa pátria.
Primo do Cheirécio Neves.
Carioca não se lembra dele. Se lembra, não sente falta.
Como governador foi imblematica a fala “vambora, Ademar!” ao seu motorista ao ser questionado sobre mobilidade urbana no RJ que estava um caos, entre outras questões.
Morria de medo do povo e de dar satisfações.