Já falamos sobre a história da Rua do Ouvidor aqui. A via, bem próxima à sede do DIÁRIO DO RIO, é de suma importância para a história e a cultura da cidade, do estado e do país. A Ouvidor tinha muitas livrarias, sedes de jornais e revistas e outros espaços onde se encontravam intelectuais. Em um desses lugares foi exibido, oficialmente, a primeira sessão de cinema do Brasil.
No número 57 da Rua do Ouvidor ficava o Jornal do Commercio. Em uma sala alugada do prédio, em 8 de julho de 1896, aconteceu a histórica exibição.
“Foram projetados oito filmes de cerca de um minuto cada, com interrupções entre eles e retratando apenas cenas pitorescas do cotidiano de cidades da Europa. Só a elite carioca participou deste fato histórico, pois os ingressos não eram baratos”, informa o Blog da Cahu, que desde os anos 1990 é especializado em pesquisas sobre cinema.
Ainda segundo o Blog, a primeira tecnologia de exibição cinematográfica que aportou no Brasil foi o Quinetoscópio de Edison, importado por Frederico Figner, cuja apresentação aconteceu no Rio de Janeiro em dezembro de 1894. Contudo, a oficial é mesmo considerada esta, de 1896, na Rua do Ouvidor – poucos meses depois a exibição histórica dos irmãos Lumière.
Entre 1896 a 1907, as exibições de cinema no Rio de Janeiro eram quase sempre ambulantes, itinerantes. No entanto, um ano depois da projeção da Rua do Ouvidor, no dia 31 de julho de 1897, foi inaugurada a primeira sala fixa de cinema do Brasil: o Salão de Novidades Paris, também na Ouvidor. Mas aí é roteiro para outro texto de história.