Onde beber whisky no Centro do Rio? Qualquer bar diria um incauto… é o mesmo que os hereges que acham que em qualquer lugar se pode beber um bom café! Oras, é claro que não, se um dia você for ao Coffee Five, na Rua da Quitanda, sua opinião vai se modificar para sempre. O mesmo vale para qualquer tipo de comida, cerveja e, claro, whisky.

Então não faltam lugares onde sempre serão servidos os mesmos, seja algum da Johnnie Walker (Red Label, Black Label, Blue Label) Chivas, Royal Salute e estes mais conhecidos. Se for para os americanos, Jack Daniels e Jim Bean. Raros são os que servem whiskies japoneses, e se tiver é o já manjado Jura e normalmente só em hotéis.

Era de se imaginar que o Centro do Rio com seus advogados, executivos e altos funcionários públicos tivesse vários lugares para beber bons single maltes, ou mesmo raros blends. Bem, até que a Casa Urich, no alto dos seus mais de 100 anos, ainda é um dos poucos restaurantes da cidade a ainda ter um Clube do Whisky, mas ainda assim fica nas marcas mais conhecidas.

Talvez por ser uma das melhores harmonizações com um charuto, e pelo próprio valor agregado ao produto, duas tabacarias da região são onde tem a melhor carta de whiskies do Centro e até do Rio. A Tabacaria do Ouvidor, na rua do mesmo nome, que gosto de chamar de meu 2º escritório, e a Velha Havana, na Praça Mauá, onde por acaso tem um café incrível.

As cartas foram criadas por um dos maiores especialistas em whiskies do Brasil, Alexandre Tito, cofundador da Whisky Rio, digital whisky influencer, palestrante sobre o tema e que ajudou a criar o whisky com maior graduação do Brasil, o Lamas Nimbus Robustus. Sua expertise, além de networking, permite que ambas as casas tenham bebidas que dificilmente você encontraria em outro lugar da cidade, como é o caso do Whisky Bruichladdich Port Charlotte 10 anos, um single malt escocês turfado e que acho extremamente forte, o preferido da minha esposa. Tenho de explicar, sou fraco para bebida, então bebidas mais complexas, como esta, que pedem um paladar mais apurado, não me conquistam. Para quem prefere um sem ser turfado, há da mesma destilaria Whisky Bruichladdich Classic Laddie.

Entretanto, não só de escocês vive um bom bar de whisky. Os Bourbons também estão presentes e aí sim está o meu favorito, que é o caso do Buffalo Trace, mais doce. A Tabacaria do Ouvidor também tem os outros 2 da destilaria: é o caso do incrível Eagle Rare 10 anos e o sofisticado 1792 Small Batch. Como cada um tem sua preferência, Ivana achou melhor o sabor do Eagle Rare.

Diga-se de passagem, Leo Bindes, sócio da Tabacaria do Ouvidor, teve uma ótima tirada ao abrir a casa para estas bebidas. Gosto de marcar reuniões em tabacarias, mas é raro quem fuma charutos, só que quem bebe whisky é muito menos. E quem não quer conhecer uma bebida nova? Foi recentemente o caso da escritora Nathalia Alvitos, até fumou um cubano, mas foi no escocês que ficou seu coração e já pediu uma nova agenda. Por minha causa? Não, por causa da carta feita por Tito, claro.

Voltando aos uísques, tem uma garrafa que acho das mais curiosas na Ouvidor, é o Shackleton Blended Malt, elaborado usando uma seleção dos melhores Highland Single Malt Scotch Whiskies, baseado no destilado fornecido à Expedição Antártica Britânica de 1907. Como a expedição ficou 2 anos presa na Antártica, eles voltaram e um século depois 3 caixas do whisky perfeitamente preservadas foram descobertas, congeladas sob o acampamento base de Shackleton em Cape Royds. Após a descoberta das garrafas congeladas desde 1907, o Master Blender de renome mundial, Richard “the Nose” Paterson, realizou uma análise meticulosa para recriar este whisky antigo.

E para quem quer novidades, Leo sempre fala que chegará mais. Até porque Tito está sempre criando eventos de degustação na Tabacaria do Ouvidor, inclusive, foi lá, em 2016, que teve a primeira reunião do Whisky Rio. E é graças a isso que agora você pode escolher 2 lugares para beber um bom single malte e ter o poder da escolha no Centro do Rio.

Advertisement

Receba notícias no WhatsApp